Quarta-feira de Cinzas: “A Quaresma e a Esperança”, refletiu Dom Dulcênio
A Igreja Católica iniciou, nesta quarta-feira, 5 de março, o Santo Tempo
da Quaresma com a celebração da Quarta-feira de Cinzas. Na Catedral Diocesana
de Nossa Senhora da Conceição, ocorreram três missas; a última, às 17h, foi presidida
pelo Bispo Diocesano, Dom Dulcênio Fontes de Matos, que em sua pregação fez uma
reflexão sobe “A Quaresma e a Esperança”.
A Santa Missa contou com a concelebração do Padre Luciano Guedes,
Vigário Geral e Pároco da Catedral, além da assistência litúrgica dos Diáconos
Anderson e Ricardo e dos Seminaristas; a celebração também reuniu centenas de
fiéis presencialmente, além dos que acompanhavam pelas redes socias da Diocese
e pela Rádio Caturité.
Sobre a quarta-feira de Cinzas
A Quarta-feira de Cinzas celebra o início da Quaresma, um período
de 40 dias de preparação para a Páscoa no calendário litúrgico cristão. Este
dia marca um momento de reflexão, arrependimento e conversão, convidando os
fiéis a intensificarem sua vida espiritual por meio da oração, jejum e
caridade.
Durante a celebração, os fiéis recebem a imposição das cinzas, um
símbolo de humildade e penitência. As cinzas, geralmente provenientes dos ramos
usados no Domingo de Ramos do ano anterior, são colocadas na testa ou cabeça
dos fiéis com as palavras "Lembra-te que és pó e ao pó voltarás" ou
"Convertei-vos e crede no Evangelho", lembrando-lhes da fragilidade
humana e da necessidade de reconciliação com Deus. A Quarta-feira de Cinzas
também é um convite à renovação espiritual, preparando os cristãos para celebrar
a Páscoa com um coração mais puro e preparado.
A homilia de Dom Dulcênio
Dom Dulcênio destacou que a Quaresma não deve ser vista como um
período de sofrimento, mas como um tempo de renovação espiritual, centrado na
Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Ele ressaltou que é com Cristo, no
deserto, que encontramos a possibilidade de conversão e renovação, reforçando
que este tempo nos oferece a esperança de um novo começo.
“Iniciamos, com a imposição das cinzas no dia de hoje, o Sacro
Tempo Quaresmal. E antes de pensarmos que a Quaresma seja uma experiência
mórbida na vida da Igreja, é preciso que pensemos que os cristãos abstraem a
sua força da vivência do mistério pascal, da Paixão, Morte e Ressurreição de
Cristo, tal como estamos a preparar-nos por este tempo. E, na experiência de
irmos ao deserto com Jesus, é Dele que nos vem a possibilidade de
convertermo-nos”, iniciou sua pregação.
Dom Dulcênio também citou a mensagem do Papa Francisco, que
associa a Quaresma à esperança. O Papa enfatiza que a Igreja nos convida a
preparar nossos corações para celebrar a Páscoa com alegria, lembrando-nos de
que a Quaresma é um tempo para refletir sobre nossa caminhada espiritual,
renunciando aos pecados e buscando a liberdade em Cristo.
“o Santo Padre Francisco, na sua mensagem para a Quaresma deste
ano, faz uma reflexão em que mescla a esperança e este tempo litúrgico porque
“a Igreja, mãe e mestra, convida-nos a preparar os nossos corações e a
abrir-nos à graça de Deus para podermos celebrar com grande alegria o triunfo
pascal de Cristo, o Senhor, [...] centro da nossa fé e a garantia da nossa
esperança na grande promessa do Pai, já realizada n’Ele, Seu Filho amado: a
vida eterna (cf. Jo 10,28;17,3)”, destacou.
Ao falar sobre o "caminhar", o Papa chamou atenção para
a caridade, não apenas material, mas também no apoio e solidariedade entre as
pessoas. Dom Dulcênio reforçou a importância de caminharmos juntos como
comunidade, sem deixar ninguém para trás, ajudando uns aos outros a seguir em
direção à liberdade que Cristo nos oferece.
“Caminhar juntos significa ser tecelões de unidade, partindo da
nossa dignidade comum de filhos de Deus (cf. Gl 3,26-28); significa caminhar
lado a lado, sem pisar ou subjugar o outro, sem alimentar invejas ou
hipocrisias, sem deixar que ninguém fique para trás ou se sinta excluído.
Sigamos na mesma direção, rumo a uma única meta, ouvindo-nos uns aos outros com
amor e paciência”, disse.
Por fim, Dom Dulcênio destacou a importância da oração e confiança
em Deus, como ensina o Papa Francisco. Ele nos desafiou a refletir sobre nossa
fé e confiança no perdão de Deus. A Quaresma, portanto, deve ser vivida como um
tempo de penitência, caridade e oração, fortalecendo a esperança e guiando-nos
na superação das dificuldades com a ajuda de Cristo.
“Penitência, caridade e confiança orante e atuante: eis o que se
descortina como propulsores de esperança para nós neste tempo favorável, neste
tempo forte. Os exercícios quaresmais sejam, pois, para nós um longo retiro
espiritual, vencendo o demônio e, com ele, tantas feras interiores que temos
dentro de nós, tal como refletiremos no próximo domingo, pois, como disse
Jesus, os vencemos “à força de oração e de jejum” (Mt 17,21)”, findou.
Por:
Dvanilson Marinho (Ascom)
Fotos: Joaquim Urtiga (Pascom Diocesana)




















