1º Domingo da Quaresma: Peregrinação à Catedral e Festa de São José, no José Pinheiro
Neste 9 de março, a Igreja celebrou o Primeiro Domingo da
Quaresma, um tempo de reflexão, penitência e preparação para a Páscoa. Na Catedral
Diocesana, a Santa Eucaristia foi presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Dulcênio
Fontes de Matos, às 10h, com a concelebração do Vigário Geral e Pároco da Catedral,
Padre Luciano Guedes. Também participaram da celebração o Padre Mércio Aurélio,
Vigário Paroquial e Assessor Eclesiástico para as novas comunidades, e o Frei
Sérgio, representando os religiosos.
Neste domingo, a Catedral, como igreja jubilar, acolheu mais uma
peregrinação, desta vez das Novas Comunidades de Vida e da Vida Religiosa. A
peregrinação fez parte da programação do Ano Jubilar da Esperança da Diocese.
Antes da celebração, as comunidades se reuniram na sede da Comunidade Pio X,
onde participaram de um momento de preparação espiritual conduzido pelo Padre
Mércio, seguido da caminhada até à Catedral.
Homilia
Na homilia, Dom Dulcênio convidou a refletir sobre a Quaresma,
tempo em que a Igreja segue Cristo no deserto, sendo conduzida pelo Espírito
Santo. O deserto é, mais que um lugar de tentação, um espaço de encontro com
Deus. Cristo foi ao deserto para orar e se unir ao Pai. Assim como Ele, também
devemos buscar momentos de silêncio para fortalecer nossa fé e confiança em
Deus, que é nossa proteção e refúgio.
“Ora, além de trazer consigo a ideia de lugar perigoso ou adverso
à vida humana, o deserto, no mais puro sentido espiritual, designa, sobretudo,
o lugar do encontro com Deus. Cristo não foi ao deserto para, unicamente, ser
tentado. Não. Foi ali para encontrar-Se com o Pai, na força do Espírito Santo”,
explicou.
O deserto simboliza o lugar de intimidade com Deus, onde a oração
e a dependência do Espírito Santo são fundamentais. As tentações de Jesus no
deserto representam as seduções do pecado — materialidade, poder e orgulho —
que nos afastam da santidade. O Bispo destacou que em nossa vida, somos
desafiados a resistir ao mal e a viver conforme o mistério de Cristo, buscando
sempre a santidade, que nos aproxima de Deus e nos fortalece.
“somos grandes incômodos para a realidade do mal e da morte que,
tentando subverter a obra de Deus, nos perturba pelas ilusões oferecidas pelo
pecado, que, no Evangelho de hoje, na passagem de Jesus no deserto, são
representadas pelas seduções da materialidade, do poder e do orgulho, pois o
demônio não quer que conheçamos a profundidade de Deus, para que não nos
apaixonemos por Sua beleza e bondade infinitas; tampouco, quer que levemos uma
vida santa, fruto desta intimidade de amor com Deus”, destacou.
A homilia também lembrou que a luta contra as tentações não acaba,
como indica São Lucas, quando o diabo se afastou de Jesus, mas retornou no
tempo oportuno. As tentações estarão sempre presentes, mas a oração e a
penitência são armas poderosas para resistir. Invocar o nome do Senhor, como
nos ensina o Salmo e São Paulo, é o caminho para a salvação e vitória sobre o
mal.
“E, como não cairmos em tentação? Como seremos poupados de cair no
mal? A Liturgia da Palavra inspira-nos quando fala da invocação do Nome do Senhor
pela oração e pelo oferecimento dos sofrimentos vividos no bem e na verdade,
como é a penitência.”
Por fim, Dom Dulcênio exortou a todos a viver a vida no deserto
com confiança em Deus, que nos guia e nos fortalece. Em meio às tentações,
devemos permanecer unidos a Ele, em oração e penitência, para alcançar a
santidade e a verdadeira liberdade.
“Estar no deserto para estar com Deus… Esta ocasião, chamada vida, não deve ser desprezada. Não devemos temer porque Ele está conosco. Basta que a Ele nos unamos para conhecê-Lo, falando-Lhe ao Coração, para sermos santos. Aproveitemos a vida neste mundo da maneira correta”. Concluiu.
