5º Domingo da Páscoa é marcado por peregrinação à Catedral e Crisma em Nova Floresta

Postado em 18/05/25 às 22:2110 minutos de leitura65 views

Celebrando o V Domingo da Páscoa, com a tradicional Missa do Lar, presidida por Dom Dulcênio Fontes de Matos, na Catedral Diocesana, a celebração integrou a programação do Jubileu da Esperança e acolheu mais uma peregrinação jubilar, desta vez com a presença dos Movimentos Marianos: Apostolado da Mãe Rainha, Legião de Maria e a Coordenação Diocesana do Terço dos Homens.

A Santa Missa contou com a concelebração do Padre Luciano Guedes, Vigário Geral e Pároco da Catedral, além da assistência do Diácono Ricardo e seminaristas. Com expressiva participação dos fiéis, a celebração destacou a espiritualidade mariana e o papel dos movimentos na vivência da fé em comunidade.

No início da celebração, Dom Dulcênio convidou os fiéis a colocarem no altar a missão do Papa Leão XIV, que neste mesmo dia recebeu o Anel do Pescador, marcando o início oficial de seu pontificado. O momento foi vivido em profunda comunhão com toda a Igreja, reforçando o espírito de unidade, oração e esperança que move o jubileu.

Na homilia, Dom Dulcênio refletiu sobre o tema “Para o nosso bem e de toda a Santa Igreja”, destacando a Cruz como expressão do amor de Deus. Inspirado em São Paulo, afirmou que, para os fiéis, a Cruz é sabedoria e força, e não loucura ou escândalo.

“Ao escrever a sua Primeira Carta aos Coríntios (cf. 1Cor 1,23-24), São Paulo dirá, noutras palavras, que o caminho da Cruz do Senhor é escândalo para os pagãos, loucura para os judeus, mas sabedoria e poder para os que são chamados; isto é: para os que escutam a pregação da Cruz, e, portanto, do amor de Deus. Ora, ensejo que pertençamos a este último grupo; que não tenhamos a linguagem do Salvador como estranha ou desnecessária como muitos a desprezam, mesmo sendo cristãos”, iniciou.

Recordando os Atos dos Apóstolos, o bispo citou o exemplo de Paulo e Barnabé, que anunciavam o Evangelho com coragem, mesmo sob sofrimento; e ressaltou que a fé se fortalece nas provações e que a missão evangelizadora cresce apesar dos obstáculos.

“A Cruz é uma linguagem que nos aproxima de Deus e que conclama tantos que a veem em nós a Deus: “É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus” (At 14,22). A Cruz abre a porta da fé. Por isso, os que escutavam a pregação acerca do Crucificado e Ressuscitado entravam, pela fé, ao Evangelho, à Igreja (cf. At 14,27), de tal maneira que a obra da evangelização ia crescendo, a ponto de vermos, já naquele momento, o que podemos considerar como o embrião do que conhecemos hoje por paróquia: ‘Os apóstolos designaram presbíteros para cada comunidade”.

Encerrando, o prelado refletiu sobre a paróquia como lugar de escuta e vivência da fé. Citando o Apocalipse, lembrou que a Igreja antecipa a nova Jerusalém, onde Deus habita com seu povo. E concluiu: que cada fiel viva o Evangelho com esperança e amor, sendo sinal do consolo de Deus no mundo.

“Que na comunidade cristã, sintamos o consolo, sendo consolados pelo próprio Deus. É Ele o nosso conforto, a nossa esperança. Assim, deixemos que a mensagem do Evangelho de Cristo, vivido em nós nas mais diversas e adversas situações da vida, se desenvolva “para o nosso bem e de toda a Sua Santa Igreja”, concluiu.

Missa e Crisma em Nova Floresta

Ainda neste domingo, à tarde, Dom Dulcênio visitou a Paróquia de São Severino Bispo, na cidade de Nova Floresta, onde presidiu a Santa Missa e administrou o Sacramento da Crisma a 31 jovens e adultos.

A celebração reuniu a comunidade paroquial em um momento de profunda fé, marcado pelo testemunho e compromisso dos crismandos. O Pároco, Padre Tadeu Laurentino, acolheu Dom Dulcênio com alegria e gratidão pela presença junto ao povo. Os seminaristas deram auxílio Litúrgico.

Homilia

Dom Dulcênio aprofundou o sentido da Igreja, retomando o tema iniciado na semana anterior. Inspirado no Apocalipse, destacou a Igreja como “Cidade Santa” e “nova Jerusalém”, realidade divina que nasce do coração de Deus. E destacou que, pelo Batismo, tornamo-nos parte dessa cidade.

“Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, vestida qual esposa enfeitada para o seu marido" (Ap 21,2). Logo, aqui neste versículo, temos duas informações importantíssimas: a primeira: a Igreja, chamada por São João de "a cidade santa, a nova Jerusalém", é uma realidade que nasce do coração do próprio Deus, uma instituição divina sobre esta terra. Esta mesma ideia de que a Santa Igreja Católica é uma realidade divina é apresentada por São Paulo, numa de suas cartas: "A Jerusalém do alto é livre, e ela é nossa mãe" (Gl 4, 26)”, destacou.

A imagem da Igreja como Esposa também foi central. Dom Dulcênio recordou que, conforme o Catecismo, a Igreja está unida a Cristo por uma aliança eterna, sendo chamada a viver esse amor em comunhão e fidelidade.

“A Igreja é a Esposa de Cristo. É nesta imagem esponsal que o Catecismo da Igreja Católica vai relacionar a Igreja e cada alma nesta intimidade com o Cristo- Esposo: "O apóstolo apresenta a Igreja e cada fiel, membro de seu Corpo, como uma Esposa 'desposada' com Cristo Senhor, para ser com ele um só Espírito (cf. 1Cor 6,15-17; 2Cor 11,2). Ela é a Esposa do Cordeiro imaculado, Cristo 'se entregou por ela, a fim de santificar pela palavra aquela que ele purifica' (Ef 5,26), a associou a si por uma Aliança eterna e dela não cessa de cuidar como de seu próprio corpo" (n. 796)”, disse

A partir da Primeira Leitura, o bispo destacou ainda a dimensão comunitária da Igreja, visível desde os tempos apostólicos. A paróquia, explicou, nasce dessa missão e deve ser lugar de proximidade e unidade, onde se vive a fé com zelo, fraternidade e serviço, conforme a etimologia grega do termo: paróikeo, “estar ao lado”.

Dom Dulcênio concluiu exortando os fiéis a fazerem da paróquia um reflexo do Céu: sinal do amor esponsal de Cristo e espaço de comunhão entre os irmãos.

“Que seja, portanto, a Igreja - e a nossa Paróquia com ela - manifestação do Céu, do esponsalício com Cristo e do amor deste mesmo Senhor entre nós!

Por: Ascom
Fotos: Pascom (Catedral e Nova Floresta)


REGISTRO DA MISSA NA CATEDRAL


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