“É preciso que Ele nos encontre, vigilantemente, preparados”, disse o Bispo neste XXXIII Domingo do Tempo Comum
Na manhã deste domingo, 17 de novembro, na Catedral de
Campina Grande, foi realizada a Missa do Lar, presidida por Dom Dulcênio Fontes
de Matos, a celebração teve como intenção as preces do Santo Padre e o clamor
por todas as pessoas em situação de vulnerabilidade social neste VIII Dia
Mundial dos Pobres. A Missa foi concelebrada pelo Vigário Geral da Diocese,
Padre Luciano Guedes, tendo na assistência o diácono Ricardo, em meio à
expressiva participação dos fiéis.
Ainda no domingo, Dom Dulcênio seguiu para o distrito de
Pirauá, no município de Natuba, onde foi recebido pelo pároco, Padre Flávio, e
pela comunidade da Capela de Nossa Senhora da Conceição. O Bispo presidiu a
Crisma de 12 jovens e adultos, em uma celebração que marcou a vida espiritual
da comunidade local, reforçando a importância do compromisso cristão.
Homilia
O tema central da homilia de Dom Dulcênio é a preparação
necessária para o encontro definitivo com Cristo no fim dos tempos. A liturgia
deste XXXIII Domingo do Tempo Comum recorda aos fiéis a realidade da Parusia, a
segunda vinda de Jesus, quando Ele retornará como Juiz para instaurar
plenamente Seu Reino. Essa expectativa não é algo distante ou meramente
simbólico, mas uma verdade presente na fé cristã, proclamada na Eucaristia e no
Credo. Essa constante recordação nos convida a uma vida de vigilância e
transformação espiritual, mantendo a esperança na promessa divina.
“Essa vinda - dita escatológica ou Parusia - de Jesus não
deve ser esquecida por nós; antes, diariamente, a Igreja no-la recorda seja
pelo Credo, como uma Profissão de Fé, seja pela Eucaristia; se não nos devemos
esquecer que o Senhor “virá em Sua glória, para julgar os vivos e os mortos,
estabelecendo a plenitude do Seu Reino que não terá fim, é preciso que Ele nos
encontre, vigilantemente, preparados”, ensinou.
O Pastor Diocesano destacou a seriedade dos sinais que
antecedem esse momento, conforme descrito na Primeira Leitura e no Evangelho. A
visão do profeta Daniel e as palavras de Jesus em São Marcos falam de tribulações
intensas e acontecimentos cósmicos extraordinários. Esses sinais, no entanto,
não têm a intenção de causar pavor, mas de alertar para a urgência da conversão
e do compromisso com a vida em Deus. O chamado é claro: reconhecer que vivemos
um tempo de prova, mas também de graça, no qual somos constantemente convidados
a retornar ao Senhor.
“Observemos que Daniel nos apresenta uma locução adverbial
que parece nos falar de um tempo distante: “Naquele tempo…”. São Marcos
apresenta-nos Jesus a falar sobre o tempo outrora profetizado por Daniel, agora
com uma locução adverbial temporal que nos põe mais próximos do que está para
acontecer: “Naqueles dias, depois da grande tribulação…” (Mc 13,24); ou seja: o
tempo abreviado já nos dá sinais, porque, desde quando o Senhor ascendeu aos
céus e, de lá, nos enviou o Seu Espírito Santo em Pentecostes, a grande
tribulação começou e, a cada dia, se faz mais intensa, mais difícil”, explicou.
E continuou: “Os sinais são o aviso de que, todos, mudemos de
vida, nos convertamos, porque “o Filho do Homem está próximo, às portas” (Mc
13,29). Se os sinais são tenebrosos, quando “o sol vai se escurecer, e a lua
não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão
abaladas” (Mc 13,24-25), como não tremeremos no dia grande e terrível, cujo
“dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o
Pai" (Mc 13,32)? O que nos cabe é permanecermos na vontade Daquele que
disse que vai voltar, a fim de que nos encontre na sabedoria, na virtude, no
bem, porque, como disse Deus, por Daniel, acerca da recompensa, bela e
dadivosa”, pregou.
Dom Dulcênio também enfatizou que, para aqueles que temem o
Senhor e permanecem fiéis, há uma promessa de recompensa eterna. A perspectiva
da vida eterna, conforme pregou, deve ser o norte que guia nossas ações,
ajudando-nos a enfrentar as dificuldades deste mundo com confiança e
determinação. Por fim, a mensagem central nesta homilia pregada, é um apelo à
preparação inadiável. O encontro com Cristo deve ser o objetivo supremo da vida
cristã, vivido com serenidade e entusiasmo, sem permitir que o pecado nos
afaste dessa meta.
“Que estejamos preparados, conscientes, disponíveis para
aquele dia em que, plenamente, nos encontraremos com o Senhor. Que o desejo desse
encontro não seja turvado em nenhum instante sequer, para não corrermos o risco
de sermos desagradáveis ao Senhor pelo pecado. Que seja o fim do mundo a nossa
finalidade feliz na Pátria dos bem-aventurados”, findou.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Catedral e Amanda Monteiro
(Natuba)