Santa Missa de Finados na Catedral de Campina Grande

Postado em 02/11/24 às 18:5710 minutos de leitura78 views


Na tarde deste dia 2 de novembro, na Catedral de Campina Grande foi celebrada a Santa Missa de Finados, presidida por Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano, e concelebrada pelos Padres Luciano Guedes e Mércio Aurélio. A Missa contou com a presença do diácono Ricardo e de seminaristas que auxiliaram na liturgia, reunindo fiéis em um momento de recordação e oração pelos entes queridos falecidos.

Na homilia de Dom Dulcênio para a Missa de Finados, ele destacou a importância da esperança na ressurreição e na comunhão entre os que já partiram e os que permanecem, refletindo em torno da temática: Reunidos em Cristo, os fiéis se unem no altar, elevando suas preces pelos defuntos. Dom Dulcênio convidou os fiéis a refletirem sobre a doutrina cristã, buscando consolo na certeza de que a vida eterna existe e que haverá um reencontro no céu.

“Neste dia em que Cristo, Esperança e Vida nossa, nos atrai ao Seu Altar para sufragarmos, pelo Seu Sacrifício Redentor, os fiéis defuntos, junto à nossa fé Naquele que disse “Eu Sou a Ressurreição” (Jo 11,25), sobe a Ele o nosso louvor e oração por aqueles que nos precederam nas sendas da morte, rumo à Pátria dos eleitos, à celestial morada. Aqui e agora, tantos sentimentos convergem na vida do cristão, também a caridade de corações que, muito embora entristecidos pelo luto da morte, elevam a Deus o que há de mais sublime em favor dos vivos e dos mortos. Aproveito, pois, esta oportunidade para, no meu dever de pai e pastor, elucidar a fé dos cristãos pela catequese. Desta forma, conhecendo melhor a doutrina cristã, poderemos consolar o nosso interior que também comporta saudades”, pregou.

Ele abordou a angústia comum entre os que perderam entes queridos, exemplificando com a história de um sacerdote que se questionava sobre o reencontro com sua mãe. Dom Dulcênio reitera a crença na vida eterna e na comunhão dos santos, desafiando a visão errônea de que a morte separa os que se amam. Cita a Escritura, especificamente o livro de Tobias, para evidenciar que, mesmo no Antigo Testamento, já havia a esperança de reunião entre os justos.

“Recordo-me de que, há alguns anos, fui indagado por um sacerdote que sepultava a sua mãe. Talvez, até em busca de consolação, me questionasse: “Queria ver a chegada da minha mãe no céu. Será que nos reencontraremos um dia?”. Para tal questionamento, aquele homem de Deus manifestava, com a dor, a confiança na eternidade. E a sua pergunta é também a de tantos cristãos: “Já que a vida eterna existe, reencontrar-nos-emos e reconhecer-nos-emos no céu?”. Ora, a verdade sobre este assunto está explícita nos dogmas da nossa Profissão de Fé: “Creio na comunhão dos santos. [...] Creio na vida eterna”, catequizou.

O prelado também refletiu sobre o valor da família cristã, que, à luz do amor de Deus, não pode ser destruída pela morte. Ele lembra que o amor é mais forte que a morte e que, assim como Deus une os casais na terra, essa união perdura na eternidade.

“Questionemo-nos, teria mais poder o sopro da morte para destruir esta obra prima do que a força para lhe conservar o esplendor - ou sobrelevá-lo - na glória eterna? E visto que “o amor é mais forte do que a morte” (Ct 8, 6), dar-se-á que a caridade de Deus, que criou a família, e que a caridade do homem, que santifica o uso da família, não queiram ou não possam refazer eternamente no Céu o que a morte desfez temporariamente na terra?”, pregou.

Por fim, Dom Dulcênio fala sobre a Virgem Maria e a certeza do reconhecimento no céu. Ele assegura que Jesus não desconhecerá Seus irmãos, e que a alegria da vida eterna se manifesta na continuidade das relações familiares. A homilia conclui reafirmando a esperança da Igreja na ressurreição, prometendo que, um dia, todos se reunirão na glória divina, reconhecendo-se e amando-se eternamente.

“Olhemos agora para o que a nossa fé nos ensina acerca da Virgem Maria em relação à glória na qual, singularmente, está: o Homem-Deus tem uma Mãe que é bendita entre todas as mulheres: julgou-a Ele indigna de fazê-la participante da Sua glória? Depois de associá-la à Sua Paixão na terra, fê-la gozar das alegrias da Sua Ressurreição e dos esplendores do Seu triunfo, atraindo ao Céu, depois de Si, o seu corpo e sua alma. Ora, se fosse verdade que os membros da mesma família não se reconhecessem no Céu, Jesus não reconheceria Sua Mãe, nem seria reconhecido por ela. Em relação ao restante da humanidade, Jesus Cristo, derramou o Seu Sangue, e deu-nos o nome de irmãos: desconhecer-nos-ia mais tarde? Não. E, começando pelos Seus Apóstolos, reconheceu-os no martírio que sofreram por Ele e fez-Se reconhecer por eles no esplendor que os cerca na Corte Celeste. Mas o Filho de Deus, que assim Se dignou recompor, em redor de Si, a Sua família por natureza e por adoção, não quereria recompor da mesma forma, no Paraíso, esta cristã e religiosa família, que é nossa, e também a Sua? Quer, sim”, findou.

Ao final da celebração, realizamos uma procissão até a Cripta da Catedral, onde Dom Dulcênio abençoou e aspergiu os túmulos dos bispos Dom Manuel Pereira e Dom Luís Gonzaga, que ali descansam.

Por: Ascom
Fotos: Rafael Augusto

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