Encerramento do Crescer 2025 Reúne Multidão no Spazzio
O 28º Encontro da Família Católica, o Crescer, reuniu uma grande
multidão no encerramento de sua edição deste ano, realizada de 28 de fevereiro
a 4 de março, na cidade de Campina Grande. Organizado pela Comunidade de São
Pio X, o evento aconteceu na casa de shows Spazzio e contou com uma intensa
programação que incluiu louvores, pregações, adorações, momentos de oração e
celebrações eucarísticas.
De acordo com os organizadores, mais de 80 mil pessoas
participaram presencialmente durante os cinco dias de encontro, além de um
grande número de fiéis que acompanhou as atividades por meio da transmissão do
evento no YouTube.
A missa de encerramento foi presidida por Dom Dulcênio Fontes de
Matos, Bispo Diocesano de Campina Grande. A cerimônia contou, ainda, com a participação
de Padres da Diocese de Campina Grande e de outras regiões, além de Diáconos, Seminaristas
e Autoridades Civis, marcando um momento de profunda espiritualidade.
Homilia
Dom Dulcênio iniciou com uma reflexão sobre o salmo, destacando a
família como a grande aliança de Deus desde Abraão. Ele convidou os fiéis a
entenderem que, ao participarem do retiro, estavam se aproximando de Deus,
especialmente por meio do “sacrifício”, que, segundo ele, não deve ser visto
como dor, mas como uma refeição de festa, um gesto de comunhão com o divino.
“Meus amados, a expressão da Palavra e Liturgia de hoje é
sacrifício. O que entender por essa expressão sacrifício? Temos o sacrifício
como algo pesaroso; incômodo; perverso; triste; que reflete apenas
sofrimento... quando na verdade, o sentido real para a cultura judaica não é
isso. Sacrifício, meus filhos, é UMA REFEIÇÃO DE FESTA! É UM OFERECIMENTO DE
MAIS ALTO GRAU DE SI. Por isso, se faziam sacrifícios ao Senhor”, refletiu.
Dom Dulcênio explicou que, no contexto judaico, o sacrifício
significa aproximação de Deus, algo positivo e cheio de significado. Ele chamou
a atenção para o fato de que, ao nos oferecermos em sacrifício, estamos nos
aproximando de um banquete de festa, um momento de união profunda com Deus. Esse
sacrifício agrada a Deus e nos torna mais próximos Dele, manifestando nossa fé
e dedicação.
“No hebraico, língua falada na Terra Santa, a palavra sacrifício
significa APROXIMAR-SE... ESTAR PERTO... JUNTE “DE”. É como dizer que o
sacrifício é aproximar-se do banquete ou da refeição de festa! Que coisa mais
bela, meus filhos! Desse modo, hoje, sobretudo, FOMOS CONVIDADOS PARA SE
APROXIMAR DO BANQUETE DE FESTA! Do verdadeiro sacrifício que não só agrada a
Deus; mas, me faz estar junto dele a comer”, disse.
Ele também destacou o valor do sacrifício do justo, como
mencionado na primeira leitura, lembrando que a oblação do justo é aceitável a
Deus. Para Dom Dulcênio, isso significa que quem vive segundo os preceitos
divinos oferece um sacrifício salutar, que não apenas agrada a Deus, mas também
traz bênçãos espirituais. Ele exortou os fiéis a confiar no sacrifício e na
proximidade com Deus, especialmente ao participar da liturgia e da oração.
“Com a afirmação “a oblação do justo enriquece o altar, e o seu
perfume sobe ao Altíssimo. O sacrifício do justo é aceitável”, por isso não
tenhamos medo de ofertar um sacrifício a Deus. Pelo contrário, coloquemos
esperança no sacrifício. Porque todo aquele que se aproxima da refeição que é o
Senhor, procede retamente e se faz um com Ele.”
A homilia fez ainda uma reflexão sobre o Evangelho, quando Jesus
fala aos discípulos sobre a recompensa para aqueles que O seguem, deixando tudo
para trás. Dom Dulcênio reforçou que a verdadeira segurança e riquezas vêm de
Deus, sendo visíveis na família. Para ele, a família é o primeiro lugar onde se
experimenta a esperança e o amor de Deus, e é nela que a fé deve ser vivida e
compartilhada.
