32º Domingo do Tempo Comum: “A bela atitude do dar-se”, refletiu Dom Dulcênio
Neste domingo, 10 de novembro, na Catedral de Campina Grande, o Bispo Diocesano, Dom Dulcênio Fontes de Matos, presidiu a Santa Missa do XXXII Domingo do Tempo Comum, concelebrada pelp Padre Luciano Guedes, Vigário Geral. A Missa contou ainda com a assistência litúrgica do Diácono Anderson e dos seminaristas, e reuniu uma significativa presença de fiéis.
A homilia de Dom Dulcênio Fontes de Matos, ao refletir sobre o tema "A bela atitude do dar-se", propôs uma reflexão sobre a importância das virtudes teologais — fé, esperança e caridade — e sua relação com o ato de se doar, inspirado em figuras bíblicas e na própria entrega de Cristo. O Pastor Diocesano iniciou a reflexão destacando como as verdades divinas se complementam e falam diretamente à razão humana, de modo que a totalidade das virtudes, em sua interação, aponta para Deus como a "única Verdade". Nesse contexto, as virtudes teologais se apresentam como um meio de vivência do amor divino, especialmente em situações de entrega.
“Interessante é notar como as verdades divinas se complementam umas às outras, de maneira que todas elas, hierárquica e conjuntamente, falam à razão humana Daquele que é a única Verdade, Deus. Também em relação às virtudes teologais - a saber: fé, esperança e caridade - isso acontece”, iniciou.
O verbo "dar" se torna o ponto central da homilia. A partir das leituras do XXXII Domingo do Tempo Comum, o Bispo observa diferentes formas de doação que surgem nas passagens bíblicas. Ele menciona as figuras de Elias, a viúva de Sarepta e a viúva do Templo, e compara seus gestos de entrega com os dos ricos que, embora doassem grandes quantias, davam apenas o que sobrava, sem se comprometer verdadeiramente. As viúvas, por outro lado, deram tudo o que tinham para viver.
Ao aprofundar o conceito de doação, Dom Dulcênio destacou que toda entrega é para o benefício de alguém. As viúvas doaram por amor a Deus, e Elias fez o mesmo, colocando a sua vida em risco para cumprir a vontade divina. O ponto central aqui é que, no ato de se entregar a Deus, a pessoa manifesta, ao mesmo tempo, as virtudes de fé e caridade. A fé, no sentido de confiar que Deus está presente nas ações e nos caminhos de quem se doa, e a caridade, como a expressão do amor que leva à entrega sem pensar em si mesmo.
“Ora, toda entrega, toda doação é para o benefício de alguém. As viúvas deram o que tinham por amor a Deus. Mais estreitamente, a viúva de Sarepta sequer pensou no próprio filho. Elias também entregou-se por Deus, porque O amava. Assim, percebemos que no ato de entregar-nos ao Senhor, a nossa generosa oferta de nós mesmos, transparece, além do amor, a fé”, explicou e refletiu.
A virtude da esperança também se insere nesse movimento de doação. O Pastor Diocesano ensinou que a esperança é a confiança plena na Providência Divina, que jamais desampara aqueles que se entregam a Ele com amor e fé. Ao explicar o Evangelho de São Mateus (6,31-34) destacou que ao buscar primeiro o Reino de Deus e sua justiça, tudo o mais será dado por acréscimo. A esperança, portanto, não é apenas um estado de expectativa, mas também um ato de confiança em que Deus não deixa de cuidar de nós, mesmo nas situações mais difíceis.
“A Providência Divina é a certeza da esperança. Bem advertiu Jesus no Sermão das Bem-Aventuranças acerca da disponibilidade em dar, acerca do desapego e da liberdade a ele inerente. A esperança não descuida da prudência; em saber aproveitar tudo o que Deus nos concede para utilizá-lo como escopo para a nossa salvação, pois prudência é sinônimo de atenção. A caridade, juntamente com a fé e a esperança, nutre em nós uma atitude que nos assemelha a Cristo na Sua entrega por nós que, tendo-O por modelo, superando as nossas próprias limitações, fazemos a experiência da virtude heroica, apontando-nos à santidade”, pregou.
A homilia do bispo, assim, nos convida a viver a virtude da doação, que se expressa na entrega de si mesmo em fé, esperança e caridade. Nos gestos de amor e serviço aos outros, como exemplificado pelas viúvas e por Cristo, somos chamados a experimentar a verdadeira santidade. O “dar-se” é a forma mais pura de seguir o exemplo de Cristo, superando nossas limitações humanas e nos aproximando da plenitude da vida divina.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial