12º Domingo do Tempo Comum: Peregrinação à Catedral e Crisma na Paróquia de Areial

Postado em 22/06/25 às 23:0713 minutos de leitura77 views

Neste domingo, 22 de junho, a Catedral Diocesana de Nossa Senhora da Conceição acolheu mais uma peregrinação dentro da programação do Ano Jubilar da Esperança. A celebração do 12º Domingo do Tempo Comum reuniu os seminaristas do Seminário Diocesano São João Maria Vianney, que participaram da “missa do lar”.

Inicialmente, os seminaristas foram acolhidos pelo Pároco da Catedral e Vigário Geral da Diocese, Padre Luciano Guedes, que também saudou o Padre Reitor do Seminário, Padre Leandro de Normandia, e o Padre Jeferson, da Diocese de Santos, em visita à cidade. A Eucaristia foi presidida por Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano, que expressou alegria pela presença dos futuros sacerdotes.

O prelado destacou a importância das vocações para a vida da Igreja e afirmou que uma das maiores alegrias de um bispo é acompanhar o florescimento de vocações em sua diocese. “Graças a Deus, na nossa Igreja particular temos vocações”, afirmou, lembrando também a preocupação da Igreja no Brasil com o tema vocacional.

O bispo ressaltou ainda a importância da oração pelas vocações, recitada em todas as paróquias da Diocese, afirmando que ela tem sido eficaz e tocado o coração de Deus. Ao final, agradeceu aos fiéis pelo apoio à Obra das Vocações Sacerdotais (OVS), que tem colaborado ativamente com a manutenção do seminário.

Homilia

Dom Dulcênio convidou os fiéis a reconhecerem a presença do Senhor mesmo nas tribulações. A fé firme permite experimentar o consolo de Deus. A leitura do profeta Zacarias revela que, após a dor, Deus Se mostra ainda mais próximo, ferido por amor, oferecendo-nos salvação por meio de Sua entrega.

“São tempos difíceis estes nos quais vivemos, em que os cristãos, sem desanimar, sem desfocar o seu olhar de fé no Senhor, são chamados a dar razões de sua fidúcia, demonstrando a onipotência Daquele em Quem acreditam. Percebam, já na Primeira Leitura, que Deus, pelo Profeta Zacarias, promete que, depois das tribulações e do pranto, Se mostrará ainda mais solidário, pois Se manifestará ferido de amor, por ter Se deixado ferir de morte para o conforto da nossa vida; morte Sua que será a nossa salvação”, trouxe.

No Evangelho de São Lucas, Jesus, após a oração, pergunta aos discípulos quem Ele é. Dom Dulcênio destacou a diferença entre o povo, que tem uma fé superficial, e os discípulos, que buscam intimidade com Cristo. A oração é o caminho para reconhecer o Senhor, fortalecer-se e seguir com fidelidade mesmo nos desafios diários.

“Outra comparação importante podemos fazer: se na narrativa de São Mateus o cenário se dá em Cesareia de Filipe, aqui, no Evangelho de São Lucas é após uma oração, porque a vida espiritual nos faz criar intimidade com o Senhor para reconhecê-Lo, ao que também é na vida espiritual que somos inspirados e fazemos bons propósitos, pois nos dessedentando em Cristo, podemos restaurar as nossas forças dos cansaços que nos rodeiam e seguir adiante, carregando a nossa cruz cotidiana”, destacou.

A homilia reforçou que seguir Jesus exige decisão, renúncia e transformação. A Segunda Leitura recorda que os batizados se revestem de Cristo. Ser cristão é assumir essa nova vida, parecida com a do Senhor, deixando-se guiar pela Sua graça e vivendo com coerência a fé professada.

“Mas, o fato de reconhecer Jesus, a fonte acessível que, antes, por nós foi perfurada, e de optarmos radicalmente por Ele num seguimento exigente, faz com que também nos pareçamos com Ele, porque nos reveste com a Sua graça. Foi isso que ouvimos na Segunda Leitura, na Carta de São Paulo aos Gálatas: “Vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo” (Gl 3,27)”.

Dom Dulcênio encerrou com um apelo à escolha pessoal: Deus já ofereceu a salvação; agora cabe a nós acolhê-la com coragem. Reconhecer Cristo e segui-Lo com fidelidade é o caminho para a verdadeira vida. A graça foi dada, resta-nos responder com confiança e entrega.

