Diocese de Campina Grande inicia Ano Jubilar da Esperança com Procissão e Missa

Postado em 29/12/24 às 16:5713 minutos de leitura117 views


Em unidade com as igrejas particulares de todo o mundo e em sintonia com o Papa Francisco, a Diocese de Campina Grande deu início ao Ano Jubilar da Esperança. A abertura ocorreu na manhã deste domingo, 29 de dezembro, solenidade da Sagrada Família, com uma procissão e missa solene presidida por Dom Dulcênio Fontes de Matos, bispo diocesano, na Catedral de Nossa Senhora da Conceição.

A programação teve início com a procissão que saiu do Seminário São João Maria Vianney, no bairro Alto Branco, reunindo padres, seminaristas, religiosos e religiosas, além de fiéis representantes das paróquias, movimentos e pastorais. A procissão percorreu algumas ruas da cidade até a catedral, demonstrando a fé e unidade do povo de Deus.

Ao final da celebração, foi lido o decreto episcopal que estabelece as igrejas Jubilares da Diocese de Campina Grande para o Ano Santo de 2025. Cada uma das foranias contará com uma igreja Jubilar, onde os fiéis poderão obter a Indulgência ao realizarem visitas devotas, participarem das celebrações e dedicarem tempo à adoração Eucarística. Também haverá programações específicas para as peregrinações de grupos e pastorais, movimentos, serviços e comunidades.

O Ano Jubilar, convocado pelo Papa Francisco, convida os católicos a uma renovação da fé e da esperança, com destaque para o fortalecimento da comunhão e da missão evangelizadora. Em Campina Grande, a abertura refletiu o compromisso diocesano com este chamado universal.

Homilia

Na Festa da Sagrada Família, Dom Dulcênio abriu o Jubileu da Esperança com uma mensagem de ânimo e renovação. Inspirado no Papa Francisco, destacou que, mesmo diante dos desafios modernos, Deus permanece como o Emanuel, sustentando-nos com sinais de esperança. Enfatizou a necessidade de as famílias enfrentarem as adversidades, resgatando sua vocação de ser um lugar de amor e testemunho cristão.

“Diante de tantos desafios, por vezes o desânimo e angústia tendem a nos invadir. É preciso que lutemos, sabendo que Deus está conosco; que é o Emanuel; que Ele tem a chave da história, de maneira que abre e ninguém fecha, que fecha e ninguém abre (cf. Ap 3,7), mas, prazenteiro, vem, pressuroso, libertar o homem prisioneiro, que, caindo, se senta nas trevas e na sombra da morte (cf. Lc 1,79; 4,18)”, iniciou.

O bispo abordou os conflitos que afetam as famílias, das guerras globais às tensões domésticas, alertando sobre os perigos da desunião. Ele destacou a missão da família em manter viva a esperança, sendo testemunha da bondade de Deus no mundo.

“Pensando na queda de natalidade e de como isso fere a dignidade familiar, devemos olhar para o futuro com esperança, possuindo “uma visão carregada de entusiasmo para transmitir” (Ibidem, 9). [...] “a abertura à vida, com uma maternidade e uma paternidade responsáveis, é o projeto que o Criador inscreveu no coração e no corpo dos homens e das mulheres, uma missão que o Senhor confia aos cônjuges e ao seu amor” (Ibidem)”, destacou.

Os jovens também foram foco da reflexão. Dom Dulcênio lamentou os caminhos de desespero que muitos percorrem, como drogas e alienação, e pediu que a Igreja os inspire a sonhar e a acreditar no futuro. Os jovens, disse ele, são a alegria da Igreja e do mundo.

“Por isso, que o Jubileu seja, na Igreja, ocasião para um impulso a favor deles: com renovada paixão, cuidemos dos adolescentes, dos estudantes, dos namorados, das gerações jovens! Mantenhamo-nos próximo dos jovens, alegria e esperança da Igreja e do mundo!” (Ibidem, 12)”

Por fim, o bispo chamou atenção para os mais vulneráveis – pobres, doentes e idosos. Ele reforçou o compromisso cristão com a dignidade humana: “Não nos esqueçamos de que “a sabedoria que trazem consigo e o contributo que podem dar, é um empenho da comunidade cristã e da sociedade civil, chamadas a trabalhar em conjunto em prol da aliança entre as gerações” (Ibidem, 14)”, refletiu.

Dom Dulcênio concluiu sua mensagem convidando as famílias a viverem na esperança e a testemunharem com alegria o amor do Senhor.

“Que este seja impulso para que a família, amando, espere, e espere no Senhor, que não nos confunde”, concluiu.

Confira a Homilia de Dom Dulcênio, na íntegra:

FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA E ABERTURA DO JUBILEU ORDINÁRIO DE 2025

(Catedral de Campina Grande, 29.12.2024)


A família e a Esperança

Estando na Oitava do Natal, celebrando a Festa da Sagrada Família, hoje, em todas as Igrejas particulares do mundo, acompanhando a Sé Romana, por determinação do Santo Padre, Francisco, abrimos o Jubileu da Esperança, o Ano Jubilar do bimilésimo vigésimo quinto ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. A nossa Diocese de Campina Grande, não ficando indiferente a todas estas celebrações, percebe que muitos são os motivos de júbilo no dia de hoje.

Ora, como já lhes disse, nesta Festa Sagrada Família, olhando para as famílias atuais e as diversas problemáticas que enfrentam, temos uma palavra de ânimo que brota do Sucessor do Apóstolo Pedro, a nos exortar a descobrir na graça de Deus sinais de esperança que o Senhor nos oferece. Diante de tantos desafios, por vezes o desânimo e angústia tendem a nos invadir. É preciso que lutemos, sabendo que Deus está conosco; que é o Emanuel; que Ele tem a chave da história, de maneira que abre e ninguém fecha, que fecha e ninguém abre (cf. Ap 3,7), mas, prazenteiro, vem, pressuroso, libertar o homem prisioneiro, que, caindo, se senta nas trevas e na sombra da morte (cf. Lc 1,79; 4,18). É preciso que o homem lute para não cair na tentação de se considerar subjugado pelo mal e pela violência, “é necessário prestar atenção a tanto bem que existe no mundo” (Bula Spes non confundit, n. 7).  E isto também serve como animação para a célula-mater da sociedade, tal como se configura a instituição familiar diante de tantos sinais adversos, de tantos sinais dos tempos, que “pedem para ser transformados em sinais de esperança” (Ibidem).

Na Bula Spes non confundit, com a qual proclama o Jubileu agora iniciado, falando de um dos motes de seu pontificado, Francisco apresenta-nos algumas situações calamitosas que visam diminuir a dignidade humana e - por que não dizer - da família, tal como ela foi sonhada por Deus, destruindo-a. Repito: ao apresentá-las, não deseja incutir terror, mas fazer com que reajamos, vendo os sinais de esperança e os meios para a mudança de mentalidade e de comportamento.

Ao pensar nas guerras, pensemos nas famílias que veem, ao lado dos escombros dos seus lares, os seus sonhos destruídos. Famílias inteiras dizimadas por um ódio injustificado como todo e qualquer ódio. E o Papa indaga: “Como é possível que o seu desesperado grito de ajuda não impulsione os responsáveis das Nações a querer pôr fim aos demasiados conflitos regionais, cientes das consequências que daí podem derivar a nível mundial? Será excessivo sonhar que as armas se calem e deixem de difundir destruição e morte? O Jubileu recorde que serão ‘chamados filhos de Deus’ todos aqueles que ‘promovem a paz’ (Mt 5, 9). A necessidade da paz interpela a todos e impõe a prossecução de projetos concretos” (Ibidem, 8). Mas, não choremos apenas os dramas das famílias ucranianas, palestinas, sírias ou israelenses… Também em nosso meio, muito embora em guerras não declaradas, os conflitos e a violência de toda ordem contra a família e a sua unidade, está tendo lugar nos nossos lares, inclusive pelas brigas de casais que levam à separação conjugal.

Pensando na queda de natalidade e de como isso fere a dignidade familiar, devemos olhar para o futuro com esperança, possuindo “uma visão carregada de entusiasmo para transmitir” (Ibidem, 9). É inconcebível, é inadmissível que os casais cristãos estejam a perder o desejo de transmitir a vida, fechando-se a ela. E o pior: a adotar como filhos, numa transferência descabida de sentimentos, animais irracionais. Percebemos que o mundo está envelhecendo. Na Europa e noutros países, isso já se faz sentir, inclusive nos efeitos. Esquecem-se de que “a abertura à vida, com uma maternidade e uma paternidade responsáveis, é o projeto que o Criador inscreveu no coração e no corpo dos homens e das mulheres, uma missão que o Senhor confia aos cônjuges e ao seu amor” (Ibidem). Esquecem-se do voto matrimonial, que fizeram o homem e a mulher diante do Altar, de receber com o amor os filhos que Deus deseja lhes confiar, passando-se por mentirosos pragmáticos. E o Papa: “Além do empenho legislativo dos Estados, é urgente que não lhes falte o apoio convicto das comunidades crentes e da inteira comunidade civil em todas as suas componentes, porque o desejo dos jovens de gerar novos filhos e filhas, como fruto da fecundidade do seu amor, dá futuro a toda a sociedade e é uma questão de esperança: depende da esperança e gera esperança. Por isso, a comunidade cristã não pode ficar atrás de ninguém no apoio à necessidade duma aliança social em prol da esperança, que seja inclusiva e não ideológica, e trabalhe por um futuro marcado pelo sorriso de tantos meninos e meninas que, em muitas partes do mundo, venham encher os demasiados berços vazios” (Ibidem).

Falando sobre as crianças, pensemos nas famílias brindadas pela juventude dos filhos, “como é belo vê-los irradiar energia, por exemplo, quando voluntariamente arregaçam as mangas e se comprometem nas situações de calamidade e mal-estar social! Já é triste ver jovens sem esperança; se bem que se torna inevitável viver o presente na melancolia e no tédio quando o futuro é incerto e impermeável aos sonhos, o estudo não oferece saídas e a falta de emprego ou dum trabalho suficientemente estável corre o risco de suprimir os desejos. A ilusão das drogas, o risco da transgressão e a busca do efêmero criam nos jovens, mais do que nos outros, confusão e escondem-lhes a beleza e o sentido da vida, fazendo-os escorregar para abismos escuros e impelindo-os a gestos autodestrutivos. Por isso, que o Jubileu seja, na Igreja, ocasião para um impulso a favor deles: com renovada paixão, cuidemos dos adolescentes, dos estudantes, dos namorados, das gerações jovens! Mantenhamo-nos próximo dos jovens, alegria e esperança da Igreja e do mundo!” (Ibidem, 12)

Olhando as variadas formas de falta de estrutura de tantos lares, desequilíbrios causados por tantas fragilidades humanas - pela migração, pelos exílios, pela pobreza nas suas mais diversas formas -, “possa a comunidade cristã estar sempre pronta a defender os direitos dos mais débeis. Generosamente abra de par em par as portas do acolhimento, para que nunca falte a ninguém a esperança duma vida melhor. Ressoe nos corações a Palavra do Senhor que, na grande parábola do juízo final, disse: ‘Era estrangeiro e acolhestes-me’, porque ‘sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes’ (Mt 25,35.40). [...] Não esqueçamos: os pobres são quase sempre vítimas, não os culpados.” (Ibidem, 13.15).

Mas, igualmente, levemos a nossa reflexão, o nosso olhar de compaixão, às famílias que sofrem pela doença de um ou mais de seus membros. “Que os seus sofrimentos encontrem alívio na proximidade de pessoas que os visitem e no carinho que recebem! [...] Oxalá não falte a atenção inclusiva por todos aqueles que, encontrando-se em condições de vida particularmente extenuantes, experimentam a sua própria fragilidade, de modo especial se sofrem de patologias ou deficiências que limitam fortemente a autonomia pessoal. O cuidado para com eles é um hino à dignidade humana, um canto de esperança que exige a sincronização de toda a sociedade” (Ibidem, 11).

Pensemos, por fim, nos lares dos pais idosos, abandonados à solidão, desrespeitados pelos seus filhos, netos e pela sociedade que não os enxerga. Não nos esqueçamos de que “a sabedoria que trazem consigo e o contributo que podem dar, é um empenho da comunidade cristã e da sociedade civil, chamadas a trabalhar em conjunto em prol da aliança entre as gerações” (Ibidem, 14).

Deus, pela fé no Cristo, fez de nós uma família, chamada Igreja. Como Bom Pai, deseja levar-nos à felicidade de Sua morada eterna, porque, como bem frisa Francisco, “a felicidade é a vocação do ser humano, uma meta que diz respeito a todos” (Ibidem, 21), inclusive à família cristã; “uma felicidade que se cumpra definitivamente naquilo que nos realiza, ou seja, no amor, para se poder dizer já agora: sou amado, logo existo; e existirei para sempre no Amor que não desilude e do qual nada e ninguém me poderá separar” (Ibidem), que me faz esperar, não conhecendo o ocaso. E isto dito, não com a mesquinhez do egoísmo, do estar isolado, mas com a consciência comunitária, familiar. Que este seja impulso para que a família, amando, espere, e espere no Senhor, que não nos confunde.

_______

Ano Jubilar de 2025: Peregrinos da Esperança 

O Ano Jubilar é uma celebração especial da Igreja Católica, realizada a cada 25 anos, oferecendo aos fiéis uma oportunidade de renovação espiritual e fortalecimento da fé. Para 2025, o tema escolhido é “Peregrinos da Esperança”, refletindo o convite da Igreja para caminhar com confiança em direção ao futuro, iluminados pela esperança. 

O Papa Francisco explica: “Devemos manter acesa a chama da esperança que nos foi dada e fazer todo o possível para que cada um recupere a força e a certeza de olhar para o futuro com espírito aberto, coração confiante e mente clarividente.” 

Este Ano Santo convida os católicos a intensificarem a oração, participarem de peregrinações e atos de fé, promovendo momentos de encontro e comunhão com Deus e com a comunidade eclesial. 

Igrejas Jubilares da Diocese de Campina Grande 

No período de dezembro de 2024 a 28 de dezembro de 2025, cada forania da Diocese de Campina Grande terá uma Igreja Jubilar. Nestes locais, os fiéis poderão participar de celebrações, realizar momentos de oração e adoração, e receber a Indulgência Jubilar ao cumprirem os requisitos estabelecidos pela Igreja. 

Confira as Igrejas Jubilares: 

1. Catedral Diocesana de Nossa Senhora da Conceição – Campina Grande (Forania Cidade) 

2. Paróquia de Nossa Senhora da Guia – Queimadas (Forania Agreste 1) 

3. Paróquia de Nossa Senhora das Dores** – Monteiro (Forania Cariri 2) 

4. Paróquia de Nossa Senhora das Mercês – Cuité (Forania Curimataú) 

5. Paróquia de Nossa Senhora do Bom Conselho – Esperança (Forania do Brejo) 

6. Paróquia de Nossa Senhora do Rosário – Aroeiras (Forania Agreste 2) 

7. Paróquia de Santa Ana – Soledade (Forania Sericar) 

8. Santuário de Nossa Senhora dos Milagres – São João do Cariri (Forania Cariri 1) 

________

Por: Ascom

Fotos: Pascom diocesana


Imagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notíciaImagem da notícia

Comentários (0)