Abertura da Festa de São José, no Bairro José Pinheiro
Ainda neste domingo, à noite, a Paróquia de São José, localizada
no Bairro José Pinheiro, em Campina Grande, iniciou as festividades em honra ao
seu padroeiro, São José. Este ano, a comunidade celebra também o Jubileu
Diamantino, comemorando os 75 anos de sua criação, um marco significativo para
os fiéis da paróquia.
A missa de abertura foi presidida pelo Bispo Diocesano, Dom
Dulcênio; a festa segue até o dia 19 de março com o tema: “São José, ensinai-nos a
ser peregrinos da Esperança”. A celebração contou com a presença dos padres
Manoel Oliveira, Administrador Paroquial, e Ravindra, Vigário Paroquial, além
da assistência litúrgica do Diácono Ricardo e dos Seminaristas.
A programação completa das festividades pode ser conferida
clicando aqui.
A
homilia nesta missa de abertura, Dom Dulcênio convidou a refletir sobre a
oração, que é um pilar essencial desta caminhada. A tentação de Cristo no
deserto nos faz perguntar: por que Ele se permitiu ser tentado? A resposta é
clara: assim como Cristo, após o batismo, enfrentamos tentações. Suas tentações
no deserto são um reflexo das nossas, e é pela oração que encontramos forças
para resistir ao mal, unindo-nos a Deus e ao Espírito Santo.
“Jesus
Cristo é tentado depois do batismo para insinuar-nos que nos aguardam tentações
depois que sejamos batizados”. O retrato do Senhor no deserto é o nosso; as
suas tentações por parte do diabo, são referenciais às que sofremos, porque,
vindo o maligno, quer roubar de nós a semente da Palavra, da Fé, que recebemos
de Deus pela Igreja no dia em que fomos banhados pela regeneração (cf. Mt
13,19)”, destacou.
Dom
Dulcênio destacou, também, a importância do Espírito Santo, que nos fortalece,
assim como fortaleceu Cristo no deserto. A oração nos permite invocar a Deus
como "Abbá, Pai", e, assim como Jesus, somos guiados pelo Espírito em
nossas provações. O Espírito nunca nos abandona, e é Ele quem nos dá forças
para resistir às tentações e permanecer firmes na fé.
“No
mistério providente de Seu amor, o Espírito nos conduz, nos guia pelos desertos
do mundo, em meio às tentações, inclusive. Mas, o importante não é isto, e sim
que Ele nunca nos desampara. Muito pelo contrário, nos anima e fortalece a
permanecermos sempre com Deus”, disse.
O
deserto, onde Cristo foi tentado, simboliza o mundo e suas dificuldades. Santo
Ambrósio nos lembra que, assim como o primeiro Adão foi expulso para o deserto,
o segundo Adão, Cristo, veio ao deserto para nos conduzir de volta ao paraíso.
Cristo veio para nos tirar da desesperança e nos levar à verdadeira vida com
Deus, prometendo-nos o paraíso se permanecermos fiéis a Ele.
“O
deserto sempre figurará o mundo. E o Senhor veio ao nosso deserto, para nos
tirar dos nossos ermos pessoais, onde não havia esperança de Deus, para nos
levar Consigo ao paraíso. E aquela resposta dada por Jesus ao Bom Ladrão se
dirige à toda humanidade: - Estarás comigo no paraíso (cf. Lc 23,43).”
Por
fim, o prelado reforça que a oração deve ser uma expressão de fé verdadeira.
São Paulo ensina que, ao crer e professar nossa fé, alcançamos a salvação. A
oração nos aproxima de Deus e nos dá forças para vencer as tentações, como
Cristo fez. Que nossa oração seja nossa força e confiança no amor de Deus, que
nos guia e nunca nos abandona.
“consistência da oração é uma fé convicta e professada na
fidelidade a Deus, que nos concede a salvação. E, agindo na mesma fórmula do
que rezamos, logo, vivendo segundo as obras da fé que recebemos do próprio
Cristo por meio de Sua Igreja, seremos salvos, e, desde já, nos sentimos
salvos, porque a oração aproxima de nós o Céu, o Paraíso”, findou.
Por:
Ascom
Fotos: Pascom Catedral e São José

































