Em clima pascal, Dom Dulcênio preside Missa e Crisma na Paróquia Nossa Senhora das Graças
Celebrando a Solenidade da
Páscoa do Senhor, neste domingo, 20, o senhor Bispo de Campina Grande, Dom Dulcênio
Fontes de Matos, presidiu missa na Paróquia de Nossa Senhora das Graças, localizada
no bairro da Liberdade, em Campina Grande. A celebração foi marcada por grande
participação da comunidade paroquial, que acolheu com alegria o seu pastor.
Ao lado do Pároco, Padre Aldevan, que concelebrou a
Eucaristia, Dom Dulcênio também conferiu o Sacramento do Crisma a 95 adultos da
comunidade; desses, 5 são surdos, onde foram preparados com o auxílio de uma
intérprete de libras. O momento representou uma significativa renovação da fé e
compromisso missionário desses fiéis, que, agora fortalecidos pelo Espírito
Santo, assumem de forma mais plena sua vivência cristã.
Em sua pregação, Dom Dulcênio convidou a todos a
refletir sobre a pergunta: “Como assim: Cristo ressuscitou?”. A resposta não se
encontra na lógica humana, pois é mistério que sustenta toda a fé cristã. Como
ensina São Paulo, se Cristo não ressuscitou, nossa fé não tem sentido.
“Como se deu a Ressurreição do Senhor? Não sabemos;
é mistério que nos invade; um mistério que sustenta toda a verdade cristã,
pois, como disse São Paulo, “[...] se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação
é sem fundamento, e sem fundamento também é a vossa fé” (1Cor 15,14)”, disse
inicialmente.
Dom Dulcênio destacou que a liturgia proclama: só a
“noite feliz” soube a hora exata da Ressurreição, mostrando o caráter sagrado e
oculto desse acontecimento. O bispo recordou, com Bento XVI, que o túmulo
vazio, por si só, não é prova, mas tampouco faria sentido uma Ressurreição sem
corpo. O mistério permanece, desafiando a razão e convidando à fé.
“O sepulcro vazio não pode, por si mesmo,
demonstrar a Ressurreição, isso é certo. Mas cabe também a pergunta inversa: É
compatível a Ressurreição com a permanência do corpo no sepulcro? Pode ter
ressuscitado Jesus e seu corpo jazer no sepulcro? Que tipo de Ressurreição
seria essa? Hoje se desenvolveram ideias de ressurreição para as quais a sorte
do cadáver é irrelevante”, destacou.
Com apoio nas palavras do Papa emérito, o prelado
explicou que Jesus não voltou à vida como antes, nem se tornou um espírito. Ele
entrou numa nova realidade, onde o corpo glorificado pertence agora ao eterno.
A Ressurreição é um salto que rompe a história e revela o destino final do ser
humano.
“Poderíamos considerar a Ressurreição algo como uma
espécie de ‘salto qualitativo’ radical, em que se entreabre uma nova dimensão
da vida do ser humano. Mais ainda, a matéria é transformada em um novo gênero
de realidade. O homem Jesus, com seu próprio corpo, pertence agora totalmente à
esfera do divino e do eterno. De agora em diante - como disse Tertuliano em uma
ocasião - ‘espírito e sangue’ têm morada em Deus”, pregou.
Por fim, Dom Dulcênio afirmou que quem crê no
Ressuscitado deve viver de modo novo. Unidos a Cristo, somos chamados a buscar
as coisas do Alto, deixando o pecado e caminhando para a glória. A Páscoa é
convite a uma vida transformada, marcada pela esperança da ressurreição.
“Entendemos, por fim, que Ele assim Se nos
manifestou para que, de agora em diante, mesmo que estejamos relacionados ao
tempo e ao espaço, devemos levar uma vida do Alto, aspirando-O; uma vida nova,
escondida em Cristo com Deus (cf. Cl 3,3); jogando fora o fermento da maldade e
da perversidade (cf. 1Cor 5,8) para sermos hóstias santas de pureza, de
ressurreição”, disse.
Por: Ascom
Fotos: Matheus Borges (Pascom Diocesana)