Solenidade da Santíssima Trindade: Missa na Catedral e Investidura na Paróquia da Trindade
Neste
domingo, 15 de junho, data em que a Igreja celebrou a Solenidade da Santíssima
Trindade, o Bispo Diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos,
presidiu duas missas marcadas pela fé e participação do povo.
Pela
manhã, a celebração ocorreu na Catedral Diocesana de Nossa Senhora da
Conceição, com a presença de centenas de fiéis. Concelebraram o Pároco e
Vigário Geral, Padre Luciano Guedes, e o Diácono Ricardo, com o auxílio de
seminaristas. Durante a acolhida, Padre Luciano destacou a presença de
visitantes de outras cidades, como Timbaúba (PE), que estão na cidade para os
festejos juninos. Na ocasião, também rezou pelo dia Mundial de Conscientização
contra a Pessoa Idosa.
Em
sua Homilia, Dom Dulcênio convidou a contemplar o mistério de um único Deus em
três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Celebramos hoje não apenas um
aspecto de Deus, mas a plenitude de Sua presença, que guia toda a ação da Igreja.
Tudo o que fazemos é em nome da Trindade, cuja glória e unidade são proclamadas
na liturgia e vividas na fé da comunidade cristã.
“Em
primeiro lugar, obedecendo a ordem do Seu Divino Fundador, tudo o que a Igreja
faz sobre a terra é “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19).
Portanto: em nome da Santíssima Trindade, por causa Dela e para o aumento da
Sua glória infinita. Hoje, celebramos Deus, e, com isso, não dizemos que o
fazemos pontualmente, porque a Igreja em tudo o que faz O celebra. Hoje,
celebramos Deus, “não uma única pessoa, mas três Pessoas num só Deus”, como
diremos no Prefácio da Oração Eucarística; um Deus consubstancial em Sua
Trindade, e que, nesta mesma Trindade é um só em Sua Divindade”, pregou.
A homilia destacou a ação da Sabedoria de Deus – o Espírito Santo
– presente desde a criação e comunicada ao nosso coração. Essa presença nos
insere na vida divina e nos dá dignidade, pois o Deus que nos criou e salvou
deseja comunhão conosco. Por meio de Cristo, temos acesso à graça, e pelo
Espírito, recebemos o amor que nos une ao Pai.
“Somente
por causa desta comunicação de Deus a nós e conosco, é que o homem se torna
grande, ganha os méritos de sua dignidade. Este Deus que nos criou, nos redimiu
e nos santifica, comunicando-Se, deseja que entremos em comunhão Consigo; que
entremos na comunhão divina do amor que é o Espírito Santo, que liga o Pai ao
Filho e o Filho ao Pai. Por esta comunhão de amor que Se comunica a nós e
conosco, temos acesso a Deus, ao que podemos ser um com Ele, de maneira que, na
Sua Divindade, temos lugar; de maneira que, na Sua Divindade, somos divinos
pela Sua graça”, destacou.
Por fim, Dom Dulcênio lembrou que celebrar a Trindade é um chamado
à unidade e à responsabilidade. A fé trinitária nos convida a viver em
comunhão, como Igreja, unidos pelo amor e pela participação no Corpo de Cristo.
Ser um com Deus é também ser um com os irmãos, numa vida marcada pelo amor, pela
fé e pela esperança.
“Trindade
e Unidade. Estes dois aspectos do infindável e inefável mistério que celebramos
particularmente hoje também podem ser compreendidos pela fé da Igreja, pois
como Santo Hilário salientou a unidade das Pessoas Trinitárias: “Um só é o
Criador de todas as coisas. Pois um só é Deus Pai, de quem tudo procede; um só
é o Filho Unigênito, nosso Senhor Jesus Cristo, por quem tudo foi feito; e um
só é o Espírito, que foi dado a todos nós”, findou.
Missa
com Investidura na Paróquia da Trindade
Ainda neste dia, mas a
noite, Dom Dulcênio presidiu a missa solene na Paróquia da Santíssima Trindade,
no bairro Catolé, em Campina Grande. A celebração foi marcada por um momento
especial: a investidura de 100 Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão,
entre novos e ministros renovando o serviço.
O Pároco, Padre Jorge
Rodrigues, concelebrou a Eucaristia, acompanhado do Diácono Manassés da Silva e
dos seminaristas. A celebração reforçou a missão da comunidade paroquial e a
vivência do mistério central da fé cristã: a comunhão com o Deus Uno e Trino.
Homilia
Dom Dulcênio destacou que a fé cristã se fundamenta na Trindade:
um só Deus em três Pessoas. Esse mistério central ilumina toda a vida da
Igreja, que tudo faz em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É a base da
liturgia, da missão e da identidade cristã, pois Deus se revela como unidade
perfeita em comunhão de amor.
“O
Catecismo da Igreja Católica, tecendo acerca do mistério trinitário, chamá-lo-á
central à fé e à vida cristã, porque é “fonte de todos os outros mistérios da
fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na
hierarquia das verdades de fé” (n. 234), já que tudo o que faz a Igreja,
operando a sua missão salvadora recebida do Seu Esposo e Fundador, é realizada
“em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, engrandecendo a Trindade
eterna, “imensa e una” (Liturgia das Horas, Hino das I e II Vésperas da
Solenidade da Santíssima Trindade)”, trouxe inicialmente.
A Trindade não é fruto da razão, mas dom revelado por Deus na
História da Salvação. Pai, Filho e Espírito Santo agem juntos e
inseparavelmente. Como ensina Santo Atanásio, toda graça vem do Pai, por meio
do Filho, no Espírito. Assim, a Trindade é comunhão plena, sem hierarquia, e
fonte de toda a vida e santidade.
“...O
Pai cria todas as coisas por meio do Verbo, no Espírito Santo; e deste modo, se
afirma a unidade da Santíssima Trindade. [...] Com efeito, toda a graça que nos
é dada em nome da Santíssima Trindade, vem do Pai, pelo Filho, no Espírito
Santo. Assim como toda a graça nos vem do Pai por meio do Filho, assim também
não podemos receber nenhuma graça senão no Espírito Santo” (nn. 28.30). Logo,
não entrevemos hierarquia na Trindade, tampouco competição, de maneira que,
diante da eterna e inquebrantável comunhão de Suas Pessoas, chamamo-la
‘perfeita Comunidade”, refletiu.
Por fim, Dom Dulcênio recordou
que, pelo Batismo, somos inseridos no mistério do Deus uno e trino. Recebemos o
amor do Pai, a graça do Filho e a comunhão do Espírito, como afirma Santo
Atanásio. Vivemos já agora essa comunhão, em louvor contínuo, enquanto
aguardamos, sem nos afastar da graça, a plenitude eterna junto da Trindade.
“Enquanto tal
bem-aventurança não nos chega, nunca a nossa vida se aliene, pelo pecado, da
vida divina com a qual já fomos presenteados desde o Batismo que recebemos;
antes, pelo contrário, seja a nossa existência - já aqui e agora - um canto
contínuo de louvor e “glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como
era no princípio, agora e sempre, por todos os séculos dos séculos. Amém”.
Por: Ascom
Fotos: Pascom (Catedral e Trindade)