12º Domingo do Tempo Comum: Peregrinação à Catedral e Crisma na Paróquia de Areial
Neste
domingo, 22 de junho, a Catedral Diocesana de Nossa Senhora da Conceição
acolheu mais uma peregrinação dentro da programação do Ano Jubilar da
Esperança. A celebração do 12º Domingo do Tempo Comum reuniu os seminaristas do
Seminário Diocesano São João Maria Vianney, que participaram da “missa do lar”.
Inicialmente,
os seminaristas foram acolhidos pelo Pároco da Catedral e Vigário Geral da
Diocese, Padre Luciano Guedes, que também saudou o Padre Reitor do Seminário,
Padre Leandro de Normandia, e o Padre Jeferson, da Diocese de Santos, em visita
à cidade. A Eucaristia foi presidida por Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo
Diocesano, que expressou alegria pela presença dos futuros sacerdotes.
O
prelado destacou a importância das vocações para a vida da Igreja e afirmou que
uma das maiores alegrias de um bispo é acompanhar o florescimento de vocações
em sua diocese. “Graças a Deus, na nossa Igreja particular temos vocações”,
afirmou, lembrando também a preocupação da Igreja no Brasil com o tema
vocacional.
O
bispo ressaltou ainda a importância da oração pelas vocações, recitada em todas
as paróquias da Diocese, afirmando que ela tem sido eficaz e tocado o coração
de Deus. Ao final, agradeceu aos fiéis pelo apoio à Obra das Vocações
Sacerdotais (OVS), que tem colaborado ativamente com a manutenção do seminário.
Homilia
Dom
Dulcênio convidou os fiéis a reconhecerem a presença do Senhor mesmo nas
tribulações. A fé firme permite experimentar o consolo de Deus. A leitura do
profeta Zacarias revela que, após a dor, Deus Se mostra ainda mais próximo,
ferido por amor, oferecendo-nos salvação por meio de Sua entrega.
“São
tempos difíceis estes nos quais vivemos, em que os cristãos, sem desanimar, sem
desfocar o seu olhar de fé no Senhor, são chamados a dar razões de sua fidúcia,
demonstrando a onipotência Daquele em Quem acreditam. Percebam, já na Primeira
Leitura, que Deus, pelo Profeta Zacarias, promete que, depois das tribulações e
do pranto, Se mostrará ainda mais solidário, pois Se manifestará ferido de
amor, por ter Se deixado ferir de morte para o conforto da nossa vida; morte
Sua que será a nossa salvação”, trouxe.
No Evangelho de São Lucas, Jesus, após a oração, pergunta aos
discípulos quem Ele é. Dom Dulcênio destacou a diferença entre o povo, que tem
uma fé superficial, e os discípulos, que buscam intimidade com Cristo. A oração
é o caminho para reconhecer o Senhor, fortalecer-se e seguir com fidelidade
mesmo nos desafios diários.
“Outra
comparação importante podemos fazer: se na narrativa de São Mateus o cenário se
dá em Cesareia de Filipe, aqui, no Evangelho de São Lucas é após uma oração,
porque a vida espiritual nos faz criar intimidade com o Senhor para
reconhecê-Lo, ao que também é na vida espiritual que somos inspirados e fazemos
bons propósitos, pois nos dessedentando em Cristo, podemos restaurar as nossas
forças dos cansaços que nos rodeiam e seguir adiante, carregando a nossa cruz
cotidiana”, destacou.
A homilia reforçou que seguir Jesus exige decisão, renúncia e
transformação. A Segunda Leitura recorda que os batizados se revestem de
Cristo. Ser cristão é assumir essa nova vida, parecida com a do Senhor,
deixando-se guiar pela Sua graça e vivendo com coerência a fé professada.
“Mas,
o fato de reconhecer Jesus, a fonte acessível que, antes, por nós foi
perfurada, e de optarmos radicalmente por Ele num seguimento exigente, faz com
que também nos pareçamos com Ele, porque nos reveste com a Sua graça. Foi isso
que ouvimos na Segunda Leitura, na Carta de São Paulo aos Gálatas: “Vós todos
que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo” (Gl 3,27)”.
Dom Dulcênio encerrou com um apelo à escolha pessoal: Deus já
ofereceu a salvação; agora cabe a nós acolhê-la com coragem. Reconhecer Cristo
e segui-Lo com fidelidade é o caminho para a verdadeira vida. A graça foi dada,
resta-nos responder com confiança e entrega.