“Onde podemos encontrar o nosso esforço de conversão e nos atentar
contra as falsas seguranças? NA VERDADEIRA ESPERANÇA QUE VEM DE DEUS! E uma
parcela dessa esperança se nos mostra a partir de quê? Da família... é da
família que vem a esperança de nos sentirmos mais seguros. Seguros em nós
mesmos, com os outros, com Deus... E NA FAMÍLIA, ESTÁ A NOSSA ESPERANÇA! Como
bem nos indica o tema deste Crescer”, destacou.
Por fim, Dom Dulcênio concluiu com um apelo à proteção da família,
ressaltando que, em tempos difíceis, é essencial defender seus valores e
princípios. Ele afirmou que a família cristã é o lugar da verdadeira esperança,
onde se aprende a viver o amor de Deus e onde a transformação espiritual
começa. Assim, a família é o centro da esperança para o futuro, sendo essencial
para a construção de um mundo melhor.
“A família cristã, sobretudo hoje, tem uma especial vocação para
ser testemunha da aliança pascal de Cristo, mediante a irradiação constante da
alegria do amor e da certeza da esperança, da qual deve tornar-se reflexo: A
família cristã proclama em alta voz as virtudes presentes do Reino de Deus e a
esperança na vida bem-aventurada.”
E conclui, dizendo: “E, no coração de cada um presente aqui, ponho
uma exortação: sejam Eles a transmiti-la a vós, veneráveis e diletos filhos, e
a abrir os vossos corações à luz que o Evangelho irradia sobre cada família,
para podermos repetir como o saudoso Padre Zezinho nos disse “Que a família
comece e termine sabendo onde vai”. E, por fim, encaremos, a partir de hoje, a
família como o verdadeiro sacrifício de oferenda a Deus; visto que sacrifício é
a aproximação do banquete de festa. Sejamos sacrifício agradável a Deus. Sem
reservas!”
Consagração
às famílias e anúncio do Crescer 2026
Nos
instantes finais da celebração, dois momentos especiais marcaram o encerramento
da santa missa. O primeiro, repleto de emoção e fé, foi a consagração das
famílias, em que todos os presentes, com velas acesas, entregaram suas famílias
nas mãos de Deus.
O
segundo momento, muito aguardado por todos, foi o anúncio do Crescer 2026,
evento que ocorrerá entre os dias 13 e 17 de fevereiro. O Bispo Diocesano, Dom
Dulcênio Fontes de Matos, anunciou o tema desta edição: "Família:
Promessa, Benção e Missão", convidando
todos a refletirem sobre o papel da família na fé e na sociedade.
Por:
Dvanilson Marinho (Ascom)
Fotos: Joaquim Urtiga, Ryan Caio e Matheus Borges (Equipe
Diocesana)
Segue a homilia na íntegra:
“Reuni à minha frente os meus eleitos, que selaram a Aliança em
sacrifícios!” É o que Deus nos diz hoje no salmo. Sabe por que? Porque eleita
como a grande aliança de Deus desde o princípio foi a família, parte da
descendência de Abraão e exemplo mais fecundo na vila de Nazaré. E parte dessa
família eleita como parte da aliança, se encontra hoje nesse espaço! Bem-vindos
ao retiro da família e ao retiro da esperança!
Meus amados, a expressão da Palavra e Liturgia de hoje é
sacrifício. O que entender por essa expressão sacrifício? Temos o sacrifício
como algo pesaroso; incômodo; perverso; triste; que reflete apenas
sofrimento... quando na verdade, o sentido real para a cultura judaica não é
isso. Sacrifício, meus filhos, é UMA REFEIÇÃO DE FESTA! É UM OFERECIMENTO DE
MAIS ALTO GRAU DE SI. Por isso, se faziam sacrifícios ao Senhor.
E não para por aqui! No hebraico, língua falada na Terra Santa, a
palavra sacrifício significa APROXIMAR-SE... ESTAR PERTO... JUNTE “DE”. É como
dizer que o sacrifício é aproximar-se do banquete ou da refeição de festa! Que
coisa mais bela, meus filhos! Desse modo, hoje, sobretudo, FOMOS CONVIDADOS
PARA SE APROXIMAR DO BANQUETE DE FESTA! Do verdadeiro sacrifício que não só
agrada a Deus; mas, me faz estar junto dele a comer.
E a primeira leitura nos relembra que aquele que cumpre os
preceitos oferece um sacrifício salutar. Uma vez que se vê o cumprimento da Lei
como culto a Deus, podemos dizer que predomina (na primeira leitura) o espírito
do culto: “Aquele que observa a Lei faz numerosas oferendas; oferecendo
sacrifício salutar o que guarda os preceitos”. Nos versículos seguintes, o
autor sagrado documenta um profundo conhecimento dos diferentes atos de culto
com que se honrava a Deus.
