3º Domingo do Tempo Comum: Missa na Catedral e em São Sebastião de Lagoa de Roça

Postado em 26/01/25 às 22:2911 minutos de leitura138 views

Neste domingo, 26 de janeiro, a Igreja celebrou o III Domingo do Tempo Comum – o domingo da Palavra de Deus (instituído pelo Papa Francisco), e na Catedral Diocesana de Campina Grande, a missa foi presidida por Dom Dulcênio, bispo diocesano. Em sua homilia, Dom Dulcênio refletiu sobre a Palavra de Deus como alimento espiritual. Durante a celebração, o prelado apresentou à comunidade o novo casal coordenador da Pastoral Familiar, Carlos e Rosa, da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, no bairro Presidente Médice. O casal, com mais de 40 anos de dedicação à Pastoral, assume agora a coordenação, sucedendo Geovaneto e Juliana, que foram eleitos para a coordenação do Regional Nordeste II da Pastoral da Família.

O Diácono Anchieta, Assessor Eclesiástico da Pastoral Familiar, expressou seu agradecimento ao padre João Paulo, que liderou a Pastoral nos últimos anos, destacando o trabalho frutífero desenvolvido. Além disso, ele apresentou os demais membros da comissão da Pastoral Familiar. Dom Dulcênio também agradeceu a todos pela vida dedicada ao serviço da Igreja e ressaltou a importância das atividades e formações realizadas pela Pastoral, que percorre toda a diocese.

A equipe da Pastoral Familiar na diocese de Campina Grande conta com os seguintes membros: Carlos e Rosa (coordenadores), Railton e Cida (vice-coordenação), Nena e Zuca, Estevão e Ana Raquel (setor pré-matrimonial), Sérgio e Darlene (setor pós-matrimonial), Suellen e Anderson (setor casos especiais), além de Carlos e Rosa (finanças) e Tiago e Dayane (comunicação). Os diáconos Erick e Manassés também apoiam a Pastoral.

Homilia

A homilia de Dom Dulcênio destacou a centralidade da Palavra de Deus na vida cristã. Ele começa citando Jeremias, que vê a Palavra como alimento e alegria, e relaciona isso ao momento em que Esdras lê o Livro da Lei para o povo após o Exílio. A Palavra, bem compreendida, fortalece e consola, como se vê na atitude de Neemias, que consola o povo e os convida a se alegrar na Palavra.

“Creio que chama a nossa atenção a postura do Governador Neemias de consolar o povo com a verdadeira ideia de que a alegria que brota da Palavra do Senhor é a força de Seu povo. Esta atitude daquele líder somente nos deixa estupefatos porque hoje carecemos de representantes que, amando a Palavra de Deus, vivendo-a com amor, apresente-na como força de uma nação, de um país”, trouxe inicialmente.

Dom Dulcênio criticou a forma como, no Brasil, a Palavra de Deus tem sido negligenciada, especialmente pelos governantes. Ele faz um paralelo com líderes cristãos históricos que usaram a Palavra para guiar suas nações. A reflexão sugere que a Palavra é a base para a verdadeira felicidade e prosperidade de um povo, e deveria ser mais valorizada, especialmente em uma nação com forte tradição cristã.

“Como estão escanteando - em zombaria -a Palavra de Deus na Terra de Santa Cruz! Logo do Brasil, que nasceu à sombra da Fé Cristã, da Eucaristia, do anúncio de Jesus Cristo, Palavra de Deus encarnada e que nos salva. Creio ainda que, para os homens do poder da nossa patria, tanto o gesto de Neemias quanto de outros líderes - inclusive políticos como São Luís da França, a Venerável Isabel da Espanha, da Venerável Isabel, Princesa do Brasil, São Tomas Morus -, à luz que brota das Sagradas Escrituras e da Fé que elas sustentam, deveria fazê-los conduzir o Brasil à felicidade completa, pois como diz o Salmo 33: "Feliz o povo cujo Deus é o Senhor!" (v. 12)”.

O pregador também destacou que, no Novo Testamento, Cristo é a Palavra encarnada. Ele traz a revelação divina de forma viva e palpável, como quando Jesus lê e proclama o cumprimento das profecias de Isaías. Dom Dulcênio ressalta que, em Cristo, a Palavra se torna não apenas uma mensagem, mas uma presença transformadora em nossas vidas.

“É Cristo a Palavra eterna; é Cristo o Verbo que Se fez carne (cf. Jo 1,14). Se antes a Palavra parecia etérea e somente inspirada, agora ela tem um rosto, uma presença, e palpável, de maneira que, Se dirigindo a nós, também a podemos encarnar com a propriedade que lhe é peculiar Para a nossa vida”, destacou.

A Palavra não é apenas um texto, mas uma força viva que deve ser alimento e alegria do nosso coração, conduzindo-nos a uma vida mais plena e comprometida com Deus. Assim, o bispo conclui sua pregação com algumas indagações, levando-nos a refletir.

“Qual o cumprimento da Palavra-Cristo em nós? Permitimo-nos que Ele nos fale, quiçá, nos incomode? A Palavra de Deus, viva e eficaz (cf. Hb 4,12), é vida na minha vida, é alimento e alegria do meu coração? Pensemos!”, encerrou.

Missa em São Sebastião de Lagoa de Roça

Ainda neste domingo, à noite, Dom Dulcênio viajou até a cidade de São Sebastião de Lagoa de Roça, onde presidiu a Santa Missa. A comunidade paroquial, que celebrou a festa de São Sebastião no último dia 20, viveu mais um momento de fé, marcado pela "conclusão" das festividades. Durante a missa, foi realizado o rito de subida da Imagem de São Sebastião para o altar-mor, após sua descida que acontece todo dia 19 de janeiro. A celebração foi um marco para a comunidade, encerrando de forma especial as comemorações em honra ao santo padroeiro.

Concelebraram a Santa Eucaristia o Pároco, padre Fagner, Padre Flávio Pereira, que irá assumir a Paróquia de Santa Ana em Alagoa Nova, com assistência do diácono Antônio Hélio e dos Seminaristas.

Homilia

Na homilia de Dom Dulcênio, São Lucas é destacado como um exemplo de fé profunda. Embora não tenha tido contato com Jesus, Lucas se aproximou Dele através dos testemunhos apostólicos. Ele investigou a vida de Cristo e a transmitiu com o objetivo de espalhar a verdade divina.

“No início do seu Evangelho, São Lucas, dirigindo-se a um misterioso "Teófilo", cuja etimologia do nome designa "aquele que é amigo de Deus", dirige-se a todos nós. E, a partir de sua experiência com o Cristo, exorta-nos a que, pela fé, façamos o mesmo, criando uma intimidade com o Senhor. Pelo que se sabe, São Lucas não teve nenhum contato histórico com Jesus. Entretanto, isto não impediu que, pelo ardor do espírito, se aproximasse Dele, deixando-se cativar por Sua mansidão”.

Dom Dulcênio destacou que a fé é como um talento, um dom a ser cultivado e multiplicado. A Igreja transmite essa fé apostólica, que deve ser vivida com seriedade e propagar aos outros.

“Recebemos a fé como um tesouro a ser conservado em nosso coração, desenvolvido, tal como a dinâmica explicitada pelo Senhor quando nos fala da Parábola dos Talentos (cf. Mt 25,14-30). E, após ter recebido, vasculhado, desenvolvido pelo debruçar-se sobre as verdades eternas ditas, proclamadas, sobretudo, pela palavra da Igreja, somos incumbidos de anunciar, de propagar esta mesma fé (que chamamos Católica, porque é Apostólica), irradiando-a”, destacou.

O bispo sublinhou que São Lucas apresenta características fundamentais de Jesus que tocavam seu coração, como o Messias Ungido, a mansidão e a misericórdia. Para Lucas, Jesus veio salvar e libertar, especialmente os marginalizados e os pecadores. Ele destaca como Cristo é a manifestação da graça divina, buscando sempre a salvação de todos, independentemente de sua condição social ou moral.

Por fim, Dom Dulcênio ressaltou que seguir a Cristo é uma escolha radical e de renúncia. Jesus exige entrega total e desprendimento das coisas do mundo, convidando a uma transformação profunda de vida. Para São Lucas, a verdadeira fé em Cristo leva à salvação e à amizade com Deus, sendo um convite à conversão constante.

“Tudo isto cativou o coração de Lucas, de maneira que, o que ele descobriu pela fé, deseja, igualmente, que todos o descubram e o abracem. Se nos apaixonamos pelo Cristo, impossível será querermos que Ele fique apenas conosco. Antes, queiramos também que, conosco, os outros sejam "Teófilos", amigos de Deus”. Concluiu a pregação.

Por: Ascom
Fotos: Pascom Patoquial (Catedral e São Sebastião Lagoa de Roça)



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