Missa da Ceia do Senhor, Com Rito do Lava-pés, Marca Início do Tríduo Pascal
A celebração da Instituição da Eucaristia, com o
rito do Lava-pés, marcou o início do Tríduo Pascal na tarde desta Quinta-feira
Santa, 17, na Catedral Diocesana de Campina Grande. A Santa Missa foi
presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Dulcênio Fontes de Matos, e concelebrada
pelo Vigário Geral e Pároco da Catedral, Padre Luciano Guedes. Diáconos, Seminaristas e uma expressiva participação dos fiéis também estiveram
presentes, lotando a igreja.
Durante a celebração, o rito do Lava-pés, conduzido pelo Bispo, recordou o
gesto de humildade e serviço de Jesus com os discípulos, simbolizando o
mandamento do amor.
Após estes ritos, foi realizada a Transladação de
Jesus Eucarístico para a Cripta da Catedral, onde se seguiu um momento de
silêncio, oração e adoração, marcando o início da Vigília Eucarística.
O Tríduo Pascal segue com a celebração da Paixão do
Senhor nesta Sexta-feira Santa (18), às 15h, também na Catedral. Às 17h, haverá
a tradicional Procissão do Senhor Morto, que percorrerá as ruas do centro da
cidade. As celebrações culminam na noite do Sábado Santo com a Solene Vigília
Pascal, quando a Igreja celebra a Ressurreição de Cristo.
Homilia
Em sua pregação, Dom Dulcênio ressaltou o profundo
desejo de Jesus em partilhar a última ceia com os discípulos. Esse “ardente
desejo” revela o amor intenso do Senhor, como diz em Lucas, que antecipa sua
entrega na cruz com um gesto de comunhão: a instituição da Eucaristia, sinal
máximo da sua misericórdia.
O bispo destacou que São Lucas registra com
sensibilidade esse ardor divino. Jesus deseja mais a nossa salvação do que nós
mesmos. Ao nos dar a Eucaristia, Ele se faz alimento, força e presença
constante, para que possamos viver sustentados por Seu amor e exemplo.
“O coração humano, embora deseje a salvação, não
possui ardor maior do que aquele que brota do amor de Deus, que sempre nos
supera com a Sua misericórdia. Esta ansiedade do Divino Coração, condensada
nestes dias grandiosos, vem expressa principalmente pela Eucaristia, hoje
instituída para que o homem, nutrido de Deus, viva a vida de Cristo, com a
força do amor que brota da Cruz”, destacou.
Dom Dulcênio recordou ainda que a Eucaristia une o
sacrifício de Cristo ao nosso, atualizando o mistério da cruz. Nela também se
fundam o mandamento do amor, vivido no lava-pés, e o sacerdócio, que perpetua
esse memorial em cada geração.
“Com a instituição do memorial dos Seus adoráveis
Corpo e Sangue, Cristo quis cumular na Eucaristia todas as lições de Sua
entrega redentora, incluindo a instituição de dois outros grandes sinais: o
mandamento do amor, representado pelo lava-pés, tal como proclamamos no
Evangelho: “[...] se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis
lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa
que eu fiz” (Jo 13,14-15); e o ministério sacerdotal: “O que eu recebi do
Senhor, foi isso que eu vos transmiti [...] Todas as vezes, de fato, que
comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do
Senhor, até que ele venha” (1Cor 11,23.26)”, pregou.
Assim, o prelado destacou que a Eucaristia é,
portanto, fogo do amor de Deus: ilumina, aquece e transforma. Celebrá-la é
antecipar o céu e responder com gratidão a um amor eterno. Ela é memorial vivo
da entrega de Cristo, que continua nos amando até o fim.
“A Eucaristia é o grande ardor do amor infinito de
Jesus oferente. Este ardor que, como fogo, é luz que nos aponta a salvação; que
aquece a tibieza de um coração gélido da falta de caridade para com Deus e para
com o próximo; que deve forjar o nosso interior aos nobres sentimentos de
Cristo Jesus. Que a nossa consciência em recebê-la faça que a experimentemos
com alegria festiva que, rompendo a ideia de tempo, já nos insira no vislumbre
eterno, porque, instituída hoje, a celebramos “por todas as gerações, como
instituição perpétua” (Ex 12,14), como perpétuo é o amor do Coração de Deus por
nós”, findou.
Por: Ascom
Fotos: João Paulo (Pascom Diocesana)




















