Artigo do Bispo: "De Pedro a Leão"

Atualizado em 09/05/25 às 10:314 minutos de leitura139 views

Na manhã desta sexta-feira, 9 de maio, Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano de Campina Grande, publicou um artigo sobre a eleição do Papa Leão XIV. No texto, ele expressou sua alegria pela escolha e destacou o significado espiritual e simbólico do nome "Leão" na história da Igreja.

Inicialmente, Dom Dulcênio manifestou sua gratidão a Deus pela eleição de Leão XIV, reconhecendo nela um sinal da fidelidade divina à Igreja. Destacou que o novo Papa não é um líder distante, mas alguém próximo, chamado a confirmar os fiéis na fé, como Pedro.

“Como Deus é fiel! Na Sua fidelidade, Ele sempre nos surpreende; na Sua fidelidade, Ele acompanha a Sua Igreja “até o final dos tempos” (Mt 28,20). Isso eu lhes digo, principalmente, pelo presente que, ontem, nos concedeu o Senhor em Leão XIV. Não se trata de uma figura distante que mora em Roma. Mas, de alguém que, no Múnus Petrino, confirmar-nos-á na fé (cf. Lc 22,32)”.

A escolha do nome "Leão" carrega um forte simbolismo. O Bispo recordou figuras como São Leão Magno, defensor da fé, e Leão XIII, promotor da Doutrina Social da Igreja. Leão XIV, com suas primeiras palavras, já indicou o tom de seu pontificado: paz humilde, justiça, unidade e missão — temas que marcaram sua vida, especialmente como missionário no Peru.

“Basta que percebamos como Leão XIV se pronunciou no balcão central da Basílica de São Pedro, apontando no seu discurso o que dizia acima: falou em paz, adjetivando-a como “humilde e perseverante”, “desarmada e desarmante”; em unidade e justiça; em missão, até porque, como presbítero agostiniano e mais tarde como bispo, viveu como missionário no Peru. Além do mais, não deixou de implorar a Virgem do Rosário de Pompeia que o ajudasse com a sua intercessão e com o seu amor.”

No fim, o prelado reforçou que o sucessor de Francisco, Leão XIV, assume agora a missão de guiar a Igreja com firmeza e sensibilidade. E exortou que seu “rugir” seja o da doutrina e da caridade, para irrigar com esperança e alegria o campo do Senhor.

“O Leão que está em Roma sucedeu Francisco, de quem foi colaborador como Prefeito para o Dicastério para os Bispos. Peço a Deus que Leão XIV proporcione momentos de constante alegria à Igreja com o “rugir” da Santa Doutrina deixada pelo Senhor no Seu Evangelho, despendiando-se e superdespendiando-se (cf. 2Cor 12,15). Que os seus olhos marejados da tarde de ontem pela emoção, demonstrando a sua sensibilidade, irrigue a “Seara do Senhor” (cf. Mt 20,1-16), a Santa Igreja.”

Confira o Artigo do Bispo na íntegra:

DE PEDRO A LEÃO

Como Deus é fiel! Na Sua fidelidade, Ele sempre nos surpreende; na Sua fidelidade, Ele acompanha a Sua Igreja “até o final dos tempos” (Mt 28,20).

Isso eu lhes digo, principalmente, pelo presente que, ontem, nos concedeu o Senhor em Leão XIV. Não se trata de uma figura distante que mora em Roma. Mas, de alguém que, no Múnus Petrino, confirmar-nos-á na fé (cf. Lc 22,32)

Leão, Vigário de Cristo. Leão, Sucessor de Pedro. Leão, “Servo dos servos de Deus”, no dizer de São Gregório Magno; Leão, “doce Cristo na terra”, como dissera Santa Catarina de Sena. Leão” Que nome emblemático! Quantos sucessores de Pedro honraram tal imposição de nome! Penso em São Leão Magno e a sua importância para a defesa da fé e contra a invasão de Roma por parte de Átila, o Uno, dissuadindo-o de tão grande mal. Penso em Leão XIII, grande devoto da Virgem Santíssima e do Seu Rosário, sendo o Papa que mais escreveu sobre esta devoção; Leão XIII que, com a Encíclica Rerum Novarum, deu início à sistematização da Doutrina Social da Igreja, além da sua preocupação com a unidade e com o impulso missionário.

Creio que não se trata de coincidências, e sim de uma profunda e breve reflexão do novo Romano Pontífice, que de tão pouco tempo gozou entre a sua eleição e a escolha do seu novo nome. O nome de um Papa é o seu grande programa de governo pastoral. Basta que percebamos como Leão XIV se pronunciou no balcão central da Basílica de São Pedro, apontando no seu discurso o que dizia acima: falou em paz, adjetivando-a como “humilde e perseverante”, “desarmada e desarmante”; em unidade e justiça; em missão, até porque, como presbítero agostiniano e mais tarde como bispo, viveu como missionário no Peru. Além do mais, não deixou de implorar a Virgem do Rosário de Pompeia que o ajudasse com a sua intercessão e com o seu amor.

Leão era o nome do grande discípulo, secretário e confessor de São Francisco de Assis. Foi a ele que o “Poverello d’Assisi”, vindo de Perúsia, numa longa e bela história, falou no que consiste a verdadeira alegria. O Leão de São Francisco não sucedeu o Santo como ministro-geral da Ordem Franciscana. O Leão que está em Roma sucedeu Francisco, de quem foi colaborador como Prefeito para o Dicastério para os Bispos. Peço a Deus que Leão XIV proporcione momentos de constante alegria à Igreja com o “rugir” da Santa Doutrina deixada pelo Senhor no Seu Evangelho, despendiando-se e superdespendiando-se (cf. 2Cor 12,15). Que os seus olhos marejados da tarde de ontem pela emoção, demonstrando a sua sensibilidade, irrigue a “Seara do Senhor” (cf. Mt 20,1-16), a Santa Igreja.

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