Com a afirmação “a oblação do justo enriquece o altar, e o seu
perfume sobe ao Altíssimo. O sacrifício do justo é aceitável”, por isso não
tenhamos medo de ofertar um sacrifício a Deus. Pelo contrário, coloquemos
esperança no sacrifício. Porque todo aquele que se aproxima da refeição que é o
Senhor, procede retamente e se faz um com Ele.
Ou seja, cantemos com o salmo de hoje que reafirma isso em melodia
ao entoar que “a todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem
de Deus.” E continua: “Escuta, ó meu povo, eu vou falar; ouve, Israel, eu não
venho censurar teus sacrifícios, quem me oferece um sacrifício de louvor, este
sim é que me honra de verdade. A todo homem que procede retamente, eu mostrarei
a salvação.” E quem procede retamente a Deus, receberá cem vezes mais agora,
durante esta vida com perseguições e, no mundo futuro, a vida eterna, como nos
fala o Evangelho.
O discurso de Jesus, depois do colóquio com o homem rico, deixou
os discípulos apavorados. Pedro toma a palavra para tentar clarificar a
confusão que se abatera sobre todos: que será de nós que “deixamos tudo e te
seguimos?” Jesus garante-lhes que Deus não se deixa vencer em generosidade.
Acolherá na vida eterna aqueles que, deixando tudo, O seguem; mas também lhes
permite usufruir, desde já, da riqueza dos seus dons, e está com eles para os
apoiar nas perseguições. Marcos faz uma lista detalhada dos bens de que os
discípulos podem, desde já, usufruir, e conclui com a máxima sobre os primeiros
e os últimos no Reino. Há que estar atento contra as falsas seguranças, e
empenhar-se num permanente esforço de conversão. Porque com Ele, receberemos
cem vezes mais. Não tenhamos dúvidas.
Onde podemos encontrar o nosso esforço de conversão e nos atentar
contra as falsas seguranças? NA VERDADEIRA ESPERANÇA QUE VEM DE DEUS! E uma
parcela dessa esperança se nos mostra a partir de quê? Da família... é da
família que vem a esperança de nos sentirmos mais seguros. Seguros em nós
mesmos, com os outros, com Deus... E NA FAMÍLIA, ESTÁ A NOSSA ESPERANÇA! Como
bem nos indica o tema deste Crescer.
Ora, AS FAMÍLIAS SÃO O PRIMEIRO AMBIENTE NO QUAL SE “RESPIRA” O
AMOR DE DEUS!!! Que dá a força interior também em meio às dificuldades e às
provações da vida. “Quem vive em família a experiência do amor de Deus, recebe
um dom inestimável, que dá fruto em seu tempo” porque a família é o primeiro
lugar onde se aprende a amar.
Justamente enquanto afirmamos a beleza da família, sentimos mais
do que nunca que devemos defendê-la e que existe esperança a partir dela. Não
deixemos que seja poluída pelos venenos do egoísmo, do individualismo, da
cultura da indiferença e do descarte, perdendo assim o seu DNA que é o
acolhimento e o espírito de serviço. A família é como chama que se acende para
sentir o calor de Deus.
Devemos manter acesa a chama da esperanc?a que nos foi dada e
fazer todo o possível para que cada um recupere a força e a certeza de olhar
para o futuro com espi?rito aberto, corac?a?o confiante e mente clarividente. O
pro?ximo Jubileu podera? favorecer imenso a recomposic?a?o dum clima de
esperanc?a e confianc?a, como sinal dum renovado renascimento do qual todos
sentimos a urge?ncia. E como Peregrinos de Esperanc?a, tema deste Ano Santo e
Jubilar da Esperança, possamos ser a família dos peregrinos que proclamam a
esperança, afinal, só podemos falar daquilo que conhecemos e vivemos. Se
acreditamos na esperança, poderemos falar dela; se temos esperança, seremos
disseminadores dela.
Na FALA DA ABERTURA DO JUBILEU, o Santo Padre nos disse que a
esperança não está morta, a esperança está viva e envolve a nossa vida para
sempre! A esperança não tolera a indolência dos sedentários e a preguiça dos
que se acomodaram no seu próprio conforto; não admite a falsa prudência dos que
não se arriscam por medo e o calculismo dos que só pensam em si próprios; é
incompatível com a vida tranquila dos que não levantam a voz contra o mal e
contra as injustiças. Pelo contrário, a esperança cristã exige de nós a audácia
de antecipar hoje essa promessa, através da nossa responsabilidade familiar.