“Reconhecermos Jesus; decidirmo-nos por Ele, renunciando-nos;
carregarmos a cruz da nossa existência ao imitar-Lhe os passos; o perder a vida
para salvá-la somente onde ela tem salvação, isto é, no Senhor; revestirmo-nos
de Cristo, bebendo na fonte que jorra do Seu Coração… tudo isto se concentra na
experiência com Ele e, a partir desta mesma experiência duradoura a toda a
nossa vida, deixarmo-nos guiar para sempre, corajosamente. Que não nos furtemos
de tão verdadeira sorte, que, para consegui-la agora só depende de nós mesmos,
porque antes Deus já no-la deu”, encerrou.
Missa e Crisma na Paróquia de São José, em Areial
Ainda neste domingo, Dom Dulcênio visitou a Paróquia de São José,
na cidade de Areial, pertencente à Forania do Brejo, onde presidiu a Santa
Missa do 12º Domingo do Tempo Comum.
Durante a celebração, realizada no Ginásio de Esportes “O Nozão”,
o bispo conferiu o Sacramento da Crisma a 165 jovens da comunidade, em um momento
marcante de renovação da fé e compromisso com a vida cristã. Dom Dulcênio foi
calorosamente acolhido pelo Pároco, Padre Danilo César, pelos fiéis e
lideranças locais.
A missa contou, também, com a concelebração do Padre Flávio
Pereira, da Paróquia de Santa Ana, em Alagoa Nova, com o apoio litúrgico do
Diácono Jader e de seminaristas.
Homilia
Dom
Dulcênio iniciou sua homilia lembrando o chamado de Deus aos sedentos: “Vinde
às águas!” A água, desde Isaías até o encontro de Jesus com a Samaritana,
simboliza a graça divina. Em Zacarias, essa fonte é promessa de purificação. A
homilia aponta que essa água é o próprio Cristo, que sacia e purifica a alma.
“A
água é o próprio Jesus. Crucificado, Ele nos lava; de Seu peito aberto, aquela
água, aquele Sangue, que Lhe brotam, nos reconciliam com o Pai, purificam-nos
numa ablução insuperável de limpidez e de candura interiores. E não apenas nos purificam,
como também nos saciam a sede espiritual, a nossa secura, irrigando nosso
coração. A água é Cristo, ferido de morte, chorado pelos que O amam, dolorido,
consternado por nossas culpas, por causa de nós”, pregou.
Jesus, na cruz, deixa jorrar de Seu lado água e sangue. Essa
imagem revela que é d’Ele que brota a verdadeira vida. Cristo, ferido por amor,
nos limpa do pecado e sacia a nossa sede espiritual. É a água viva que renova o
coração humano e nos reconcilia com o Pai.
A partir dessa fonte divina, a alma já não deseja outro manancial.
Como no Salmo 62 e na visão de Ezequiel, onde a água gera vida e frutos, Cristo
também nos transforma. Quem O encontra, abandona o que é vazio e passa a viver
sustentado por Sua graça.
“Nesta
visão de Cristo-Fonte que jorra para a vida eterna, é que o Salmo 62, entoado
hoje, falará em ânsia, em sede, em satisfação da alma que busca, numa procura
incessante, o Senhor. E o interessante: por mais que Cristo seja a fonte, e
nós, os sedentos, bebendo do Seu divino Peito, saciados da água que Lhe jorra,
não conseguimos mais nos desvencilhar de estar unicamente neste manancial
perene, vivificante, revigorante, de maneira que, tudo o que é alheio a Ele
torna-se estranho para nós, poluído, portanto”.
Por fim, Dom Dulcênio recordou: a cruz é parte essencial dessa
fonte. Cristo nos salvou sofrendo, e nós somos chamados a segui-Lo, carregando
nossa cruz. Beber da água viva é aceitar o Crucificado como único caminho de
salvação. Nele, está a vida que não passa.
“Este
é o Cristo crucificado, repito. E, indagando os Seus discípulos sobre quem era
e a missão do Messias Salvador, previne-os sobre a Cruz - a Sua, pessoalmente
falando, aquela redentora -, de como seria a Sua glorificação, e de como, ainda,
cada cristão é convidado à participação do Seu sacrifício crudelíssimo:
cabe-nos carregar a nossa cruz, na maioria das vezes, incruenta no sangue, mas
sofrida no dia-a-dia, renunciando-nos, marginalizando de nosso interior todo e
qualquer apego, para que nada nos detenha de, nos nossos ressecamentos,
fartarmo-nos de Cristo-Fonte”, findou.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Catedral e Areial