Dom Dulcênio preside sétima noite do novenário em honra ao Sagrado Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria, no bairro Monte Castelo
Na noite desta sexta-feira, 22, na Paróquia do bairro do Monte
Castelo, em Campina Grande, o bispo diocesano Dom Dulcênio Fontes de Matos presidiu
a sétima noite do novenário em honra aos padroeiros Sagrado Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria.
Padre Josandro Félix, pároco da comunidade, acolheu, com alegria,
o pastor diocesano, bem como os noiteiros e toda a comunidade, que se uniram em
oração para reforçar os laços de fé e devoção durante os festejos.
Durante a celebração, o prelado destacou as figuras dos dois corações, cujos exemplos de amor e sacrifício são fonte de inspiração para os
fiéis.
Na homilia de Dom Dulcênio, destacou-se a íntima ligação entre os
corações de Maria e Jesus. Ele explicou que, desde o princípio, Deus escolheu
Maria para ser a mãe do Verbo Encarnado, e o "sim" que ela pronunciou
foi fruto de um coração profundamente voltado para Deus. O coração, na visão bíblica,
representa toda a pessoa, sendo, portanto, um símbolo da totalidade do ser
humano. Maria, ao meditar e guardar as palavras sobre Jesus em seu coração,
mostra que seu coração era um lugar de encontro com Deus.
“Deus, que sonda os nossos corações e conhece o íntimo de cada um,
preparou a Virgem Maria e a escolheu para ser a mãe do Verbo Encarnado, a Mãe
de Deus. O “sim” verdadeiro, o fiat, que saiu de sua boca veio do mais íntimo
de seu coração e ressoa até os dias de hoje, de geração em geração. O coração,
na linguagem bíblica, não se restringe ao âmbito afetivo, mas representa toda a
pessoa — sua inteligência, sua consciência, sua memória, suas escolhas. E por
duas vezes encontramos nas Sagradas Escrituras referências diretas ao coração
de Maria. Quando nasceu o Cristo, Seu Filho, e os pastores falavam dEle — “Maria
conservava todas essas palavras, meditando-as no seu coração.” E quando o
Menino ficou perdido no templo e foi encontrado — “Em seguida, desceu com eles
a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas essas coisas no seu coração”,
disse.
O coração de Maria, segundo Dom Dulcênio, é o modelo perfeito de
um coração humano, pois, ao contrário de muitos corações que se desviam, o dela
estava sempre voltado para Deus. Ela não apenas acolheu o Filho de Deus, mas
também viveu em constante reflexão e oração, sendo um exemplo para todos os fiéis.
“O coração de Maria era um lugar de encontro com Deus. No seu íntimo
ela guardava e meditava todas as coisas que a poderiam afligir e confiava no
seu Senhor. Por isso, este coração Imaculado é o modelo mais perfeito de coração
humano. Aquele para o qual nós devemos olhar e o qual devemos imitar, para nos
assemelharmos a Jesus e identificarmos também o nosso coração com o dEle. Sendo
assim, na devoção ao Imaculado Coração de Maria recordamos que este é o coração
mais semelhante ao de Cristo. Por isso também muito sofre — “[…] uma espada
transpassará a tua alma” — e precisa
ser reparado pelos homens. Esta é também uma devoção reparadora, como a do
Sagrado Coração de Jesus, uma vez que ambos corações estão intimamente unidos.”
Dom Dulcênio lembrou que a devoção ao Imaculado Coração de Maria não
é algo novo, pois já era cultivada desde os tempos antigos, como testemunhado
por santos como São João Eudes. Contudo, foi com as aparições de Fátima que
essa devoção ganhou maior destaque, especialmente com a mensagem de Maria aos
pastorinhos, onde ela revelou o sofrimento de seu coração, cercado de espinhos,
como símbolo dos pecados que ultrajam o coração de Deus.
“A partir das aparições de Fátima, a devoção ao Imaculado Coração de Maria torna-se ainda mais conhecida. Especialmente a devoção reparadora do Imaculado Coração. Na segunda aparição, em 13 de junho de 1917, Nossa Senhora diz aos pastorinhos: “Ele (Deus) quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração.” Após dizer estas palavras, de acordo com os relatos da irmã Lúcia, “À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cercado de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação”, refletiu.
Por fim, o Bispo enfatizou que o Coração de Maria é inseparável do
Coração de Jesus, pois ambos estão unidos na missão da salvação humana. Durante
toda a vida de Cristo, desde a anunciação até a crucificação, o Imaculado Coração
de Maria estava unido ao de Jesus em amor e sofrimento, oferecendo-se para a
redenção da humanidade. O Coração de Maria é um reflexo do amor divino, que os
fiéis devem buscar imitar para se aproximar cada vez mais de Cristo.
“Não há como separar ambos corações. Na alegria da anunciação, bem
como na dor da Cruz, estava o Imaculado Coração de Maria firme, associando-se
ao coração de Jesus e oferecendo-se por Ele em sacrifício e também pelo bem e
pela salvação da humanidade — isto é, por cada um de nós”, concluiu.
As festividades, que seguem até domingo, dia 24, dia de Cristo Rei, encerram o
novenário com grande solenidade e fervor aos padroeiros.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial