Solenidade de Todos os Santos: Missa e Crisma em Nova Palmeira e em Pedra Lavrada

Postado em 02/11/25 às 00:0113 minutos de leitura81 views

Neste dia primeiro de novembro, em que a Igreja celebrou a Solenidade de Todos os Santos, o Bispo Diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, presidiu celebrações de Missa e Crisma em duas comunidades da Paróquia Nossa Senhora da Luz, sediada em Pedra Lavrada.

Pela manhã, Dom Dulcênio esteve na Igreja de Nossa Senhora da Guia, na cidade de Nova Palmeira, onde presidiu a Santa Missa e conferiu o Sacramento da Crisma a 87 jovens e adultos. A celebração, marcada por alegria e fé, reuniu fiéis, familiares, padrinhos e madrinhas, que acompanharam os crismandos neste importante momento de amadurecimento na vida cristã. Também participou da celebração o Pároco, Pe. Antônio Batista, e os seminaristas.

Em sua Homilia, Dom Dulcênio destacou que celebrar Todos os Santos é celebrar o triunfo da graça sobre a fraqueza humana. A santidade, portanto, não é mérito pessoal, mas dom recebido, fruto da união com o Senhor que age e santifica.

A partir da Liturgia, o bispo recordou que a santidade nasce da provação e da fidelidade. O Apocalipse mostra os santos como “os que vieram da grande tribulação”, indicando que seguir Cristo exige perseverança e entrega. Lavar as vestes no sangue do Cordeiro significa mergulhar na vida e na cruz de Cristo, unindo-se a Ele na dor e na esperança.

“Permitidas por Deus, as provações devem fazer com que nos unamos mais a Ele, que nos fortalece com a Sua providência. [...] isso de lavar e alvejar as vestes no sangue do Cordeiro, de encharcar-nos, traz-nos a ideia de mergulho em Cristo, porque, revestindo-nos Dele, mergulhando em Sua vida divina, fazemos dela nossa, inclusive no que diz respeito à dignidade de sermos filhos de Deus, condição proporcionada pela redenção cumulada pelo Sacrifício do Senhor”, pregou.

Dom Dulcênio também refletiu sobre o “revestir-se de Cristo”: pelo batismo, o cristão recebe uma veste espiritual e o chamado a viver conforme o exemplo do Senhor. Ser santo é imitar Jesus, praticando as Bem-Aventuranças, verdadeiro mapa da santidade.

“Santo é aquele que imita Jesus. [...] Nenhuma bem-aventurança é alheia à vida do Senhor. Nenhuma. E se quisermos ser santos, se desejamos imitar Jesus, sigamos o que a "constituição para a vida do cristão" prescreve. Para tanto, faz-se necessário que não tenhamos um olhar descomprometido com Jesus, como as multidões que O olhavam ao longe, mas que aceitemos o Seu convite de irmos até Ele e Dele aprendermos”, refletiu.

Por fim, inspirado em São Gregório de Nissa, o bispo afirmou que o santo se torna semelhante a Deus pelo amor. Essa é a vocação de todos: ser santos como Deus é santo, vivendo o amor como plenitude da existência.

“Uma vida de santidade é um constante desinstalar-se, violentar-se; é um ultrapassar a natureza humana. [...] ‘De mortal se torna imortal; de efêmero, eterno; em suma, de homem, Deus.’ Que sintamos o Seu imperativo inesquecível: ‘Sede santos como eu, vosso Deus, sou Santo.’”, findou.

Missa e Crisma em Pedra Lavrada

À tarde, o Bispo seguiu para a sede paroquial, em Pedra Lavrada, onde presidiu nova Missa com Crisma, ocasião em que 69 jovens e adultos receberam o sacramento. A comunidade paroquial se reuniu em grande número para celebrar e testemunhar este passo significativo na vida dos crismandos e na caminhada de fé da paróquia.

Durante as celebrações, Dom Dulcênio destacou a importância de viver a santidade no cotidiano e de permanecer firmes na fé, sustentados pelo Espírito Santo. O Pároco Pe. Antônio Batista agradeceu ao Bispo pela presença e pela presidência nas duas celebrações, ressaltando a alegria das comunidades por acolhê-lo neste dia festivo.

Encerrando, o Bispo invocou a intercessão de Todos os Santos e Santas de Deus sobre os fiéis, pedindo que fortaleçam a caminhada pastoral da paróquia e inspirem os recém-crismados a testemunharem o Evangelho com coragem e fidelidade.

Homilia

Dulcênio apresentou a santidade como expressão da verdadeira liberdade. Inspirando-se em São Paulo, o bispo mostrou que a santidade implica uma entrega total a Deus, uma “anulação pessoal” que nasce da liberdade interior.

Sendo assim, o prelado relacionou a santidade com as Bem-Aventuranças, que revelam o modo de ser livre segundo o coração de Deus. O santo é feliz porque nada o prende aos bens ou aos prazeres do mundo. Sua alegria vem de viver conforme o Evangelho e de encontrar em Deus o verdadeiro sentido da vida.

“E por mais que bem-aventurado seja feliz, felizardo, santo, podemos dizer: bem-aventurado é livre. Dizia-lhes que a anulação pessoal ou é de quem perdeu o brilho de viver ou de quem é livre. Ainda neste último, acrescento: a santidade gera liberdade, gera felicidade. Quem perdeu o gosto de viver não tem felicidade, não é santo, pois não é possível haver santos tristes, que não descobriram em Deus o porquê viver”, disse.

A liberdade dos santos, afirmou o bispo, consiste em olhar o mundo com os olhos de Deus e desapegar-se do que é passageiro. O santo confia no Senhor e espera n’Ele a vida eterna. Essa confiança o liberta do medo e do apego, permitindo-lhe viver com serenidade e esperança.

“O santo, que é livre, é diferente por ver as coisas com o olhar de Deus; a elas não se apega; tem o mundo por passageiro e os seus prazeres por vis. Livre como filho, mesmo sem saber o que será quando da manifestação final de Deus, como escutamos na Segunda Leitura (cf. 1Jo 3,2), apenas confia que Nele viverá para sempre, na Sua glória. E este fato sempiterno já lhe enche os mais profundos anseios”, trouxe.

Por fim, Dom Dulcênio recordou que fomos comprados “pelo precioso sangue de Cristo” para viver na liberdade dos filhos de Deus. Ser santo é, portanto, uma vocação universal e urgente: todos somos chamados a buscar as coisas eternas e usar as temporais apenas como meios para chegar a Deus.

“Não nos conspurcaremos com as coisas sujas deste mundo, mas, sobrepondo-nos a elas, delas nos utilizaremos para buscar o querer de Deus, a nossa santificação, porque isto de ser santo é para mim, é para cada um de nós, é uma urgência para já, para hoje, na resposta subjetiva que devemos dar Àquele que, Santíssimo, é a fonte inesgotável de toda santidade”, concluiu.

Por: Ascom
Fotos: Pascom’s Locais



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