Comunidade Marista é oficialmente fundada em Campina Grande

Postado em 19/02/25 às 23:229 minutos de leitura201 views

Em um momento de fraternidade e união, a Comunidade Marista foi oficialmente fundada na cidade de Campina Grande, na noite desta quarta-feira, 19 de fevereiro. A celebração de abertura aconteceu no Centro Marista, localizado no bairro do Tambor, antiga sede do Centro Diocesano Dom Luiz Gonzaga Fernandes, que fazia parte da Diocese de Campina Grande.

Mais cedo, na parte da tarde, Dom Dulcênio realizou uma visita à Casa dos Maristas. Em um momento de descontração, os membros da comunidade e o bispo compartilharam um café, estreitando ainda mais os laços de amizade e reforçando o compromisso mútuo com a evangelização e o trabalho pastoral em Campina Grande.

A Santa Missa de abertura, às 19h, foi presidida por Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano, e concelebrada por diversos padres, incluindo o Padre Luciano Guedes, Vigário Geral, o Padre Evanilson Souza, Ecônomo da Diocese, o Padre Aldevam Guedes, Pároco da Paróquia de Nossa Senhora das Graças, e o Padre Ir. Marisaldo. Também marcaram presença o Provincial da Comunidade Marista, Irmão Assis Elias de Brito, o Superior da Comunidade em Campina Grande, Irmão Joilson de Souza, Irmão Fábio Soares do Nascimento, além das leigas Marli Barbosa e Joseane da Costa, integrantes da comunidade.

A celebração contou com a presença de irmãos Maristas de outros estados, religiosas, religiosos e demais fiéis. Durante a missa, o Provincial Irmão Assis Elias de Brito destacou que a instalação da comunidade em Campina Grande tem como objetivo tornar Jesus Cristo conhecido e amado, especialmente entre as crianças, adolescentes e jovens mais pobres. Ele enfatizou que "a assistência, a proteção, a formação e o acompanhamento aos mais pobres serão a prioridade dos Maristas em Campina Grande", reafirmando o compromisso com os mais necessitados.

Irmão Joilson de Souza, Superior da Comunidade em Campina Grande, expressou sua gratidão pelos gestos de acolhida recebidos desde o início do processo de instalação e agradeceu a Dom Dulcênio pelo apoio, presenteando-o com uma imagem da "Boa Mãe" como símbolo de agradecimento.

O Padre Luciano Guedes, Vigário Geral, também compartilhou sua emoção, lembrando os momentos significativos vivenciados no antigo Centro Diocesano, agora Centro Marista. Ele ressaltou que foi nesse espaço que ele viveu importantes experiências de formação e espiritualidade que o impulsionou para o Seminário.

Por fim, Dom Dulcênio expressou sua alegria ao ver o novo uso do espaço, destacando a importância da continuidade dos trabalhos evangelizadores da Igreja. "É um lugar que fala muito ao meu coração", afirmou.

Homilia

Dom Dulcênio começou refletindo sobre o dilúvio em Gênesis, onde a promessa de Deus se cumpre, mostrando que até nos períodos difíceis, há uma renovação. Assim como Noé encontrou uma nova visão após o dilúvio, somos chamados a abrir nossos olhos para a esperança que se renova.

“O livro do Gênesis apresenta-nos dois relatos do dilúvio, tal como apresentara dois relatos da criação. Contudo, enquanto estes estão separados um do outro, os dois relatos do dilúvio estão embutidos um no outro. Enquanto, para um, o dilúvio dura quarenta dias, número aproximativo para um período bastante longo, para outro, dura doze meses lunares com mais onze dias, o que perfaz 365 dias, isto é, um ano solar. Isto é relevante? Claro! Porque o tempo no hoje de Deus é bastante claro para percebermos os sinais dos tempos. Por esse motivo é que o dilúvio, ainda que tendo durado muito, também teve um termo. As águas acabaram por se retirar. Este fato ilumina-nos sobre o modo de agir de Deus”, refletiu.

Dom Dulcênio segue com a cura gradual do cego de Betsaida, ressaltando a importância da fé. O milagre não foi apenas físico, mas espiritual, simbolizando como nossa fé pode crescer com o tempo. Para isso, é preciso afastar-se das distrações mundanas e buscar a intimidade com Cristo, especialmente na oração e nos sacramentos.

“A primeira é que, levados pelas mãos de Cristo, nos afastemos agora “do povoado”, isto é, dos costumes mundanos e saibamos entreter-nos a sós com Ele na oração. A segunda é que procuremos o seu toque nos sacramentos, figurados na saliva com que esfregou Ele os olhos daquele doente. São estes os caminhos, simbolizados hoje nas vias por que o Senhor foi-lhe restituindo a vista, por que também nós iremos recobrar aos poucos a visão, a fim de que a nossa fé, por ora incipiente, possa um dia iluminar a tal ponto os nossos passos, que já não queiramos mais tornar “ao povoado” de que o Senhor nos quer arrancar”, destacou o bispo.

Ao associar essas passagens com a inauguração do Centro Marista, Dom Dulcênio destacou o novo espaço como um lugar de esperança e acolhimento. Este Centro se torna uma "janela" para que todos, especialmente os jovens, enxerguem além de suas limitações.

“Não tenho dúvidas de que este lugar, berço de grande espiritualidade e lugar de acolhimento para toda a Diocese, seja hoje, ou se faça hoje, não só o lugar da esperança de Deus aos maristas, todavia, a janela que Deus os abre para enxergar além daquilo que se era enxergado. Hoje, vocês, da mesma forma que Noé, também abrem um teto desta arca que por muito tempo foi chamado de Centro do Tambor, para elevar sacrifícios de louvor a Deus junto, agora, da juventude”.

Concluindo, Dom Dulcênio enfatizou a importância de seguir o exemplo de São Marcelino, fundador dos Maristas, vivendo a espiritualidade mariana e apostólica. O Centro Marista, agora inaugurado, torna-se um ponto de referência para aqueles que buscam crescer na fé e no amor de Deus, acolhendo todos com amor e esperança.

“Desejo um frutuoso trabalho neste lugar que nos serviu muito e por muitos anos. Desejo que muitos que passarem pelo portão, sejam também, evangelizados como muitos já foram. E não esqueçam: recebam todos com amor, como Jesus recebeu o cego de Betsaida. Hoje, agradecemos por estas paredes terem sido sinal de Deus para homens e mulheres, jovens e idosos; e muitos, vindos da cidade ou do roçado (com os olhares cansados e as mãos calejadas). Mas, com algo em comum: o desejo de aprender, de ser treinado, e de encontrar aqui, Deus! Sejam o amor e a esperança de Deus na evangelização... Não esqueçam disso!”, findou.

Por: Ascom
Fotos: Dvanilson Marinho (Ascom)



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