Missa de Ramos na Catedral Marca Início da Semana Santa com Centenas de Fiéis
Na manhã deste domingo, 13 de abril, a Catedral
Diocesana de Campina Grande foi tomada por um clima de fé e profunda devoção.
Centenas de fiéis participaram da tradicional Missa de Ramos, que marca o
início da Semana Santa, também conhecida como a “Semana Maior” da fé cristã.
A celebração teve início na parte externa da
catedral, onde os fiéis, segurando seus ramos nas mãos, relembravam o gesto do
povo de Jerusalém ao acolher Jesus com júbilo. Antes da bênção dos ramos, Dom
Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano de Campina Grande, dirigiu-se aos
presentes destacando o sentido profundo deste tempo litúrgico.
“Estamos iniciando a Semana Maior com o Domingo de
Ramos, que recorda a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém, aclamado por
todos com ramos de oliveira”, afirmou o bispo. Ele ainda reforçou a importância
de viver intensamente o Tríduo Pascal — a Paixão e Morte de Jesus na
Sexta-feira Santa, e a vitória da Ressurreição no Sábado Santo.
Em sua reflexão, Dom Dulcênio também recordou sobre
a mudança repentina da multidão, que antes clamava “Hosana, ao Filho de Davi” e
depois gritou “Crucifica-o”. “Jesus passou por essa humilhação por nós. Por
isso, este é um tempo de conversão, de recomeçar — e ainda há tempo”, destacou.
O bispo também falou sobre a importância da fidelidade a Deus e do
arrependimento sincero.
Após a bênção dos ramos e fala do bispo, a
assembleia, entoando “Hosana, ao Filho de Davi”, seguiu em procissão até o
interior da catedral, onde foi celebrada a Santa Missa.
Santa Missa e Homilia
Em sua pregação, Dom Dulcênio convidou a todos a
mergulhar no sentido profundo da Semana Santa. A partir da entrada de Jesus em
Jerusalém, unida ao anúncio da Paixão, somos chamados a seguir o exemplo de
humildade de Cristo, que nos educa não só com palavras, mas com a entrega total
de si mesmo.
“No Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, somos
instruídos por Jesus, que nos educa pelo Seu exemplo, a praticarmos a humildade
aos planos de Deus como imperativo de fé. Assim, já na Oração da Coleta,
rezávamos: “Deus eterno e todo-poderoso, para dar ao gênero humano um exemplo
de humildade, quisestes que o nosso Salvador assumisse a condição humana e
morresse na cruz. Concedei-nos aprender os ensinamentos de sua paixão e
participar de sua ressurreição”, disse inicialmente.
Essa humildade, como explicou o bispo, não é
passiva, mas cheia de confiança. O Servo Sofredor, apresentado por Isaías,
escuta e conforta. Assim também Jesus, mesmo sofrendo, permanece firme em sua
missão. A humildade verdadeira nasce da fé e da esperança no Pai.
“Entretanto, a humildade exemplificada por Jesus
não se caracteriza pela esterilidade; antes é demonstrativo de confiança, e só
confia quem espera. Prova disto, na Primeira Leitura, do Profeta Isaías, num
dos chamados “Cânticos do Servo Sofredor”, escutamos: “O Senhor Deus deu-me língua
adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele
me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um
discípulo.” (Is 50,4)”, continuou
Dom Dulcênio propôs dois caminhos interiores: o
arrependimento sincero dos pecados e a imitação da obediência de Jesus.
Arrepender-se e confiar em Deus são atitudes essenciais para quem quer seguir o
Cristo da cruz e da ressurreição.
“Diante da humilhação do Senhor, somos convidados,
por esta “Semana Maior”, a dois movimentos interiores: o primeiro: a chorar os
nossos pecados pelo arrependimento de tê-los cometido e pela contrição de não
querermos mais ofender a Deus. Quanto ao segundo movimento, somos instruídos
por São Paulo, na Segunda Leitura, a, conhecendo, aprendendo e reproduzindo em
nosso interior a humildade confiante e esperançosa do Senhor, reconhecê-Lo na
Sua magnitude de Deus”, destacou.
Por fim, o bispo questionou a reação do mundo
diante dessa entrega. Como no passado, muitos ainda zombavam da fé. Mas o cristão
é chamado a permanecer firme, sabendo que confiar em Deus nunca é em vão. A
Semana Santa é tempo de aprender, mudar e renovar o coração.
“Mas, o que pensa o mundo diante de tais lições? O
que sempre pensou. O que sempre pensou desde a entrada do pecado, quando
começou a ridicularizar Deus e aqueles que Nele confiam, mas não se veem
desiludidos, numa certeza maior do que a do salmista, num chamado a reproduzir
a confiança mesma do Cristo: “Riem de mim todos aqueles que me veem, torcem os
lábios e sacodem a cabeça: ‘Ao Senhor se confiou, ele o liberte e agora o
salve, se é verdade que ele o ama!’" (Sl 21,8-9)”, concluiu.
A programação completa da Semana Santa na Catedral
você pode conferir clicando aqui
Por: Ascom
Fotos: Rodolfo Suassuna (Pascom Catedral)


































