3º Domingo do Tempo Comum: Missa na Catedral e em São Sebastião de Lagoa de Roça
Neste
domingo, 26 de janeiro, a Igreja celebrou o III Domingo do Tempo Comum – o domingo
da Palavra de Deus (instituído pelo Papa Francisco), e na Catedral Diocesana de
Campina Grande, a missa foi presidida por Dom Dulcênio, bispo diocesano. Em sua
homilia, Dom Dulcênio refletiu sobre a Palavra de Deus como alimento
espiritual. Durante a celebração, o prelado apresentou à comunidade o novo
casal coordenador da Pastoral Familiar, Carlos e Rosa, da Paróquia de Nossa
Senhora Aparecida, no bairro Presidente Médice. O casal, com mais de 40 anos de
dedicação à Pastoral, assume agora a coordenação, sucedendo Geovaneto e
Juliana, que foram eleitos para a coordenação do Regional Nordeste II da
Pastoral da Família.
O
Diácono Anchieta, Assessor Eclesiástico da Pastoral Familiar, expressou seu
agradecimento ao padre João Paulo, que liderou a Pastoral nos últimos anos,
destacando o trabalho frutífero desenvolvido. Além disso, ele apresentou os demais
membros da comissão da Pastoral Familiar. Dom Dulcênio também agradeceu a todos
pela vida dedicada ao serviço da Igreja e ressaltou a importância das
atividades e formações realizadas pela Pastoral, que percorre toda a diocese.
A
equipe da Pastoral Familiar na diocese de Campina Grande conta com os seguintes
membros: Carlos e Rosa (coordenadores), Railton e Cida (vice-coordenação), Nena
e Zuca, Estevão e Ana Raquel (setor pré-matrimonial), Sérgio e Darlene (setor
pós-matrimonial), Suellen e Anderson (setor casos especiais), além de Carlos e
Rosa (finanças) e Tiago e Dayane (comunicação). Os diáconos Erick e Manassés
também apoiam a Pastoral.
Homilia
A
homilia de Dom Dulcênio destacou a centralidade da Palavra de Deus na vida
cristã. Ele começa citando Jeremias, que vê a Palavra como alimento e alegria,
e relaciona isso ao momento em que Esdras lê o Livro da Lei para o povo após o
Exílio. A Palavra, bem compreendida, fortalece e consola, como se vê na atitude
de Neemias, que consola o povo e os convida a se alegrar na Palavra.
“Creio
que chama a nossa atenção a postura do Governador Neemias de consolar o povo
com a verdadeira ideia de que a alegria que brota da Palavra do Senhor é a
força de Seu povo. Esta atitude daquele líder somente nos deixa estupefatos
porque hoje carecemos de representantes que, amando a Palavra de Deus,
vivendo-a com amor, apresente-na como força de uma nação, de um país”, trouxe
inicialmente.
Dom
Dulcênio criticou a forma como, no Brasil, a Palavra de Deus tem sido
negligenciada, especialmente pelos governantes. Ele faz um paralelo com líderes
cristãos históricos que usaram a Palavra para guiar suas nações. A reflexão
sugere que a Palavra é a base para a verdadeira felicidade e prosperidade de um
povo, e deveria ser mais valorizada, especialmente em uma nação com forte
tradição cristã.
“Como
estão escanteando - em zombaria -a Palavra de Deus na Terra de Santa Cruz! Logo
do Brasil, que nasceu à sombra da Fé Cristã, da Eucaristia, do anúncio de Jesus
Cristo, Palavra de Deus encarnada e que nos salva. Creio ainda que, para os
homens do poder da nossa patria, tanto o gesto de Neemias quanto de outros
líderes - inclusive políticos como São Luís da França, a Venerável Isabel da
Espanha, da Venerável Isabel, Princesa do Brasil, São Tomas Morus -, à luz que
brota das Sagradas Escrituras e da Fé que elas sustentam, deveria fazê-los
conduzir o Brasil à felicidade completa, pois como diz o Salmo 33: "Feliz
o povo cujo Deus é o Senhor!" (v. 12)”.
O
pregador também destacou que, no Novo Testamento, Cristo é a Palavra encarnada.
Ele traz a revelação divina de forma viva e palpável, como quando Jesus lê e
proclama o cumprimento das profecias de Isaías. Dom Dulcênio ressalta que, em
Cristo, a Palavra se torna não apenas uma mensagem, mas uma presença
transformadora em nossas vidas.
“É
Cristo a Palavra eterna; é Cristo o Verbo que Se fez carne (cf. Jo 1,14). Se
antes a Palavra parecia etérea e somente inspirada, agora ela tem um rosto, uma
presença, e palpável, de maneira que, Se dirigindo a nós, também a podemos
encarnar com a propriedade que lhe é peculiar Para a nossa vida”, destacou.
A
Palavra não é apenas um texto, mas uma força viva que deve ser alimento e
alegria do nosso coração, conduzindo-nos a uma vida mais plena e comprometida
com Deus. Assim, o bispo conclui sua pregação com algumas indagações,
levando-nos a refletir.
“Qual
o cumprimento da Palavra-Cristo em nós? Permitimo-nos que Ele nos fale, quiçá,
nos incomode? A Palavra de Deus, viva e eficaz (cf. Hb 4,12), é vida na minha
vida, é alimento e alegria do meu coração? Pensemos!”, encerrou.
Missa
em São Sebastião de Lagoa de Roça
Ainda
neste domingo, à noite, Dom Dulcênio viajou até a cidade de São Sebastião de
Lagoa de Roça, onde presidiu a Santa Missa. A comunidade paroquial, que
celebrou a festa de São Sebastião no último dia 20, viveu mais um momento de
fé, marcado pela "conclusão" das festividades. Durante a missa, foi
realizado o rito de subida da Imagem de São Sebastião para o altar-mor, após sua
descida que acontece todo dia 19 de janeiro. A celebração foi um marco para a
comunidade, encerrando de forma especial as comemorações em honra ao santo
padroeiro.
Concelebraram
a Santa Eucaristia o Pároco, padre Fagner, Padre Flávio Pereira, que irá
assumir a Paróquia de Santa Ana em Alagoa Nova, com assistência do diácono
Antônio Hélio e dos Seminaristas.
Homilia
Na
homilia de Dom Dulcênio, São Lucas é destacado como um exemplo de fé profunda.
Embora não tenha tido contato com Jesus, Lucas se aproximou Dele através dos
testemunhos apostólicos. Ele investigou a vida de Cristo e a transmitiu com o objetivo
de espalhar a verdade divina.
“No
início do seu Evangelho, São Lucas, dirigindo-se a um misterioso
"Teófilo", cuja etimologia do nome designa "aquele que é amigo
de Deus", dirige-se a todos nós. E, a partir de sua experiência com o
Cristo, exorta-nos a que, pela fé, façamos o mesmo, criando uma intimidade com
o Senhor. Pelo que se sabe, São Lucas não teve nenhum contato histórico com
Jesus. Entretanto, isto não impediu que, pelo ardor do espírito, se aproximasse
Dele, deixando-se cativar por Sua mansidão”.
Dom
Dulcênio destacou que a fé é como um talento, um dom a ser cultivado e
multiplicado. A Igreja transmite essa fé apostólica, que deve ser vivida com
seriedade e propagar aos outros.
“Recebemos
a fé como um tesouro a ser conservado em nosso coração, desenvolvido, tal como
a dinâmica explicitada pelo Senhor quando nos fala da Parábola dos Talentos
(cf. Mt 25,14-30). E, após ter recebido, vasculhado, desenvolvido pelo
debruçar-se sobre as verdades eternas ditas, proclamadas, sobretudo, pela
palavra da Igreja, somos incumbidos de anunciar, de propagar esta mesma fé (que
chamamos Católica, porque é Apostólica), irradiando-a”, destacou.
O
bispo sublinhou que São Lucas apresenta características fundamentais de Jesus
que tocavam seu coração, como o Messias Ungido, a mansidão e a misericórdia.
Para Lucas, Jesus veio salvar e libertar, especialmente os marginalizados e os
pecadores. Ele destaca como Cristo é a manifestação da graça divina, buscando
sempre a salvação de todos, independentemente de sua condição social ou moral.
Por
fim, Dom Dulcênio ressaltou que seguir a Cristo é uma escolha radical e de
renúncia. Jesus exige entrega total e desprendimento das coisas do mundo,
convidando a uma transformação profunda de vida. Para São Lucas, a verdadeira fé
em Cristo leva à salvação e à amizade com Deus, sendo um convite à conversão
constante.
“Tudo
isto cativou o coração de Lucas, de maneira que, o que ele descobriu pela fé,
deseja, igualmente, que todos o descubram e o abracem. Se nos apaixonamos pelo
Cristo, impossível será querermos que Ele fique apenas conosco. Antes,
queiramos também que, conosco, os outros sejam "Teófilos", amigos de
Deus”. Concluiu a pregação.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Patoquial (Catedral e São Sebastião Lagoa de Roça)