5º Domingo da Páscoa é marcado por peregrinação à Catedral e Crisma em Nova Floresta
Celebrando
o V Domingo da Páscoa, com a tradicional Missa do Lar, presidida por Dom
Dulcênio Fontes de Matos, na Catedral Diocesana, a celebração integrou a
programação do Jubileu da Esperança e acolheu mais uma peregrinação jubilar,
desta vez com a presença dos Movimentos Marianos: Apostolado da Mãe Rainha,
Legião de Maria e a Coordenação Diocesana do Terço dos Homens.
A
Santa Missa contou com a concelebração do Padre Luciano Guedes, Vigário Geral e
Pároco da Catedral, além da assistência do Diácono Ricardo e seminaristas. Com
expressiva participação dos fiéis, a celebração destacou a espiritualidade
mariana e o papel dos movimentos na vivência da fé em comunidade.
No
início da celebração, Dom Dulcênio convidou os fiéis a colocarem no altar a
missão do Papa Leão XIV, que neste mesmo dia recebeu o Anel do Pescador,
marcando o início oficial de seu pontificado. O momento foi vivido em profunda
comunhão com toda a Igreja, reforçando o espírito de unidade, oração e
esperança que move o jubileu.
Na
homilia, Dom Dulcênio refletiu sobre o tema “Para o nosso bem e de toda a Santa
Igreja”, destacando a Cruz como expressão do amor de Deus. Inspirado em São
Paulo, afirmou que, para os fiéis, a Cruz é sabedoria e força, e não loucura ou
escândalo.
“Ao
escrever a sua Primeira Carta aos Coríntios (cf. 1Cor 1,23-24), São Paulo dirá,
noutras palavras, que o caminho da Cruz do Senhor é escândalo para os pagãos,
loucura para os judeus, mas sabedoria e poder para os que são chamados; isto é:
para os que escutam a pregação da Cruz, e, portanto, do amor de Deus. Ora,
ensejo que pertençamos a este último grupo; que não tenhamos a linguagem do
Salvador como estranha ou desnecessária como muitos a desprezam, mesmo sendo
cristãos”, iniciou.
Recordando
os Atos dos Apóstolos, o bispo citou o exemplo de Paulo e Barnabé, que
anunciavam o Evangelho com coragem, mesmo sob sofrimento; e ressaltou que a fé
se fortalece nas provações e que a missão evangelizadora cresce apesar dos
obstáculos.
“A
Cruz é uma linguagem que nos aproxima de Deus e que conclama tantos que a veem
em nós a Deus: “É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no
Reino de Deus” (At 14,22). A Cruz abre a porta da fé. Por isso, os que
escutavam a pregação acerca do Crucificado e Ressuscitado entravam, pela fé, ao
Evangelho, à Igreja (cf. At 14,27), de tal maneira que a obra da evangelização
ia crescendo, a ponto de vermos, já naquele momento, o que podemos considerar
como o embrião do que conhecemos hoje por paróquia: ‘Os apóstolos designaram
presbíteros para cada comunidade”.
Encerrando,
o prelado refletiu sobre a paróquia como lugar de escuta e vivência da fé.
Citando o Apocalipse, lembrou que a Igreja antecipa a nova Jerusalém, onde Deus
habita com seu povo. E concluiu: que cada fiel viva o Evangelho com esperança e
amor, sendo sinal do consolo de Deus no mundo.
“Que
na comunidade cristã, sintamos o consolo, sendo consolados pelo próprio Deus. É
Ele o nosso conforto, a nossa esperança. Assim, deixemos que a mensagem do
Evangelho de Cristo, vivido em nós nas mais diversas e adversas situações da
vida, se desenvolva “para o nosso bem e de toda a Sua Santa Igreja”, concluiu.
Missa
e Crisma em Nova Floresta
Ainda
neste domingo, à tarde, Dom Dulcênio visitou a Paróquia de São Severino Bispo,
na cidade de Nova Floresta, onde presidiu a Santa Missa e administrou o
Sacramento da Crisma a 31 jovens e adultos.
A
celebração reuniu a comunidade paroquial em um momento de profunda fé, marcado
pelo testemunho e compromisso dos crismandos. O Pároco, Padre Tadeu Laurentino,
acolheu Dom Dulcênio com alegria e gratidão pela presença junto ao povo. Os
seminaristas deram auxílio Litúrgico.
Homilia
Dom
Dulcênio aprofundou o sentido da Igreja, retomando o tema iniciado na semana
anterior. Inspirado no Apocalipse, destacou a Igreja como “Cidade Santa” e
“nova Jerusalém”, realidade divina que nasce do coração de Deus. E destacou
que, pelo Batismo, tornamo-nos parte dessa cidade.
“Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, vestida qual esposa enfeitada para o seu marido" (Ap 21,2). Logo, aqui neste versículo, temos duas informações importantíssimas: a primeira: a Igreja, chamada por São João de "a cidade santa, a nova Jerusalém", é uma realidade que nasce do coração do próprio Deus, uma instituição divina sobre esta terra. Esta mesma ideia de que a Santa Igreja Católica é uma realidade divina é apresentada por São Paulo, numa de suas cartas: "A Jerusalém do alto é livre, e ela é nossa mãe" (Gl 4, 26)”, destacou.
A
imagem da Igreja como Esposa também foi central. Dom Dulcênio recordou que,
conforme o Catecismo, a Igreja está unida a Cristo por uma aliança eterna,
sendo chamada a viver esse amor em comunhão e fidelidade.
“A
Igreja é a Esposa de Cristo. É nesta imagem esponsal que o Catecismo da Igreja
Católica vai relacionar a Igreja e cada alma nesta intimidade com o Cristo-
Esposo: "O apóstolo apresenta a Igreja e cada fiel, membro de seu Corpo,
como uma Esposa 'desposada' com Cristo Senhor, para ser com ele um só Espírito
(cf. 1Cor 6,15-17; 2Cor 11,2). Ela é a Esposa do Cordeiro imaculado, Cristo 'se
entregou por ela, a fim de santificar pela palavra aquela que ele purifica' (Ef
5,26), a associou a si por uma Aliança eterna e dela não cessa de cuidar como
de seu próprio corpo" (n. 796)”, disse
A
partir da Primeira Leitura, o bispo destacou ainda a dimensão comunitária da
Igreja, visível desde os tempos apostólicos. A paróquia, explicou, nasce dessa
missão e deve ser lugar de proximidade e unidade, onde se vive a fé com zelo,
fraternidade e serviço, conforme a etimologia grega do termo: paróikeo, “estar
ao lado”.
Dom
Dulcênio concluiu exortando os fiéis a fazerem da paróquia um reflexo do Céu:
sinal do amor esponsal de Cristo e espaço de comunhão entre os irmãos.
“Que
seja, portanto, a Igreja - e a nossa Paróquia com ela - manifestação do Céu, do
esponsalício com Cristo e do amor deste mesmo Senhor entre nós!
Por: Ascom
Fotos: Pascom (Catedral e Nova Floresta)
REGISTRO DA MISSA NA CATEDRAL