Comunidade de São João do Tigre Celebra a Festa de seu Padroeiro, São João Batista
Neste
24 de junho, a Igreja celebrou a Solenidade da Natividade de São João Batista,
uma das raras festas do calendário litúrgico dedicada ao nascimento de um santo
– além de Jesus Cristo e Nossa Senhora. No Nordeste, essa celebração ganha
ainda mais destaque por estar integrada às tradicionais festas juninas, que
movimentam Paróquias e Comunidades da região.
Um
exemplo é a Comunidade de São João Batista, localizada na cidade de São João do
Tigre, pertencente à Paróquia de São José, em Camalaú. Durante três dias, a
comunidade promoveu um tríduo em preparação à festa do padroeiro.
O
encerramento das festividades nesta terça-feira, contou com a presença do Bispo
Diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, que presidiu a Santa
Missa. A celebração também foi marcada pelo aniversário de 63 anos de
Emancipação Política da cidade. A Eucaristia foi concelebrada pelo Pároco
local, Padre Erinaldo Lima.
Ao
final da missa, a comunidade participou da tradicional procissão com a imagem
de São João Batista, percorrendo as ruas da cidade em um momento de fé, devoção
e agradecimento.
A
homilia de Dom Dulcênio destacou a singularidade de São João Batista, cujo
nascimento é celebrado pela Igreja, junto ao de Cristo e da Virgem Maria. Isso
se deve à sua santidade desde o ventre materno, isento do pecado original, e à
sua missão profética como precursor do Messias.
“São
João Batista faz exceção desta regra, pelo motivo de ter vindo ao mundo em
estado de santidade, isento da lei do pecado original. Sabemos que seu
nascimento extraordinário, acompanhado de fatos igualmente extraordinários,
como o relatam os Santos Evangelhos. A narração bíblica do nascimento do
Precursor de Jesus Cristo, feita sob a inspiração do divino Espírito Santo, é
tão clara e circunstanciada, que não como acrescentar coisa alguma. Não
esqueçamos de que o nascimento dos santos produz a alegria de muitos, porque é
um bem comum”, destacou.
O encontro de Maria com Isabel revela o mistério da presença de
Deus já atuando no seio das mães. João salta de alegria no ventre ao ouvir a
saudação de Maria, sendo ali santificado. Os Santos Padres interpretam esse
gesto como reconhecimento da presença do Senhor.
“É
opinião unânime dos Santos Padres, que os sinais de prazer que João deu, antes
do nascimento, foram causados pelo fato de o Precursor, por uma graça especial
de Deus, ter conhecido a presença do Senhor e lhe haver prestado homenagem de
adoração. Dizem mais, que ao mesmo momento teria João sido santificado, como o
Anjo prometera”, trouxe.
O prelado sublinhou que João é a voz que clama no deserto, como
ele próprio afirma. Sua missão é anunciar, apontar e preparar o caminho para
Jesus. Não busca ser a Palavra, mas ecoá-la.
“Diante
de João Batista encontramo-nos com um homem coerente! Ele exige conversão pelo
testemunho de vida e pela pregação. Convida-nos a preparar os caminhos do
Senhor pela prática da justiça. Quem é João Batista? Ele mesmo responde: ‘Eu
sou uma voz, uma voz no deserto’ , mas, é uma voz sem Palavra, porque a Palavra
não é ele, é Outro, é Jesus. João constitui a ressonância da Palavra. ‘Eis
então, qual é o mistério de João: Nunca se apodera da Palavra. João é aquele
que indica, que assinala”, trouxe.
João
marca a passagem do Antigo para o Novo Testamento. O bispo reforçou que João é
o profeta que encerra uma era e inicia outra, apontando Jesus como o Cordeiro
de Deus. Seu nascimento e martírio estão ligados ao mistério da salvação.
“João apresenta a linha divisória entre os dois Testamentos. Os
quatro Evangelhos dão grande destaque à figura de João Batista, aquele profeta
que conclui o Antigo Testamento e inaugura o Novo, indicando em Jesus de Nazaré
o Messias, o Consagrado do Senhor! A sua pregação foi o começo do Evangelho de
Jesus Cristo, Filho de Deus (Mc 1,1). E o seu martirio foi um presságio da
Paixão do Salvador. Contudo, "João era uma voz passageira; Cristo é a
Palavra eterna desde o princípio" diz santo Agostinho”, findou.
Por:
Ascom
Fotos: Pascom Local