II Domingo do Advento: Missa na Catedral e na Festa da Padroeira em Sumé
Neste domingo, 7 de dezembro, a Igreja celebrou o 2º Domingo do
Advento, tempo de preparação espiritual para a vinda do Salvador. Na Catedral
Diocesana de Nossa Senhora da Conceição, em Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes
de Matos, Bispo Diocesano, presidiu a Santa Missa, reunindo dezenas de fiéis
que participaram presencialmente da celebração na Igreja Mãe da Diocese.
A celebração também foi acompanhada por muitos fiéis que
acompanharam a transmissão pelo canal do Youtube e pela Rádio Caturité FM,
104.1. A Eucaristia foi concelebrada pelo Padre Luciano Guedes, Pároco da
Catedral, e contou com o apoio litúrgico do Diácono Anderson e de seminaristas.
“No Tempo do Advento, deparamo-nos com alguns personagens
emblemáticos, cujas vidas demonstram a expectativa ansiosa pela chegada do tão
aguardado Salvador. Neste II Domingo do Advento, somos postos diante da missão
do Precursor do Senhor, São João Batista”, disse o Bispo ao iniciar sua
pregação.
Assim, Dom Dulcênio ressaltou o simbolismo das vestes: João se
apresenta com pele de camelo e cinturão de couro, enquanto Isaías anuncia o
Cristo revestido de justiça e fidelidade. Assim, o Batista representa a
preparação, e Cristo, a plenitude do anúncio, trazendo a paz e o julgamento
justo.
“Testamento e o primeiro do Novo é imperfeita. Isso é provado
pelos apetrechos da indumentária usada por João em paralelo demonstrado pelo
mesmo Isaías, na Primeira Leitura de hoje (cf. Is 11,1-10), que traz,
teologicamente, os ornatos da flor do rebento de Jessé (cf. Is 11,1), quando
retrata as “vestes” do Cristo, Justo Juiz, que virá trazer a paz: “Cingirá a
cintura com a correia da justiça e as costas com a faixa da fidelidade” (Is
11,5). Assim, enquanto João se cingia de couro, o Cristo o faz com a justiça e
a fidelidade”.
Na homilia, o Bispo também evidenciou o contraste entre os
batismos. João batiza com água para a conversão; Cristo batiza “com o Espírito
Santo e com fogo”, que purifica e fortalece. Citando Santo Hilário, Dom
Dulcênio afirmou que o fogo do Espírito conduz à salvação, mas, se não houver
frutos, será também juízo.
“[João] “designa, portanto, o tempo da nossa salvação e do
julgamento no Senhor, dizendo: Ele vos batizará com o Espírito Santo e com
fogo. Porque, para os batizados no Espírito Santo, resta ser consumado pelo
fogo do julgamento” (In Ev. Matthaei, 204), caso sejamos, por culpa nossa,
mesmo que assistidos pelo Espírito Santo que recebemos para frutificar em nossa
vida, infrutíferos”, pegou.
Concluindo, o Bispo convidou os fiéis a viverem um Advento marcado
pela vigilância e conversão, seguindo o exemplo de vida austera de João
Batista. Recordando São João Crisóstomo, destacou que arrependimento verdadeiro
não caminhará com uma vida superficial. Assim, prepara-se o coração para
acolher o Senhor que vem.
“Imitemos, pois, também nós João; e apartados do excesso na comida
e da embriaguez, tomemos um modo austero de vida. Agora é tempo de confessar os
pecados para os catecúmenos e para os batizados: para aqueles, a fim de que,
depois de cumprir sua penitência, se acerquem aos sagrados mistérios; para
estes (a saber: para os já batizados) a fim de que, limpos das manchas
contraídas depois do batismo, se acerquem à sagrada mesa com uma consciência
pura”, findou.
Missa na Festa de Nossa Senhora da Conceição, em Sumé
Ainda neste II Domingo do Advento, Dom Dulcênio foi até a cidade
de Sumé, onde a comunidade paroquial vivencia com fé e unidade as festividades
em honra a Nossa Senhora da Conceição, padroeira local. O Bispo presidiu a
Santa Missa que marcou a última noite da novena em preparação para a festa da
Imaculada Conceição, celebrada nesta segunda-feira, 8 de dezembro.
O Pároco, Padre José Marcondes, juntamente com o Vigário Paroquial,
Padre Danilo Monteiro, acolheu o Bispo Diocesano, que foi recebido com grande
alegria pelos fiéis. A Igreja estave repleta, evidenciando a devoção e o amor
da comunidade à sua padroeira.
Homilia
O Bispo destacou que João Batista cumpriu as profecias como “voz
que clama no deserto”, chamando todos à conversão. Sua pregação, disse ele,
atingia multidões de diferentes origens e intenções, mas exigia de cada um
mudança de vida e responsabilidade diante de Deus.
“Esta é a voz que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor,
endireitai suas veredas” (Is 40,3; Mt 3,3). É tão especial que foi chamado de
segundo Elias, enviado para converter o coração dos pais para os filhos, e o
coração dos filhos para os pais (cf. Ml 23,3). É tão especial, enfim, que, no
ínclito da sua pregação, foi confundido como sendo o Cristo (cf. Jo 1,20; Lc
3,15)”, pregou.
Dom Dulcênio explicou que o Batista dispunha o povo para o
verdadeiro batismo, aquele “no Espírito Santo”, e denunciava os que buscavam
apenas aparências religiosas, pedindo frutos concretos que comprovassem uma
sincera conversão.
“Para esta disposição, o Batista batizava-os após a confissão de
seus pecados, preparando-lhes para o verdadeiro batismo, não o de arrependimento
(como ele mesmo fazia), mas aquele do perdão dos pecados, recebido por nós, o
feito com o Espírito Santo como ingresso para a vida divina (cf. Mt 3,11-12).
[...] Produzi frutos que provem a vossa conversão”, disse.
O Bispo ressaltou também a humildade de João, visível em seu modo
de viver simples e desapegado. Suas roupas e alimentos revelavam um coração
livre dos excessos, ensinando que a fé se expressa em gestos como partilha,
justiça e honestidade.
“João usava uma roupa feita de pelos de camelo e um cinturão de
couro em torno de seus rins; comia gafanhotos e mel do campo” (Mt 3,4). Mas,
este movimento do seu interior apequenado para conter Deus e ser contido por
Ele, a quem aguardava, também era um pregão para todos: “Quem tem duas túnicas
dê uma ao que não tem; e quem tem o que comer, faça o mesmo. […]”, trouxe.
Ao concluir, sublinhou a alegria espiritual do Precursor, que se
considerava “amigo do Esposo”. João esperava o Cristo sem tristeza ou desânimo,
mas com entusiasmo, convidando também os cristãos a viverem o Advento com
esperança e alegria.
“Não é por acaso que o próprio João se denomina “amigo do Esposo”
(Jo 3,29), função que, nas núpcias, era destinada a alguém muito íntimo do
nubente. O cristão, como João, é marcado pela espera. Entretanto, não devemos
esperar amargurados. Ansiosos para que se completem as promessas do Senhor que
vem, não estejamos tristes, ainda que das agruras pelo preço que a espera exige
de nós. O Senhor, que vem, também concede da Sua alegria ao coração que o aguarda;
espero que ao nosso coração”, concluiu.
Por:
Ascom
Fotos: Pascom Catedral e Pascom de Sumé














































