“Um Clamor Chamado Conversão”: Refletiu o Bispo no III Domingo da Quaresma
Celebrando
a tradicional Missa do Lar na Catedral Diocesana de Nossa Senhora da Conceição,
na manhã deste 23 de março, Dom Dulcênio Fontes de Matos, o Bispo Diocesano, refletiu
sobre o tema “Um Clamor Chamado Conversão”, fazendo um convite à reflexão e à
transformação espiritual neste tempo quaresmal.
A
Missa foi concelebrada pelo Padre Luciano Guedes, Vigário Geral e Pároco da
Catedral, e pelo Padre Elison Santos, do Clero da Arquidiocese de Maceió, que
também exerce a função de Assistente Eclesiástico do Movimento do Cursilho de
Cristandade do Regional NE2. O Diácono Anderson e os seminaristas deram
assistência litúrgica.
A
celebração contou com a presença de representantes do Movimento do Cursilho de
Cristandade, do Regional NE2, que estavam em Assembleia desde a última
sexta-feira, 21, no Convento de Santo Antônio, em Lagoa Seca, e que foi
encerrada neste domingo. Padre Luciano Guedes acolheu os participantes, bem
como os fiéis presentes na Catedral e os que acompanhavam a missa pelas redes
sociais da diocese e pela rádio Caturité.
Nos
instantes finais da missa, Dom Dulcênio, acompanhado pelo Padre Elison Santos,
realizou a oração de envio dos cursilhistas para sua missão, abençoando-os
antes de retornarem às suas atividades.
Homilia
A
Quaresma é um tempo de purificação e reflexão sobre nossa fé, marcada por
tentações e provações. Segundo Dom Dulcênio, Deus não se esconde, mas se revela
de várias formas, ajudando-nos a enfrentar as dificuldades e guiando-nos na
conversão, como Cristo prometeu: “Eis que estarei convosco todos os dias” (Mt
28,19).
“Inculquemos
o Tempo da Quaresma - e, consequentemente a sua experiência - como um caminho
representativo da vida humana sobre esta terra, na qual, tentados pelo diabo,
mas, sobretudo, provados por Deus para que nos conscientizemos do patamar da
nossa fé e da necessidade de nossa conversão, não estarmos alheios da presença
do Senhor que, na Sua Ascensão, nos prometeu: “Eis que eu estarei convosco
todos os dias, até o final dos tempos” (Mt 28,19)”, iniciou sua pregação.
A
revelação de Deus a Moisés no deserto, como vimos na Primeira Leitura, mostra Seu
cuidado com o sofrimento do Seu povo. O Bispo destacou que Deus liberta Israel
não apenas fisicamente, mas espiritualmente, preparando-nos para a verdadeira
liberdade. O "novo Israel", como ensina São Paulo, é formado por
todos que acolhem a ação divina.
“Deus
revelou-Se para o povo de Israel. Porém, ao dar-lhe a Lei e as profecias, Deus
estava preparando um novo Israel, não para, simplesmente, libertá-lo do Egito e
para dar-lhe a terra onde corre leite e mel (Ex 3,8a), e sim para libertá-lo do
verdadeiro opressor, o diabo, e das suas amarras, o pecado, conduzindo àquela a
qual São Paulo chamou de Jerusalém do Alto, a livre, nossa mãe (cf. Gl 4,26)”,
destacou.
São
Paulo, na Segunda Leitura, alerta contra a murmuração, um protesto contra os
desígnios de Deus. O bispo alertou que o pecado é uma rebeldia contra Deus,
levando à esterilidade espiritual. Quando nos afastamos de Deus, nossa vida
perde sentido. A advertência de São Paulo nos chama a não cair na queixa e na
desconfiança.
“E
o que é murmuração neste texto? É todo protesto contra Deus, de Quem jamais
devemos protestar algo de contrário; Ele, o irrepreensível, Sumo Bem.
Murmuramos contra Deus quando nos rebelamos à Sua vontade irreparável. E o
pecado, como toda rebeldia, é um protesto fadado ao orgulho contra Deus”,
disse.
A
parábola da figueira, no Evangelho, convida-nos a produzir frutos para o Reino
de Deus. Dom Dulcênio reforçou que, assim como a figueira improdutiva, podemos
viver sem frutos espirituais se não estivermos atentos à ação de Deus.
“Deus
pôs-nos no mundo para fazermos a diferença, realizando a Sua vontade sempre. E
Ele, na Sua paciência e na Sua misericórdia, aposta em nós, espera por nós.
Três anos…, uma vida… Até o dia em que nos pedirá contas. O problema é quando
passamos toda a vida improdutivos. Esta derrubada não é outra senão o momento
em que poderemos padecer pelas oportunidades que perdemos de frutificar segundo
o querer de Deus”, pregou.
O
prelado encerrou sua pregação destacando a paciência do vinhateiro, que pede
mais um ano para cuidar da figueira, refletindo a misericórdia divina, que nos
dá oportunidades de conversão e santidade.
“Isto
faz-nos entrever como Deus, na Sua sabedoria sempiterna, oferece-nos,
constantemente, meios para que nos convertamos. Este clamor é do Evangelho, que
é o próprio Cristo, que, por duas vezes, nos disse: “Se não vos converterdes,
ireis morrer todos do mesmo modo” (Lc 13,3.5)”, findou,
Por:
Ascom
Fotos: Pascom Paroquial



