Na Encíclica Familiaris Consortio, São João Paulo II diz que os
esposos são, portanto, para a Igreja o chamamento permanente daquilo que
aconteceu sobre a Cruz; são um para o outro, e para os filhos, testemunhas da
salvação da qual o sacramento os faz participar. Deste acontecimento de
salvação, o matrimônio como cada sacramento, é memorial, atualização e
profecia: enquanto memorial, o sacramento dá-lhes a graça e o dever de recordar
as grandes obras de Deus e de as testemunhar aos filhos; enquanto atualização,
dá-lhes a graça e o dever de realizar no presente, um para com o outro e para
com os filhos, as exigências de um amor que perdoa e que redime; enquanto
profecia dá-lhes a graça e o dever de viver e de testemunhar a esperança do
futuro encontro com Cristo. Além disso, conscientes da sua vocação, habituem-se
quer a testemunhar a esperança que neles existe (cfr. 1 Ped. 3, 15), quer a
ajudar a conformação cristã no mundo.
A família cristã, sobretudo hoje, tem uma especial vocação para
ser testemunha da aliança pascal de Cristo, mediante a irradiação constante da
alegria do amor e da certeza da esperança, da qual deve tornar-se reflexo: A
família cristã proclama em alta voz as virtudes presentes do Reino de Deus e a
esperança na vida bem-aventurada.
A oração familiar tem como conteúdo original a própria vida de
família, que em todas as suas diversas fases é interpretada como vocação de
Deus e atuada como resposta filial ao Seu apelo: alegrias e dores, esperanças e
tristezas, nascimento e festas de anos, aniversários de núpcias dos pais,
partidas, ausências e regressos, escolhas importantes e decisivas, a morte de
pessoas queridas, etc., assinalam a intervenção do amor de Deus, na história da
família, assim como devem marcar o momento favorável para a ação de graças,
para a impetração, para o abandono confiante da família ao Pai comum que está
nos céus. E que sempre encontra em seu seio, a esperança... por isso repito: NA
FAMÍLIA, ESTÁ A NOSSA ESPERANÇA! A dignidade e a responsabilidade da família
cristã como Igreja doméstica só podem pois ser vividas com a ajuda incessante
de Deus, que não faltará, se implorada com humildade e confiança na oração.
A vós esposos, a vós pais e mães de família; a vós, jovens e
donzelas, que sois o futuro e a esperança da Igreja e do mundo e construireis o
núcleo que garantirá e dinamizará a família no terceiro milênio que se
aproxima; a vós, veneráveis e queridos filhos, padres, seminaristas, religiosos
e religiosas, almas consagradas ao Senhor, que testemunhais aos esposos a
realidade última do amor de Deus; a vós, homens todos de coração reto, que por
razões diversas vos preocupais da situação da família, dirige-se com trepidante
solicitude, a minha atenção ao final desta fala.
O futuro da humanidade passa pela família, meus irmãos!
É, pois, indispensável e urgente que cada homem de boa vontade se
empenhe em salvar e promover os valores e as exigências da família. Sinto-me no
dever de pedir aos filhos da Igreja um esforço especial neste campo. Conhecendo
plenamente, pela fé, o maravilhoso plano de Deus, temos uma razão mais para se
dedicar à realidade da família neste nosso tempo de prova e de graça e, mais:
de não deixarmos faltar a esperança... Devem amar particularmente a família. É
o que concreta e exigentemente vos confio.
A Jesus, a Maria e a José
confio cada família. E, no coração de cada um presente aqui, ponho uma
exortação: sejam Eles a transmiti-la a vós, veneráveis e diletos filhos, e a
abrir os vossos corações à luz que o Evangelho irradia sobre cada família, para
podermos repetir como o saudoso Padre Zezinho nos disse “Que a família comece e
termine sabendo onde vai”. E, por fim, encaremos, a partir de hoje, a família
como o verdadeiro sacrifício de oferenda a Deus; visto que sacrifício é a
aproximação do banquete de festa. Sejamos sacrifício agradável a Deus. Sem
reservas!
A todos e a cada um, assegurando a minha constante prece, concedo
de coração a minha bênção e minha palavra de que NA FAMÍLIA ESTÁ, REALMENTE, A
NOSSA ESPERANÇA!









































