Solenidade de São Pedro e São Paulo: Missa na Catedral e em Caraúbas

Atualizado em 29/06/25 às 22:5910 minutos de leitura65 views

Neste domingo, 29 de junho, a Igreja Católica celebrou em todo o mundo a Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos que são considerados colunas e alicerces da fé cristã. A data também marca, tradicionalmente, o Dia do Papa — atualmente o Papa Leão XIV — momento de comunhão e oração pelo sucessor de Pedro.

O Bispo Diocesano, Dom Dulcênio Fontes de Matos, presidiu duas missas solenes em honra aos santos Apóstolos. Pela manhã, o prelado celebrou a tradicional Missa do Lar na Catedral Diocesana de Nossa Senhora da Conceição. A celebração reuniu centenas de fiéis, incluindo muitos turistas que visitam a cidade durante o período das festividades juninas.

A missa contou com a concelebração do Padre Luiz Pereira, da Diocese de Mogi das Cruzes (SP), e com o apoio litúrgico do Diácono Ricardo e dos seminaristas da diocese.

A homilia de Dom Dulcênio destacou a missão sobrenatural da Igreja, sustentada pela graça de Cristo. Mesmo entre dores e perseguições, a Igreja cresce, não por força humana, mas por ação divina. O martírio de São Pedro e São Paulo mostra como o testemunho de fé é fonte de vida e fecundidade para a missão da Igreja no mundo.

São Pedro é lembrado como aquele que, mesmo com suas falhas, foi escolhido por Cristo para ser a pedra da Igreja. Sua caminhada foi marcada por altos e baixos, mas também por conversão e coragem. A fidelidade final de Pedro, que entregou a vida em martírio, mostra como Deus transforma a fraqueza humana em força espiritual.

“Mas, observemos como Pedro, não obstante as suas infidelidades, numa atitude de conversão e coragem, chegou àquilo que a fidelidade a Deus lhe exigia, alinhando o seu perfil conforme o querer do Senhor, que conhecendo a todos pelo coração, reservou-lhe o governo supremo de Sua Igreja, fazendo-lhe a sua principal coluna deste edifício espiritual (cf. 1Pd 2,5), o que lhe reivindicou o martírio cruento, quando o crucificaram de cabeça para baixo”, refletiu.

São Paulo, por sua vez, foi de perseguidor a apóstolo fervoroso. Sua vida foi inteiramente dedicada à missão, enfrentando sofrimentos e perigos por amor ao Evangelho. Ele reconhecia que tudo vinha da graça, e que seu trabalho era para o bem da Igreja.

“Observemos ainda a belíssima visão de Paulo de como a graça divina agia em si, não para o seu próprio bem, mas, sobretudo, para o bem da Igreja (cf. 2Cor 11,28). E ainda que os Atos dos Apóstolos, assim como faz com Pedro, ignore o final da vida de Paulo, sabemos que se desgastou até o fio da espada, morrendo, para anunciar o Evangelho de Cristo, conveniente ou inconvenientemente, mundo à fora”, pregou.

Por fim, a homilia nos convidou a olhar para Pedro e Paulo como modelos de fé e entrega. Amigos de Cristo, viveram e morreram pelo Reino. Seu testemunho deve nos inspirar a viver com a mesma coragem e fidelidade.

“Observando-lhes, observemo-nos, e que permitamos que se encha o nosso coração das virtudes que foram geradas pelo testemunho magnânimo que deram tais corifeus da Igreja, para que lhes imitemos”, findou.

Missa na Paróquia de São Pedro, em Caraúbas

À noite, dando continuidade às celebrações da Solenidade de São Pedro e São Paulo, Dom Dulcênio visitou a cidade de Caraúbas, no Cariri paraibano, onde presidiu a terceira noite do novenário em honra a São Pedro, padroeiro da paróquia.

A celebração foi marcada pela acolhida calorosa dos fiéis, que receberam com grande alegria o seu pastor diocesano. A Santa Missa foi concelebrada pelo Pároco, Padre Adriel Falcão, e contou com expressiva participação da comunidade local e de visitantes.

A tradicional Festa de São Pedro em Caraúbas segue até o próximo domingo, 6 de julho, com uma programação religiosa e cultural que inclui novenas, celebrações eucarísticas, procissão e quermesse.

Homilia

O bispo destacou que celebrar São Pedro e São Paulo é celebrar a fé que recebemos como herança. A Igreja reconhece neles os pilares do cristianismo: homens que não só creram, mas viveram e morreram por essa fé. A Oração da Missa pede que sigamos seus ensinamentos, pois neles está o fundamento da fé católica.

Pregando sobre Pedro, sublinhou que sua fé, apesar das quedas, foi firme o bastante para que Cristo o escolhesse como pedra da Igreja. São Leão Magno recorda que, embora muitos sejam pastores, Pedro é o guia visível, aquele a quem Cristo confiou a missão de fortalecer os irmãos.

“Embora no povo de Deus haja muitos sacerdotes e pastores, na verdade, Pedro é o verdadeiro guia de todos aqueles que têm Cristo como chefe supremo. Deus dignou-se conceder a este homem, caríssimos filhos, uma grande e admirável participação no seu poder. E se ele quis que os outros chefes da Igreja tivessem com Pedro algo em comum, foi por intermédio do mesmo Pedro que isso lhes foi concedido" (Sermo 4,2)”, trouxe.

Mesmo com suas falhas, Pedro mostrou que a fé exige conversão e fidelidade. Ele viveu com coragem a missão recebida e deu a vida por ela. Sua história prova que a fé é mais que crença: é compromisso, é entrega, é testemunho concreto de amor a Deus.

“O primeiro e melhor dos papas superou tudo isso, manteve seu rebanho pelo mundo conhecido e, no final, morreu por isso" (p. 35). Logo, percebemos que a fé católica não é estéril a quem quer que seja; antes, desde aquele que foi constituído basilar na fé pelo próprio Deus, percebemos que ao ato de crer enriquece-se o ato de viver, de compromisso com esta mesma fé”.

Paulo viveu o mesmo espírito: de perseguidor se tornou apóstolo ardoroso. Viu na fé a Verdade e por ela se deixou conduzir até o martírio. Ambos morreram em Roma, e seus túmulos são, como disse Eusébio, troféus da fé. Pedro e Paulo nos ensinam que crer é viver e morrer por Cristo com coragem e amor.

“Isto também vemos na vida de Paulo em tantas passagens do Novo Testamento, principalmente neste "balanço" que, já aprisionado, o Apóstolo dos Pagãos faz da sua existência totalmente modificada pela fé; existência que se tornou missão, tal como ouvimos na Segunda Leitura (cf. 2Tm 4,6-8.17-18). Para esta "Segunda Coluna", a fé equivale à Verdade. Portanto, mergulhar na fé é conhecer a Verdade; viver a fé é viver conforme a Verdade; é viver conforme Cristo; é comprometer-se radicalmente com Ele: "Já não sou eu quem vivo, é Cristo quem vive em mim" (Gl 2,20)”, concluiu.

Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial (Catedral e Caraúbas)



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