Solenidade de São Pedro e São Paulo: Missa na Catedral e em Caraúbas
Neste
domingo, 29 de junho, a Igreja Católica celebrou em todo o mundo a Solenidade
de São Pedro e São Paulo, Apóstolos que são considerados colunas e alicerces da
fé cristã. A data também marca, tradicionalmente, o Dia do Papa — atualmente o
Papa Leão XIV — momento de comunhão e oração pelo sucessor de Pedro.
O
Bispo Diocesano, Dom Dulcênio Fontes de Matos, presidiu duas missas solenes em
honra aos santos Apóstolos. Pela manhã, o prelado celebrou a tradicional Missa
do Lar na Catedral Diocesana de Nossa Senhora da Conceição. A celebração reuniu
centenas de fiéis, incluindo muitos turistas que visitam a cidade durante o
período das festividades juninas.
A
missa contou com a concelebração do Padre Luiz Pereira, da Diocese de Mogi das
Cruzes (SP), e com o apoio litúrgico do Diácono Ricardo e dos seminaristas da
diocese.
A
homilia de Dom Dulcênio destacou a missão sobrenatural da Igreja, sustentada
pela graça de Cristo. Mesmo entre dores e perseguições, a Igreja cresce, não
por força humana, mas por ação divina. O martírio de São Pedro e São Paulo
mostra como o testemunho de fé é fonte de vida e fecundidade para a missão da
Igreja no mundo.
São
Pedro é lembrado como aquele que, mesmo com suas falhas, foi escolhido por
Cristo para ser a pedra da Igreja. Sua caminhada foi marcada por altos e
baixos, mas também por conversão e coragem. A fidelidade final de Pedro, que
entregou a vida em martírio, mostra como Deus transforma a fraqueza humana em
força espiritual.
“Mas,
observemos como Pedro, não obstante as suas infidelidades, numa atitude de
conversão e coragem, chegou àquilo que a fidelidade a Deus lhe exigia,
alinhando o seu perfil conforme o querer do Senhor, que conhecendo a todos pelo
coração, reservou-lhe o governo supremo de Sua Igreja, fazendo-lhe a sua principal
coluna deste edifício espiritual (cf. 1Pd 2,5), o que lhe reivindicou o
martírio cruento, quando o crucificaram de cabeça para baixo”, refletiu.
São
Paulo, por sua vez, foi de perseguidor a apóstolo fervoroso. Sua vida foi
inteiramente dedicada à missão, enfrentando sofrimentos e perigos por amor ao
Evangelho. Ele reconhecia que tudo vinha da graça, e que seu trabalho era para
o bem da Igreja.
“Observemos
ainda a belíssima visão de Paulo de como a graça divina agia em si, não para o
seu próprio bem, mas, sobretudo, para o bem da Igreja (cf. 2Cor 11,28). E ainda
que os Atos dos Apóstolos, assim como faz com Pedro, ignore o final da vida de
Paulo, sabemos que se desgastou até o fio da espada, morrendo, para anunciar o
Evangelho de Cristo, conveniente ou inconvenientemente, mundo à fora”, pregou.
Por
fim, a homilia nos convidou a olhar para Pedro e Paulo como modelos de fé e
entrega. Amigos de Cristo, viveram e morreram pelo Reino. Seu testemunho deve
nos inspirar a viver com a mesma coragem e fidelidade.
“Observando-lhes,
observemo-nos, e que permitamos que se encha o nosso coração das virtudes que
foram geradas pelo testemunho magnânimo que deram tais corifeus da Igreja, para
que lhes imitemos”, findou.
Missa
na Paróquia de São Pedro, em Caraúbas
À noite, dando continuidade às celebrações da Solenidade de São Pedro e São
Paulo, Dom Dulcênio visitou a cidade de Caraúbas, no Cariri paraibano, onde
presidiu a terceira noite do novenário em honra a São Pedro, padroeiro da
paróquia.
A
celebração foi marcada pela acolhida calorosa dos fiéis, que receberam com
grande alegria o seu pastor diocesano. A Santa Missa foi concelebrada pelo Pároco,
Padre Adriel Falcão, e contou com expressiva participação da comunidade local e
de visitantes.
A
tradicional Festa de São Pedro em Caraúbas segue até o próximo domingo, 6 de
julho, com uma programação religiosa e cultural que inclui novenas, celebrações
eucarísticas, procissão e quermesse.
Homilia
O
bispo destacou que celebrar São Pedro e São Paulo é celebrar a fé que recebemos
como herança. A Igreja reconhece neles os pilares do cristianismo: homens que
não só creram, mas viveram e morreram por essa fé. A Oração da Missa pede que
sigamos seus ensinamentos, pois neles está o fundamento da fé católica.
Pregando
sobre Pedro, sublinhou que sua fé, apesar das quedas, foi firme o bastante para
que Cristo o escolhesse como pedra da Igreja. São Leão Magno recorda que,
embora muitos sejam pastores, Pedro é o guia visível, aquele a quem Cristo
confiou a missão de fortalecer os irmãos.
“Embora
no povo de Deus haja muitos sacerdotes e pastores, na verdade, Pedro é o
verdadeiro guia de todos aqueles que têm Cristo como chefe supremo. Deus
dignou-se conceder a este homem, caríssimos filhos, uma grande e admirável
participação no seu poder. E se ele quis que os outros chefes da Igreja
tivessem com Pedro algo em comum, foi por intermédio do mesmo Pedro que isso
lhes foi concedido" (Sermo 4,2)”, trouxe.
Mesmo
com suas falhas, Pedro mostrou que a fé exige conversão e fidelidade. Ele viveu
com coragem a missão recebida e deu a vida por ela. Sua história prova que a fé
é mais que crença: é compromisso, é entrega, é testemunho concreto de amor a
Deus.
“O
primeiro e melhor dos papas superou tudo isso, manteve seu rebanho pelo mundo
conhecido e, no final, morreu por isso" (p. 35). Logo, percebemos que a fé
católica não é estéril a quem quer que seja; antes, desde aquele que foi
constituído basilar na fé pelo próprio Deus, percebemos que ao ato de crer
enriquece-se o ato de viver, de compromisso com esta mesma fé”.
Paulo
viveu o mesmo espírito: de perseguidor se tornou apóstolo ardoroso. Viu na fé a
Verdade e por ela se deixou conduzir até o martírio. Ambos morreram em Roma, e
seus túmulos são, como disse Eusébio, troféus da fé. Pedro e Paulo nos ensinam
que crer é viver e morrer por Cristo com coragem e amor.
“Isto
também vemos na vida de Paulo em tantas passagens do Novo Testamento,
principalmente neste "balanço" que, já aprisionado, o Apóstolo dos
Pagãos faz da sua existência totalmente modificada pela fé; existência que se
tornou missão, tal como ouvimos na Segunda Leitura (cf. 2Tm 4,6-8.17-18). Para
esta "Segunda Coluna", a fé equivale à Verdade. Portanto, mergulhar
na fé é conhecer a Verdade; viver a fé é viver conforme a Verdade; é viver conforme
Cristo; é comprometer-se radicalmente com Ele: "Já não sou eu quem vivo, é
Cristo quem vive em mim" (Gl 2,20)”, concluiu.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial (Catedral e Caraúbas)