II Domingo do Advento: Missa na Catedral e na Festa da Padroeira em Sumé

Postado em 07/12/25 às 23:0313 minutos de leitura60 views

Neste domingo, 7 de dezembro, a Igreja celebrou o 2º Domingo do Advento, tempo de preparação espiritual para a vinda do Salvador. Na Catedral Diocesana de Nossa Senhora da Conceição, em Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano, presidiu a Santa Missa, reunindo dezenas de fiéis que participaram presencialmente da celebração na Igreja Mãe da Diocese.

A celebração também foi acompanhada por muitos fiéis que acompanharam a transmissão pelo canal do Youtube e pela Rádio Caturité FM, 104.1. A Eucaristia foi concelebrada pelo Padre Luciano Guedes, Pároco da Catedral, e contou com o apoio litúrgico do Diácono Anderson e de seminaristas.

“No Tempo do Advento, deparamo-nos com alguns personagens emblemáticos, cujas vidas demonstram a expectativa ansiosa pela chegada do tão aguardado Salvador. Neste II Domingo do Advento, somos postos diante da missão do Precursor do Senhor, São João Batista”, disse o Bispo ao iniciar sua pregação.

Assim, Dom Dulcênio ressaltou o simbolismo das vestes: João se apresenta com pele de camelo e cinturão de couro, enquanto Isaías anuncia o Cristo revestido de justiça e fidelidade. Assim, o Batista representa a preparação, e Cristo, a plenitude do anúncio, trazendo a paz e o julgamento justo.

“Testamento e o primeiro do Novo é imperfeita. Isso é provado pelos apetrechos da indumentária usada por João em paralelo demonstrado pelo mesmo Isaías, na Primeira Leitura de hoje (cf. Is 11,1-10), que traz, teologicamente, os ornatos da flor do rebento de Jessé (cf. Is 11,1), quando retrata as “vestes” do Cristo, Justo Juiz, que virá trazer a paz: “Cingirá a cintura com a correia da justiça e as costas com a faixa da fidelidade” (Is 11,5). Assim, enquanto João se cingia de couro, o Cristo o faz com a justiça e a fidelidade”.

Na homilia, o Bispo também evidenciou o contraste entre os batismos. João batiza com água para a conversão; Cristo batiza “com o Espírito Santo e com fogo”, que purifica e fortalece. Citando Santo Hilário, Dom Dulcênio afirmou que o fogo do Espírito conduz à salvação, mas, se não houver frutos, será também juízo.

“[João] “designa, portanto, o tempo da nossa salvação e do julgamento no Senhor, dizendo: Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Porque, para os batizados no Espírito Santo, resta ser consumado pelo fogo do julgamento” (In Ev. Matthaei, 204), caso sejamos, por culpa nossa, mesmo que assistidos pelo Espírito Santo que recebemos para frutificar em nossa vida, infrutíferos”, pegou.

Concluindo, o Bispo convidou os fiéis a viverem um Advento marcado pela vigilância e conversão, seguindo o exemplo de vida austera de João Batista. Recordando São João Crisóstomo, destacou que arrependimento verdadeiro não caminhará com uma vida superficial. Assim, prepara-se o coração para acolher o Senhor que vem.

“Imitemos, pois, também nós João; e apartados do excesso na comida e da embriaguez, tomemos um modo austero de vida. Agora é tempo de confessar os pecados para os catecúmenos e para os batizados: para aqueles, a fim de que, depois de cumprir sua penitência, se acerquem aos sagrados mistérios; para estes (a saber: para os já batizados) a fim de que, limpos das manchas contraídas depois do batismo, se acerquem à sagrada mesa com uma consciência pura”, findou.

Missa na Festa de Nossa Senhora da Conceição, em Sumé

Ainda neste II Domingo do Advento, Dom Dulcênio foi até a cidade de Sumé, onde a comunidade paroquial vivencia com fé e unidade as festividades em honra a Nossa Senhora da Conceição, padroeira local. O Bispo presidiu a Santa Missa que marcou a última noite da novena em preparação para a festa da Imaculada Conceição, celebrada nesta segunda-feira, 8 de dezembro.

O Pároco, Padre José Marcondes, juntamente com o Vigário Paroquial, Padre Danilo Monteiro, acolheu o Bispo Diocesano, que foi recebido com grande alegria pelos fiéis. A Igreja estave repleta, evidenciando a devoção e o amor da comunidade à sua padroeira.

Homilia

O Bispo destacou que João Batista cumpriu as profecias como “voz que clama no deserto”, chamando todos à conversão. Sua pregação, disse ele, atingia multidões de diferentes origens e intenções, mas exigia de cada um mudança de vida e responsabilidade diante de Deus.

“Esta é a voz que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas” (Is 40,3; Mt 3,3). É tão especial que foi chamado de segundo Elias, enviado para converter o coração dos pais para os filhos, e o coração dos filhos para os pais (cf. Ml 23,3). É tão especial, enfim, que, no ínclito da sua pregação, foi confundido como sendo o Cristo (cf. Jo 1,20; Lc 3,15)”, pregou.

Dom Dulcênio explicou que o Batista dispunha o povo para o verdadeiro batismo, aquele “no Espírito Santo”, e denunciava os que buscavam apenas aparências religiosas, pedindo frutos concretos que comprovassem uma sincera conversão.

“Para esta disposição, o Batista batizava-os após a confissão de seus pecados, preparando-lhes para o verdadeiro batismo, não o de arrependimento (como ele mesmo fazia), mas aquele do perdão dos pecados, recebido por nós, o feito com o Espírito Santo como ingresso para a vida divina (cf. Mt 3,11-12). [...] Produzi frutos que provem a vossa conversão”, disse.

O Bispo ressaltou também a humildade de João, visível em seu modo de viver simples e desapegado. Suas roupas e alimentos revelavam um coração livre dos excessos, ensinando que a fé se expressa em gestos como partilha, justiça e honestidade.

“João usava uma roupa feita de pelos de camelo e um cinturão de couro em torno de seus rins; comia gafanhotos e mel do campo” (Mt 3,4). Mas, este movimento do seu interior apequenado para conter Deus e ser contido por Ele, a quem aguardava, também era um pregão para todos: “Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem; e quem tem o que comer, faça o mesmo. […]”, trouxe.

Ao concluir, sublinhou a alegria espiritual do Precursor, que se considerava “amigo do Esposo”. João esperava o Cristo sem tristeza ou desânimo, mas com entusiasmo, convidando também os cristãos a viverem o Advento com esperança e alegria.

“Não é por acaso que o próprio João se denomina “amigo do Esposo” (Jo 3,29), função que, nas núpcias, era destinada a alguém muito íntimo do nubente. O cristão, como João, é marcado pela espera. Entretanto, não devemos esperar amargurados. Ansiosos para que se completem as promessas do Senhor que vem, não estejamos tristes, ainda que das agruras pelo preço que a espera exige de nós. O Senhor, que vem, também concede da Sua alegria ao coração que o aguarda; espero que ao nosso coração”, concluiu.

Por: Ascom
Fotos: Pascom Catedral e Pascom de Sumé



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