Em Boa Vista, dom Dulcênio preside a 6ª noite do novenário em honra ao Bom Jesus dos Martírios.
Na noite desta quarta-feira, 20 de novembro, foi celebrada a 6ª noite da
Festa do Bom Jesus dos Martírios, na cidade de Boa Vista. A Celebração
Eucarística foi presidida por Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano, e
co-celebrada pelo pároco da paróquia, Padre Saulo. No início da celebração, o
Padre Saulo acolheu com alegria o Bispo diocesano, as autoridades presentes e
todos os noiteiros, que incluiu a catequese de Primeira Eucaristia,
Paraliturgia, Acólitos e Ancilas, além dos músicos e da filarmônica, que têm
contribuído para a beleza das celebrações. Na ocasião, o Bispo abençoou um
letreiro com a inscrição 'Viva o Bom Jesus dos Martírios', além de ter
abençoado também a Praça da Matriz.
A Festa do Bom Jesus dos Martírios teve início no último dia 12 e segue até o próximo dia 24 de novembro, data em que a Igreja celebra a Festa de Cristo Rei, marcando também o fim do Ano Litúrgico.
HOMILIA
Na homilia de Dom Dulcênio, ele refletiu sobre a proximidade da Festa do
Bom Jesus dos Martírios e sua relação com o sofrimento de Jesus, especialmente
em sua caminhada para o Calvário. A imagem do "Bom Jesus do Martírio"
lembra o sofrimento e a entrega de Cristo pela salvação da humanidade, e o povo
devoto a Ele encontra forças em momentos de dor para seguir o exemplo de
Cristo, que, apesar de sofrer, também venceu a morte ao ressuscitar. A
celebração da festa, portanto, serve como um momento de renovação da fé e da
força espiritual dos fiéis.
“Prezados irmãos, quando olhamos para a imagem de “Bom Jesus do Martírio”, e aqui eu recordo, por exemplo, Jesus carregando a Cruz, que chamamos de Senhor dos Passos, pensamos de imediato, o quanto Jesus sofreu por nós, para nos salvar. A devoção do nosso povo é muito forte ao Bom Jesus do Martírio, ao Sr. Dos Passos, Sr. Do Bonfim, justamente porque os devotos que a Ele recorrem em seus momentos de angustia e aflição, encontram forças para abraçar a sua Cruz. Digamos, devotos do Bom Jesus do Martírio, que vocês em cada festa celebrada, renovam as forças e se identificam com o próprio Cristo sofredor, mas que também é vencedor, o Ressuscitado”, disse.
Dom Dulcênio destacou, ainda, a importância das leituras litúrgicas
deste dia, que abordam temas de fim dos tempos e da vinda gloriosa de Cristo. A
primeira leitura, retirada do livro do Apocalipse, descreve a Igreja como um
povo em constante luta contra as forças da morte, mas que, com a presença de
Deus, prevalecerá. Deus é retratado como soberano, governando com amor e
misericórdia, e aqueles que permanecerem fiéis, simbolizados pelos vinte e
quatro anciãos, receberão a coroa da vitória, uma recompensa pela fidelidade ao
Senhor.
“A primeira leitura, busca mostrar, isto é, busca revelar o mistério que
está por dentro da história da Igreja. Essa Igreja que se forma ou que é
gestada sob ameaça dos poderes vigentes na época. Assim, ele anuncia que ela
sempre lutaria contra as forças da morte, mas que prevalecerá se tiver Deus em
suas ações, interagindo com ele. Numa linguagem figurada, própria do
Apocalipse, Deus é apresentado num trono, como rei e juiz que governa o mundo.
Seu governo é baseado no amor e na misericórdia simbolizados no arco-íris. Ele
é santo e transcendente. Sua transcendência está simbolizada nas pedras
preciosas. Seu povo, figurado nos vinte e quatro anciãos, participa da
construção dessa história e, se permanecer fiel receberá a coroa da vitória,
simbolizada na veste branca e na coroa”, refletiu.
No Evangelho, Jesus conta a parábola das minas, que ensina sobre a
importância de viver ativamente enquanto aguardamos sua volta. O tempo de
ausência de Cristo não é para descanso, mas para trabalho, para o empenho em
construir o Reino de Deus. Cada um é dotado de talentos e dons que devem ser
utilizados com generosidade para realizar o bem, sendo recompensados por sua
dedicação e esforço. A parábola enfatiza que a verdadeira medida da vida cristã
não está no que se recebe, mas na forma como se responde à graça de Deus, com
trabalho e comprometimento.
“Vamos entender: Com esta parábola, Jesus quer ensinar-nos que o tempo
de sua ausência, até que volta na Parusia, não é tempo de descanso ou de
inatividade, mas é tempo de trabalho e de atividade no sentido de construir o
Reino de Deus. O Senhor dota seus discípulos com tipos diferentes de qualidades
e de talentos; coloca-os neles, para que se entreguem a um trabalho eficiente e
duradouro, evitando o mal e praticando o bem em tudo. Os discípulos do Senhor,
que utilizam os talentos recebidos e se dedicam à realização de boas obras,
serão premiados pelo Senhor, cada um segundo seus méritos, segundo seu
trabalho”.
Por fim, Dom Dulcênio lembrou que a graça de Deus, que gera frutos,
exige nossa cooperação e esforço, e é fundamental não se vangloriar pelos
resultados, pois tudo vem de Deus. O fruto de nossas ações, portanto, é sempre
fruto da graça divina, e devemos trabalhar diligentemente para preservar e
fazer crescer essa graça em nossas vidas.
“Prestem atenção, é preciso entender: o fruto de nossas obras não é
nosso, mas de Deus, vem de Deus, é dado por Deus; o fruto se deve total e
absolutamente à graça de Deus; mas nosso trabalho e esforço pessoal são
condições que o Senhor exige, para que ele dê fruto. Daí que nós não possamos
vangloriar-nos ou envaidecer-nos pelo fruto que, com nosso trabalho apostólico,
se tenha podido conseguir”, concluiu.
Por: Ascom
Fotos: Pascom paroquial