“Reconhecermos Jesus; decidirmo-nos por Ele, renunciando-nos; carregarmos a cruz da nossa existência ao imitar-Lhe os passos; o perder a vida para salvá-la somente onde ela tem salvação, isto é, no Senhor; revestirmo-nos de Cristo, bebendo na fonte que jorra do Seu Coração… tudo isto se concentra na experiência com Ele e, a partir desta mesma experiência duradoura a toda a nossa vida, deixarmo-nos guiar para sempre, corajosamente. Que não nos furtemos de tão verdadeira sorte, que, para consegui-la agora só depende de nós mesmos, porque antes Deus já no-la deu”, encerrou.

Missa e Crisma na Paróquia de São José, em Areial

Ainda neste domingo, Dom Dulcênio visitou a Paróquia de São José, na cidade de Areial, pertencente à Forania do Brejo, onde presidiu a Santa Missa do 12º Domingo do Tempo Comum.

Durante a celebração, realizada no Ginásio de Esportes “O Nozão”, o bispo conferiu o Sacramento da Crisma a 165 jovens da comunidade, em um momento marcante de renovação da fé e compromisso com a vida cristã. Dom Dulcênio foi calorosamente acolhido pelo Pároco, Padre Danilo César, pelos fiéis e lideranças locais.

A missa contou, também, com a concelebração do Padre Flávio Pereira, da Paróquia de Santa Ana, em Alagoa Nova, com o apoio litúrgico do Diácono Jader e de seminaristas.

Homilia

Dom Dulcênio iniciou sua homilia lembrando o chamado de Deus aos sedentos: “Vinde às águas!” A água, desde Isaías até o encontro de Jesus com a Samaritana, simboliza a graça divina. Em Zacarias, essa fonte é promessa de purificação. A homilia aponta que essa água é o próprio Cristo, que sacia e purifica a alma.

“A água é o próprio Jesus. Crucificado, Ele nos lava; de Seu peito aberto, aquela água, aquele Sangue, que Lhe brotam, nos reconciliam com o Pai, purificam-nos numa ablução insuperável de limpidez e de candura interiores. E não apenas nos purificam, como também nos saciam a sede espiritual, a nossa secura, irrigando nosso coração. A água é Cristo, ferido de morte, chorado pelos que O amam, dolorido, consternado por nossas culpas, por causa de nós”, pregou.

Jesus, na cruz, deixa jorrar de Seu lado água e sangue. Essa imagem revela que é d’Ele que brota a verdadeira vida. Cristo, ferido por amor, nos limpa do pecado e sacia a nossa sede espiritual. É a água viva que renova o coração humano e nos reconcilia com o Pai.

A partir dessa fonte divina, a alma já não deseja outro manancial. Como no Salmo 62 e na visão de Ezequiel, onde a água gera vida e frutos, Cristo também nos transforma. Quem O encontra, abandona o que é vazio e passa a viver sustentado por Sua graça.

“Nesta visão de Cristo-Fonte que jorra para a vida eterna, é que o Salmo 62, entoado hoje, falará em ânsia, em sede, em satisfação da alma que busca, numa procura incessante, o Senhor. E o interessante: por mais que Cristo seja a fonte, e nós, os sedentos, bebendo do Seu divino Peito, saciados da água que Lhe jorra, não conseguimos mais nos desvencilhar de estar unicamente neste manancial perene, vivificante, revigorante, de maneira que, tudo o que é alheio a Ele torna-se estranho para nós, poluído, portanto”.

Por fim, Dom Dulcênio recordou: a cruz é parte essencial dessa fonte. Cristo nos salvou sofrendo, e nós somos chamados a segui-Lo, carregando nossa cruz. Beber da água viva é aceitar o Crucificado como único caminho de salvação. Nele, está a vida que não passa.

“Este é o Cristo crucificado, repito. E, indagando os Seus discípulos sobre quem era e a missão do Messias Salvador, previne-os sobre a Cruz - a Sua, pessoalmente falando, aquela redentora -, de como seria a Sua glorificação, e de como, ainda, cada cristão é convidado à participação do Seu sacrifício crudelíssimo: cabe-nos carregar a nossa cruz, na maioria das vezes, incruenta no sangue, mas sofrida no dia-a-dia, renunciando-nos, marginalizando de nosso interior todo e qualquer apego, para que nada nos detenha de, nos nossos ressecamentos, fartarmo-nos de Cristo-Fonte”, findou.

Por: Ascom
Fotos: Pascom Catedral e Areial



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