Agosto, Mês das Vocações: Missa na Catedral e Festa de São João Maria Vianney
Neste
18º Domingo do Tempo Comum, 03 de agosto, dentro da vivência do Mês Vocacional,
a Igreja no Brasil voltou sua atenção para a vocação sacerdotal, rezando
especialmente pelos Ministros Ordenados. Na Catedral diocesana, a tradicional
Missa do Lar foi presidida por Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano de
Campina Grande.
Durante
a celebração, Dom Dulcênio convocou os fiéis a rezarem pelos padres, recordando
a proximidade do Dia do Padre, celebrado em 04 de agosto, memória de São João
Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes, e por todos os ministros ordenados:
“Coloquemos no Altar de Deus os padres, diáconos e todos aqueles que se dedicam
à causa do Reino, que estão a serviço da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo”,
exortou.
A
missa foi concelebrada pelo Padre Luciano Guedes, Pároco da Catedral e Vigário
Geral, com a assistência litúrgica do Diácono Anderson e dos seminaristas. A
celebração reuniu centenas de fiéis na igreja-mãe da diocese e contou com
transmissão ao vivo pelo canal oficial da Diocese no YouTube e pela Rádio
Caturité FM 104.1.
O
Mês Vocacional segue com intenções específicas a cada domingo: no próximo, a
Igreja rezará pelas vocações à vida em família.
Homilia
A
homilia de Dom Dulcênio convidou a uma reflexão incisiva sobre nossas
prioridades. A pergunta central — “qual o lugar de Deus em nosso coração?” - expõe
o conflito entre o apego aos bens e a busca do Bem verdadeiro. O bispo chamou
atenção para o risco de transformar coisas passageiras em ídolos, desviando o
coração do essencial: Deus.
“Hoje,
deparamo-nos com uma pergunta fundamental: qual o lugar que ansiamos para Deus
no nosso coração? Diante desta pergunta, temos a objetividade da nossa vida e
das escolhas que, nela, fazemos. Responderá bem quem, de fato, aguçar a própria
consciência. Buscamos Deus em primeiríssimo lugar ou fantasiamos os bens como deuses,
idolatrando-os? Queremos a abundância de bens ou a abundância Daquele que é o
Bem? Em que consiste a nossa riqueza?”, refletiu.
A crítica à avareza é aprofundada com apoio em São Tomás Morus e
no padre Manuel Bernardes, que a comparam ao fogo: quanto mais consome, mais
deseja. Essa imagem ilustra como a ganância nunca se sacia, tornando-se um
vício que escraviza.
Inspirado em São Paulo, Dom Dulcênio lembrou que a cobiça é
idolatria e sinal de uma vida voltada à terra, não ao céu. Muitos cristãos,
mesmo batizados, voltam à morte espiritual por se prenderem aos bens.
“E
quantos cristãos estão a desperdiçar a oportunidade de ascender ao céu porque
se amarraram ao que é da terra e estão a apodrecer com os seus bens, pela sua
ganância, pela sua avareza?! Quem vive assim, faz da vida mero sofrimento, um
tormento. “Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é
rico diante de Deus” (Lc 12,21)”, pregou.
Ao final, o bispo ofereceu esperança com as palavras de Jesus:
Deus cuida de nós mais do que cuida dos lírios ou dos corvos. Não devemos nos
inquietar com o que comer ou vestir, mas buscar primeiro o Reino.
“Apresentarei
o que o Senhor afirma, em promessa, nos versículos seguintes ao recorte de São
Lucas apresentado pela Liturgia da Palavra de hoje, e, com isto, concluirei:
“Eu vos digo: não vivais preocupados com o que comer, quanto à vida; nem com o
que vestir, quanto ao corpo. A vida é mais que o alimento, e o corpo, mais do que
a roupa. Olhai os corvos: não semeiam nem colhem, não têm celeiro nem despensa.
No entanto, Deus os sustenta. Será que vós não valeis mais do que os pássaros?”,
concluiu.
