Encerramento da Festa de Nossa Senhora das Mercês reúne multidão em Cuité
Fiéis e devotos celebram com fé e emoção a padroeira da cidade
Em uma noite marcada pela fé, emoção e demonstrações de devoção,
centenas de fiéis se reuniram nesta quarta-feira, 24 de setembro, para o
encerramento da tradicional festa de Nossa Senhora das Mercês, padroeira da
cidade de Cuité, no Curimataú paraibano.
A programação culminou com a Santa Missa festiva, presidida pelo
Bispo Diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos. A celebração
campal, realizada em frente à igreja matriz, contou com a presença de padres
concelebrantes, religiosos, seminaristas, além de uma multidão de devotos
vindos de várias regiões.
Durante a acolhida, o Pároco local, Padre João Paulo, destacou a
importância da presença do bispo neste dia festivo e agradeceu a participação
dos fiéis e peregrinos que veio do Curimataú e de outras regiões.
Após a missa, os fiéis participaram da tradicional procissão com a
imagem de Nossa Senhora das Mercês, percorrendo as principais ruas da cidade. A
caminhada foi marcada por cantos, orações e um profundo espírito de fé, encerrando
os nove dias de novenário que prepararam espiritualmente a comunidade para esse
grande momento.
Homilia
Dom Dulcênio levou a reviver espiritualmente o momento da
Anunciação, destacando a oração da Virgem Maria como expressão do desejo
sincero pela vinda do Salvador. Ao se cumprir a plenitude dos tempos, Deus une
misericórdia e justiça, escolhendo uma jovem simples e piedosa para ser a Mãe
de seu Filho.
“Façamos em espírito uma viagem através do espaço e do tempo, para
nos encontrarmos em Nazaré, da Palestina, no início da era cristã.
Acerquemo-nos da Virgem Maria. Está a orar. Deseja ardentemente a vinda do
Salvador de Israel. Unamos nossas orações às suas orações, nossos desejos aos
seus desejos. Cumpria-se a plenitude dos tempos, estava pronto o decreto de
reconciliação e de salvação. Nos desígnios de Deus uniam-se a sabedoria e a
bondade, abraçavam-se a misericórdia e a justiça...”, iniciou.
A encarnação do Verbo, que desce do céu à terra, revela a lógica
divina: o Altíssimo se faz pequeno e escolhe o humilde. O prelado sublinhou que
Maria, desconhecida do mundo, é exaltada por sua fé e pureza. É nela que
encontramos o verdadeiro modelo cristão: entrega total à vontade de Deus.
“Ao Filho de Deus era preciso uma pátria – procura uma terra sem
glórias; era preciso um lar, escolhe-o uma aldeia sem prestígio; era preciso
uma mãe... a quem se dirige? A eleita do Senhor: Maria – uma donzela humilde,
modesta, desconhecida do mundo. Era, porém, a mais piedosa, a mais humilde, a
mais pura dentre as mulheres. É que o verdadeiro merecimento aos olhos de Deus
constituiu-se assim...”, pregou.
A saudação do Anjo — "Ave, cheia de graça" — revela a
grandeza de Maria e a missão que ela assume por todos nós. Mesmo perturbada,
responde com fé. Por sua aceitação, recebemos, por seu intermédio, o Salvador e
todas as graças ligadas a Ele.
“E, uma vez que estamos lá, recebamos o Anjo Gabriel à soleira da
pobre casa. Ouçamos-lhe a devota saudação, e aprendamos com ele a recitá-la com
sentimentos de alegria, de veneração e de comovida admiração. Não é justo que
coroemos de glória Aquela que o Céu acaba de escolher? Desta glória, a fórmula
mais expressiva é a ‘Ave-Maria’”, disse.
Por fim, o "faça-se" de Maria mostra sua humildade mesmo
diante da exaltação. Ela se reconhece serva e nos ensina a também nos
colocarmos a serviço de Deus. Celebrar Nossa Senhora das Mercês é agradecer por
sua entrega e nos comprometer com a missão de viver como seus filhos.
“Vejam em que termos Maria consente: ‘Eis a serva do Senhor,
faça-se em mim segundo a vossa palavra’. Ela sabe e sente quem é, e quer
continuar a sê-lo. O homem não passa de um servidor de Deus, mesmo que constituído
em dignidade. Maria lembra-se disso, justo no momento de sua maior exaltação...
Saibamos colher o exemplo sublime, mostrando que somos dignos filhos de Deus e
de Maria...” findou.
Por:
Ascom
Fotos: Pascom Paroquial