Nas Malvinas: Festa da Paróquia de Jesus Libertador segue até 24 de novembro
A Paróquia de Jesus Libertador, localizada no bairro das
Malvinas, está em festa desde a noite do dia 15 de novembro. O evento celebra a
fé e a comunidade, com atividades que culminarão na Solenidade de Cristo Rei do
Universo, no dia 24 de novembro. Na edição deste ano, a paróquia está
refletindo o tema: “Jesus Libertador, Nosso Rei e Senhor!".
Na segunda noite de celebração, realizada nesta quinta-feira,
16 de novembro, a paróquia recebeu a visita especial do Bispo Diocesano de
Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos. O bispo foi acolhido pelo pároco,
Padre Sherminson Phérikllys, pelo diácono permanente Walter e por toda a
comunidade de fiéis presentes.
Na homilia de Dom
Dulcênio, o tema trazido, "Os sinais de Deus nos sinais dos tempos",
propôs como a Palavra de Deus orienta nossa percepção sobre a transitoriedade
do mundo. Para muitos, a ideia do fim dos tempos é aterradora, mas para os
cristãos, ela deve ser motivo de esperança. Jesus nos prometeu um lugar junto a
Ele, um convite que nos pede o desapego aos bens terrenos e a valorização das realidades
eternas, como reafirma o Evangelho: "Não ajunteis para vós tesouros na
terra" (Mt 6,19).
“Muitas pessoas, ao serem interpeladas por tal temática,
criam uma ojeriza, ficam horrorizadas, temendo a consumação de tudo o que
existe sobre a terra. E não é para menos! Fim dos tempos, segunda vinda de
Jesus... Tudo o que está ligado a estas ideias, para o cristão, deve ser motivo
de alegria, de expectativa: “O Senhor virá. Ele assim prometeu-nos: Vinde,
Senhor!”. O fato de o Senhor vir a nós, destruir toda esta opressão presente
nesta terra de exílio, de passagem, e levar-nos para junto de Si,
recapitulando-nos Consigo, em Sua Glória, é a verdade que nos faz enojados do
que é transitório, efêmero, trivial, ao tempo em que nos faz ansiar pelo que é
verdadeiro, perene, eterno, consumação do que somos”, pregou.
Ainda de acordo com a homilia pregada por Dom Dulcênio, a
esperança cristã não é fuga da realidade, mas um chamado à vivência plena da fé
no cotidiano. Enquanto peregrinamos neste mundo, somos convidados a agir com
responsabilidade, buscando manifestar o Reino de Deus em nossos atos. O Senhor
– continuou explicando – não nos pede para ignorar a vida presente, mas para
vivê-la com os olhos fixos na eternidade. Esse equilíbrio, entre o
"já" e o "ainda não", é essencial: devemos reconhecer que
Deus se revela até nos momentos de sofrimento, como lembrou Bento XVI em
Auschwitz, destacando que até no silêncio de Deus há um convite à confiança e à
ação em prol dos mais necessitados.
“Interessante é que, nas linhas do Evangelho, temos como
sinais da chegada da Parusia (em grego, parusia designa realidade próxima, que
está para acontecer, iminente) o abalo das forças cósmicas. Este dado é visto,
desde há muito pelos profetas, como descrição das potentes intervenções de Deus
na história. Deus continua falando-nos. Não Se revelando, pois já o fizera por
completo ao longo da história da Salvação, em Cristo e no Espírito Santo, mas
fala-nos acerca da Sua presença ao nosso lado. Esta é uma lição que devemos
tirar para a nossa vida: Deus está onde aparentemente não está. Lembro-me de
uma interrogação que o Santo Padre Bento XVI fez quando de sua visita
apostólica a Polônia. Ao entrar no campo de concentração em Auschiwitz,
indagou: “Onde estava Deus?”. Assim, percebemos que as ocasiões de destruição,
miséria e dor podem ser momentos de forte fala de Deus, inclusive quando essas
intempéries acontecem dentro de nós. A mensagem de Deus é silenciosa, mas
certeira”, refletiu.
O bispo ainda lembrou que todos somos convidados a ver nos
pobres e sofredores os verdadeiros sinais dos tempos. O Dia Mundial dos Pobres,
ensinou, nos desafia a responder a esse chamado com ações concretas. “Nos
pobres vejamos os sinais dos tempos abreviados para que façamos o bem, a
justiça, promovendo a caridade; nos sofredores, vejamos os sinais do próprio
Deus, como nos solicita este Dia Mundial do Pobre”.
Por fim, reiterou a ideia da esperança Cristã ao dizer que a
Igreja, como Esposa de Cristo, vive na expectativa da volta do Senhor, clamando
em cada Eucaristia: "Vem, Senhor Jesus!": “Somos o povo da espera
pelo Senhor. A sua vinda encher-nos-á de alegria profunda. Somos firmados na
promessa, no seu cumprimento e na expectativa futura: o Cristo nos veio e
salvou-nos; o Cristo virá e nos levará consigo: nunca nos descuidemos desta
bendita esperança”, findou.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial