Na paróquia de Santo Antônio, em Campina Grande, Bispo preside missa e Crisma

Postado em 23/11/24 às 22:327 minutos de leitura78 views

Na noite deste sábado, dia 23 de novembro, a Paróquia de Santo Antônio, em Campina Grande, celebrou a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, com uma missa presidida pelo bispo diocesano, Dom Dulcênio. A celebração marcou o encerramento do Ano Litúrgico, no XXXIV Domingo do Tempo Comum, e contou com a participação de toda a comunidade paroquial. Durante a missa, o bispo também administrou o sacramento da Crisma a 101 jovens, que receberam o Espírito Santo e confirmaram seu compromisso com a Igreja.


A missa foi concelebrada pelo pároco da comunidade, Pe. Alexandre Moreira, Pe. Daniel Linhares e com a assistência do Diácono Anchieta Araújo. O momento foi de grande significado para a paróquia, não apenas pela celebração litúrgica, mas também na vida dos crismandos que confirmaram sua fé e receberam o Espírito Santo, fortalecendo sua vocação e compromisso com a Igreja.


Na Liturgia da Palavra, Dom Dulcênio refletiu sobre a realeza de Cristo, destacando a importância de permitir que Ele reine tanto nos céus quanto na terra. O bispo ressaltou que a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, nos convida a refletir sobre o Reino de Deus e sua importância em nossas vidas.


Esta festa, enfatiza que, embora o Reino de Cristo seja principalmente espiritual, Ele tem domínio sobre todas as coisas criadas, tanto no céu quanto na terra. Cristo, ao responder a Pilatos, deixou claro que Seu Reino não é deste mundo, mas Sua soberania abrange toda a realidade, sendo uma presença ativa, que não se limita ao transcendente, mas se estende ao presente.


“Na sua Carta Encíclica Quas Prima, em 11 de dezembro de 1925, quando instituiu esta festividade, o Santo Padre Pio XI bastante expôs acerca das características do reinado de Cristo. Afirmou que, além de ser principalmente espiritual, “erraria gravemente quem negasse a Cristo-Homem o poder sobre todas as coisas humanas e temporais, posto que o Pai lhe conferiu um direito absolutíssimo sobre as coisas criadas, de tal sorte que todas estão submetidas a seu arbítrio” (n. 15). Por isso que, no Evangelho, respondendo a Pilatos, o Senhor afirmou que o Seu Reino não é deste mundo (cf. Jo 18,36), mas, nem por isso, alheio está ao presente”, disse.


O bispo explicou que a liturgia deste dia reforça a abrangência do Reino de Cristo. Na Primeira Leitura, o Profeta Daniel descreve o Filho do Homem recebendo poder, glória e realeza, com todos os povos servindo-lhe. Da mesma forma, o Apocalipse de São João revela a universalidade do Reino de Cristo, afirmando que Ele virá com grande poder e todos O verão. Essa realeza transcende as limitações terrenas e aponta para a eternidade, onde todos, ao final, estarão submetidos ao Seu domínio.


“Este dado universal do reinado de Cristo é, logicamente, bastante apresentado na Liturgia, de uma maneira mais estrita, na Liturgia da Palavra. Na Primeira Leitura, o Profeta Daniel contempla que, ao filho de homem, “foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam” (7,14), ao que o Apocalipse de São João, na Segunda Leitura também dirá acerca da totalidade abrangente do Reino do Senhor: “Olhai! Ele vem com as nuvens, e todos os olhos o verão, também aqueles que o traspassaram. Todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele” (1,7).”


No entanto, a reação dos homens diante deste poder divino é variada. Embora todos sejam chamados a viver no Reino de Cristo, nem todos respondem a essa vocação. Aqueles que vivem de acordo com a vontade de Deus, praticando boas obras, reinarão com Cristo, enquanto os que rejeitam essa vocação experimentarão a submissão ao Reino de maneira dolorosa e vergonhosa. O reinado de Cristo, portanto, já está acontecendo, e todos dependem dele, quer o reconheçam ou não, com consequências eternas para suas escolhas.


“Por mais que todos, pela Fé e pelo Batismo sejam convocados a este Reino, e a nele viver e frutificar em boas obras, nem todos assim são sensíveis. Aos que agem conforme a vocação ao Reino que receberam, correinarão com Cristo. Já os que não procedem honestamente, sentir-se-ão submetidos ao Reino de maneira ignominiosa para confusão e perdição eternas. Mas, o fato é que, misteriosamente, o Império de Cristo já acontece, aqui e agora, e todos, querendo ou não, dele dependem”, destacou.


Dom Dulcênio trouxe, ainda, a reflexão sobre o "Reino de Deus" no Catecismo Romano, onde o Reino se manifesta de três maneiras simultâneas: no coração dos fiéis (graça), na Igreja Católica (a presença do Reino na terra) e no Paraíso (a plenitude do Reino nos céus). A Igreja, ao anunciar o Evangelho, prepara o mundo para a chegada gloriosa de Cristo, e cada cristão, vivendo sua fé de forma coerente, é um sinal desse Reino em seu ambiente.


“O Papa São Pio X, afirma que o Reino acontece numa tríplice e simultânea maneira: “o reino de Deus em nós, ou o reino da graça; o reino de Deus na terra, isto é, a Santa Igreja Católica; e o reino de Deus nos céus, ou o Paraíso” (Questio 292). Logo, se a Igreja prepara o mundo, pelo anúncio do Evangelho, à chegada gloriosa do Reino de Cristo, no anseio de salvar todos os homens, levando-os para o Paraíso celeste, movidos pela ação do Reino em nós, devemos preencher este mesmo mundo, a começar pelos ambientes em que estamos inseridos, com os sinais do poderio do Senhor. E, assim, onde estiver um cristão que, coerentemente, viva a sua fé, ali estará um representante deste Reinado de Jesus, preparando a Sua volta, pondo tudo, ainda que haja oposição, sob os pés do Divino Rei universal”, disse.

E concluiu: “A Solenidade nos chama à responsabilidade de viver o Reino de Deus, santificando o mundo e aguardando com esperança a volta do Rei. Assim, todos somos convidados a ser parte ativa desse Reino, buscando a verdade e a felicidade que só Cristo pode oferecer.”


Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial

 



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