Comunidade Marista é oficialmente fundada em Campina Grande
Em um momento de fraternidade e união, a Comunidade
Marista foi oficialmente fundada na cidade de Campina Grande, na noite desta
quarta-feira, 19 de fevereiro. A celebração de abertura aconteceu no Centro
Marista, localizado no bairro do Tambor, antiga sede do Centro Diocesano Dom
Luiz Gonzaga Fernandes, que fazia parte da Diocese de Campina Grande.
Mais cedo, na parte da tarde, Dom Dulcênio realizou
uma visita à Casa dos Maristas. Em um momento de descontração, os membros da
comunidade e o bispo compartilharam um café, estreitando ainda mais os laços de
amizade e reforçando o compromisso mútuo com a evangelização e o trabalho
pastoral em Campina Grande.
A Santa Missa de abertura, às 19h, foi presidida
por Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano, e concelebrada por diversos
padres, incluindo o Padre Luciano Guedes, Vigário Geral, o Padre Evanilson
Souza, Ecônomo da Diocese, o Padre Aldevam Guedes, Pároco da Paróquia de Nossa
Senhora das Graças, e o Padre Ir. Marisaldo. Também marcaram presença o
Provincial da Comunidade Marista, Irmão Assis Elias de Brito, o Superior da
Comunidade em Campina Grande, Irmão Joilson de Souza, Irmão Fábio Soares do
Nascimento, além das leigas Marli Barbosa e Joseane da Costa, integrantes da
comunidade.
A celebração contou com a presença de irmãos
Maristas de outros estados, religiosas, religiosos e demais fiéis. Durante a
missa, o Provincial Irmão Assis Elias de Brito destacou que a instalação da
comunidade em Campina Grande tem como objetivo tornar Jesus Cristo conhecido e
amado, especialmente entre as crianças, adolescentes e jovens mais pobres. Ele
enfatizou que "a assistência, a proteção, a formação e o acompanhamento
aos mais pobres serão a prioridade dos Maristas em Campina Grande",
reafirmando o compromisso com os mais necessitados.
Irmão Joilson de Souza, Superior da Comunidade em
Campina Grande, expressou sua gratidão pelos gestos de acolhida recebidos desde
o início do processo de instalação e agradeceu a Dom Dulcênio pelo apoio,
presenteando-o com uma imagem da "Boa Mãe" como símbolo de
agradecimento.
O Padre Luciano Guedes, Vigário Geral, também
compartilhou sua emoção, lembrando os momentos significativos vivenciados no
antigo Centro Diocesano, agora Centro Marista. Ele ressaltou que foi nesse
espaço que ele viveu importantes experiências de formação e espiritualidade que
o impulsionou para o Seminário.
Por fim, Dom Dulcênio expressou sua alegria ao ver
o novo uso do espaço, destacando a importância da continuidade dos trabalhos
evangelizadores da Igreja. "É um lugar que fala muito ao meu
coração", afirmou.
Homilia
Dom
Dulcênio começou refletindo sobre o dilúvio em Gênesis, onde a promessa de Deus
se cumpre, mostrando que até nos períodos difíceis, há uma renovação. Assim
como Noé encontrou uma nova visão após o dilúvio, somos chamados a abrir nossos
olhos para a esperança que se renova.
“O
livro do Gênesis apresenta-nos dois relatos do dilúvio, tal como apresentara
dois relatos da criação. Contudo, enquanto estes estão separados um do outro,
os dois relatos do dilúvio estão embutidos um no outro. Enquanto, para um, o
dilúvio dura quarenta dias, número aproximativo para um período bastante longo,
para outro, dura doze meses lunares com mais onze dias, o que perfaz 365 dias,
isto é, um ano solar. Isto é relevante? Claro! Porque o tempo no hoje de Deus é
bastante claro para percebermos os sinais dos tempos. Por esse motivo é que o
dilúvio, ainda que tendo durado muito, também teve um termo. As águas acabaram
por se retirar. Este fato ilumina-nos sobre o modo de agir de Deus”, refletiu.
Dom
Dulcênio segue com a cura gradual do cego de Betsaida, ressaltando a
importância da fé. O milagre não foi apenas físico, mas espiritual,
simbolizando como nossa fé pode crescer com o tempo. Para isso, é preciso
afastar-se das distrações mundanas e buscar a intimidade com Cristo,
especialmente na oração e nos sacramentos.
“A
primeira é que, levados pelas mãos de Cristo, nos afastemos agora “do povoado”,
isto é, dos costumes mundanos e saibamos entreter-nos a sós com Ele na oração.
A segunda é que procuremos o seu toque nos sacramentos, figurados na saliva com
que esfregou Ele os olhos daquele doente. São estes os caminhos, simbolizados
hoje nas vias por que o Senhor foi-lhe restituindo a vista, por que também nós
iremos recobrar aos poucos a visão, a fim de que a nossa fé, por ora
incipiente, possa um dia iluminar a tal ponto os nossos passos, que já não
queiramos mais tornar “ao povoado” de que o Senhor nos quer arrancar”, destacou
o bispo.
Ao
associar essas passagens com a inauguração do Centro Marista, Dom Dulcênio
destacou o novo espaço como um lugar de esperança e acolhimento. Este Centro se
torna uma "janela" para que todos, especialmente os jovens, enxerguem
além de suas limitações.
“Não
tenho dúvidas de que este lugar, berço de grande espiritualidade e lugar de
acolhimento para toda a Diocese, seja hoje, ou se faça hoje, não só o lugar da
esperança de Deus aos maristas, todavia, a janela que Deus os abre para
enxergar além daquilo que se era enxergado. Hoje, vocês, da mesma forma que
Noé, também abrem um teto desta arca que por muito tempo foi chamado de Centro
do Tambor, para elevar sacrifícios de louvor a Deus junto, agora, da juventude”.
Concluindo,
Dom Dulcênio enfatizou a importância de seguir o exemplo de São Marcelino,
fundador dos Maristas, vivendo a espiritualidade mariana e apostólica. O Centro
Marista, agora inaugurado, torna-se um ponto de referência para aqueles que
buscam crescer na fé e no amor de Deus, acolhendo todos com amor e esperança.
“Desejo
um frutuoso trabalho neste lugar que nos serviu muito e por muitos anos. Desejo
que muitos que passarem pelo portão, sejam também, evangelizados como muitos já
foram. E não esqueçam: recebam todos com amor, como Jesus recebeu o cego de
Betsaida. Hoje, agradecemos por estas paredes terem sido sinal de Deus para
homens e mulheres, jovens e idosos; e muitos, vindos da cidade ou do roçado
(com os olhares cansados e as mãos calejadas). Mas, com algo em comum: o desejo
de aprender, de ser treinado, e de encontrar aqui, Deus! Sejam o amor e a
esperança de Deus na evangelização... Não esqueçam disso!”, findou.
Por: Ascom
Fotos: Dvanilson Marinho (Ascom)