Na festa da Dedicação da Basílica do Latrão, Diocese celebra o Dia Mundial dos Pobres

Postado em 09/11/25 às 16:247 minutos de leitura85 views

A Diocese de Campina Grande celebrou, neste domingo (9), o Dia Mundial dos Pobres. A comemoração aconteceu no Santuário da Divina Misericórdia, localizado no bairro dos Cuités, reunindo moradores da região e diversas pastorais sociais que se uniram para oferecer um momento de acolhida, lazer e espiritualidade.

O Dia Mundial dos Pobres é celebrado pela Igreja no próximo domingo, 16 de novembro. No entanto, a Diocese de Campina Grande antecipou a comemoração, uma vez que, no próximo domingo, as pastorais sociais participarão de sua peregrinação jubilar até a Catedral, dentro das celebrações do Jubileu da Esperança.

Como acontece todos os anos, a ação foi voltada especialmente às famílias em situação de vulnerabilidade. A programação incluiu um café da manhã partilhado, atividades recreativas para as crianças e um almoço comunitário; a ação beneficiou mais de 600 pessoas. O gesto concreto de caridade reforçou o compromisso da Igreja com a dignidade dos necessitados, em sintonia com o apelo do Papa Francisco, que instituiu este dia como um chamado à atenção e ao amor pelos mais pobres.

Ainda pela manhã, foi celebrada na capela do santuário a Santa Missa presidida por Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano, e concelebrada pelo Reitor do Santuário, Padre Paulo Sérgio. Também participaram os Diáconos Eduardo e Cazuza, este último Assistente Eclesiástico das Pastorais Sociais. A celebração, que reuniu centenas de fiéis de várias paróquias e comunidades, coincidiu com a liturgia da festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, destacando o sentido de comunhão e serviço que une toda a Igreja.

Durante a missa, os seminaristas Allan Pereira e Miguel Rocha realizaram a profissão de fé e o juramento de fidelidade, etapas que antecedem a ordenação diaconal, marcada para o próximo dia 12 de dezembro. O seminarista Mike Everson, que também será ordenado diácono, fez o mesmo rito na Paróquia de Nossa Senhora das Dores, em Monteiro. O momento foi de alegria e gratidão pela vocação e pelo testemunho de serviço desses futuros ministros da Igreja.

Homilia

Dom Dulcênio convidou os fiéis a refletirem sobre a santidade da Igreja e a própria vocação à santidade. A liturgia recorda que a Igreja é Esposa, Templo e Corpo de Cristo, edificada sobre Ele e habitada pelo Espírito.

“Como é rica a Liturgia de hoje em alusão a Cristo e a Sua Igreja! Esposa (cf. Ap 21,2), Templo (cf. Ez 4,1), Cidade de Deus e morada do Altíssimo (cf. Sl 45,5), cidade santa (cf. Ap 21,2), construção e santuário de Deus (cf. 1Cor 3,9c.16). E tudo isso porque é a Igreja o Corpo do Senhor (cf. Jo 2,19.21); por estar ela Nele alicerçado (cf. 1Cor 3,11)”, iniciou sua reflexão.

O bispo destacou que somos “santuário de Deus” (1Cor 3,16), e que a santidade da Igreja se reflete no modo de viver de seus membros. Assim, cada cristão deve cuidar para não profanar esse templo interior pelo pecado, permanecendo unido à Cabeça, que é Cristo.

“A esta santidade da Igreja, como filhos seus, não somos indiferentes: porque a santidade da Igreja, assim como refulge a da sua Cabeça-Cristo, deve ser refulgida pela santidade de seus membros; ou seja: pela nossa eximiedade de procedermos bem, de acordo com o projeto de Deus. [...] Para tanto, exorta-nos a que não procedamos diferentemente da Cabeça e Fonte da santidade da Igreja”, destacou.

A homilia também lembrou a imagem do rio que brota do templo (Ez 47), símbolo das graças que jorram do coração de Cristo pela Igreja. Mesmo composta por pecadores, ela é santa porque vive da graça do Senhor e tem em si o poder de santificar, como ensinou São Paulo VI.

“A Igreja é santa, mesmo tendo pecadores em seu seio, pois não possui outra vida senão a da graça: é vivendo de sua vida que seus membros se santificam; é subtraindo-se à vida dela que caem nos pecados e nas desordens que impedem a irradiação da santidade dela. É por isso que ela sofre e faz penitência por essas faltas, das quais tem o poder de curar seus filhos, pelo sangue de Cristo e pelo dom do Espírito Santo” (Credo do Povo de Deus, 19)”, citou.

Dom Dulcênio concluiu recordando que a santidade deve brilhar dentro e fora dos templos. O cuidado com a casa de Deus e o respeito às celebrações revelam a fé viva de quem é Igreja. Citando São Bernardo, o bispo lembrou que o verdadeiro esplendor da Igreja é a santidade de seus filhos.

“Como descuidamos do nosso reto proceder, que também somos Igreja, templos do Senhor, consagrados desde o nosso batismo! Quantas vezes fazemos destes templos uma “casa de comércio” (cf. Jo 2,16), uma feira? Quantas vezes trocamos Deus pelo pecado? “O zelo por tua casa me consumirá” (Jo 2,17; cf. Sl 69,9). Infelizmente, a irreverência no templo é reflexo de uma vida onde Deus já foi destronado”, concluiu.

Por: Ascom
Fotos: Júnior Lira



Comentários (0)