Missa
na Festa de São João Maria Vianney, no Seminário Diocesano
Ainda neste domingo à noite, Dom Dulcênio presidiu a missa festiva
em preparação à festa de São João Maria Vianney, padroeiro do Seminário
Diocesano e dos padres. A celebração integrou o penúltimo dia da programação
festiva iniciada em 31 de julho, cujo tema deste ano é: “A esperança nos leva a
fazer todas as nossas ações em vista de agradar a Deus”.
Durante a celebração, ocorreu ainda um momento de grande alegria e
significado para a comunidade: a admissão de quatro novos fiéis, vindos de
igrejas protestantes, que agora passam a fazer parte da Santa Mãe Igreja
Católica.
A Missa reuniu centenas de fiéis no Seminário, que acolheram com
entusiasmo o bispo diocesano. Concelebrou a missa o Padre Leandro Márcio,
Reitor do Seminário, com o auxílio litúrgico dos Diáconos Brito e Marco Danillo.
A festa será concluída nesta segunda-feira, 04 de agosto, data em
que a Igreja celebra a memória de São João Maria Vianney, patrono dos
sacerdotes.
Homilia
Dom
Dulcênio refletiu sobre os vícios da vaidade e da ganância, abordados na
Liturgia deste domingo. Inspirado nos textos de Eclesiastes, São Lucas e São
Paulo, ele alertou para os perigos de uma vida voltada aos bens materiais, que
geram vazio interior e afastam o cristão de seu verdadeiro fim: a santidade.
O bispo explicou que vaidade e ganância são expressões de um
coração voltado para si, preso às aparências e ao lucro. Contra isso, são
necessárias virtudes como a generosidade, a justiça e a humildade.
“Todos
os defeitos devem ser combatidos com as virtudes, que são forças sobrenaturais
para que o coração humano, fortificado, lute contra o que, em si, no seu
interior, vai de encontro ao querido por Deus, a nossa santificação e, com
esta, a nossa verdadeira felicidade. Santo Tomás de Aquino receitará a generosidade
e a justiça para o combate da avareza, da ganância, ao que a humildade é
remédio para a vaidade; para a soberba”, destacou.
Jesus afirma que “a vida do homem não consiste na abundância de
bens”, lembrando que o apego à matéria desorienta a alma. Dom Dulcênio reforçou:
se buscássemos com o mesmo empenho os bens espirituais, o mundo seria mais
justo e santo. Trabalhar, ter bens, não é pecado; o erro está em colocá-los
como centro da vida.
“Vejam:
se as pessoas buscassem com grande tenacidade os bens da alma, e, portanto, os
eternos, como buscam as aparências, o glamour, os patrimônios deste século, com
certeza a lógica mundana não seria regida pelas frivolidades, pelo banal, pelo
pecado, pois haveria em muitos o esforço para alcançarem asalvação: "Se
ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar o que é do alto, onde está
Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas
terrestres" (CI 3,1-2)”, pregou.
Por fim, o bispo convidou os fiéis a viverem o desprendimento,
como fez Jó, confiando tudo a Deus. O cristão que deseja o Céu precisa aprender
a usar os bens com sabedoria e desapego. Somente quem tem o coração livre das
vaidades deste mundo é capaz de encontrar, já nesta vida, a verdadeira alegria:
Deus.
“se
os bens que temos e utilizamos se para a glória de Deus, saberemos utilizá-los
com desprendimento e não nos queixaremos se alguma vez vêm a faltar-nos. Quando
o Senhor quer ou permite que nos falte alguma coisa, isso não nos arrebatará a
alegria. |..] e saberemos repartir com os outros o muito e o pouco que venhamos
a possuir eque outros não possuem" (Ibidem, 246). Naquela mesma dinâmica
do justo Jó: O" Senhor deu, o Senhor tirou; como foi do agrado do Senhor,
assim aconteceu. Bendito seja o Nome do Senhor" (1,21)”, findou.
Por: Ascom
Fotos: Pascom catedral e Pascom do Seminário)
REGISTRO DA FESTA DE SÃO JOÃO MARIA VIANNEY