Santa Missa de Finados na Catedral de Campina Grande
Na tarde deste dia 2 de novembro, na Catedral de Campina
Grande foi celebrada a Santa Missa de Finados, presidida por Dom Dulcênio
Fontes de Matos, Bispo Diocesano, e concelebrada pelos Padres Luciano Guedes e
Mércio Aurélio. A Missa contou com a presença do diácono Ricardo e de
seminaristas que auxiliaram na liturgia, reunindo fiéis em um momento de
recordação e oração pelos entes queridos falecidos.
Na homilia de Dom Dulcênio para a Missa de Finados, ele
destacou a importância da esperança na ressurreição e na comunhão entre os que
já partiram e os que permanecem, refletindo em torno da temática: Reunidos em
Cristo, os fiéis se unem no altar, elevando suas preces pelos defuntos. Dom
Dulcênio convidou os fiéis a refletirem sobre a doutrina cristã, buscando
consolo na certeza de que a vida eterna existe e que haverá um reencontro no
céu.
“Neste dia em que Cristo, Esperança e Vida nossa, nos atrai
ao Seu Altar para sufragarmos, pelo Seu Sacrifício Redentor, os fiéis defuntos,
junto à nossa fé Naquele que disse “Eu Sou a Ressurreição” (Jo 11,25), sobe a
Ele o nosso louvor e oração por aqueles que nos precederam nas sendas da morte,
rumo à Pátria dos eleitos, à celestial morada. Aqui e agora, tantos sentimentos
convergem na vida do cristão, também a caridade de corações que, muito embora
entristecidos pelo luto da morte, elevam a Deus o que há de mais sublime em favor
dos vivos e dos mortos. Aproveito, pois, esta oportunidade para, no meu dever
de pai e pastor, elucidar a fé dos cristãos pela catequese. Desta forma,
conhecendo melhor a doutrina cristã, poderemos consolar o nosso interior que
também comporta saudades”, pregou.
Ele abordou a angústia comum entre os que perderam entes
queridos, exemplificando com a história de um sacerdote que se questionava
sobre o reencontro com sua mãe. Dom Dulcênio reitera a crença na vida eterna e
na comunhão dos santos, desafiando a visão errônea de que a morte separa os que
se amam. Cita a Escritura, especificamente o livro de Tobias, para evidenciar
que, mesmo no Antigo Testamento, já havia a esperança de reunião entre os
justos.
“Recordo-me de que, há alguns anos, fui indagado por um
sacerdote que sepultava a sua mãe. Talvez, até em busca de consolação, me
questionasse: “Queria ver a chegada da minha mãe no céu. Será que nos
reencontraremos um dia?”. Para tal questionamento, aquele homem de Deus
manifestava, com a dor, a confiança na eternidade. E a sua pergunta é também a
de tantos cristãos: “Já que a vida eterna existe, reencontrar-nos-emos e
reconhecer-nos-emos no céu?”. Ora, a verdade sobre este assunto está explícita
nos dogmas da nossa Profissão de Fé: “Creio na comunhão dos santos. [...] Creio
na vida eterna”, catequizou.
O prelado também refletiu sobre o valor da família cristã,
que, à luz do amor de Deus, não pode ser destruída pela morte. Ele lembra que o
amor é mais forte que a morte e que, assim como Deus une os casais na terra,
essa união perdura na eternidade.
“Questionemo-nos, teria mais poder o sopro da morte para
destruir esta obra prima do que a força para lhe conservar o esplendor - ou sobrelevá-lo
- na glória eterna? E visto que “o amor é mais forte do que a morte” (Ct 8, 6),
dar-se-á que a caridade de Deus, que criou a família, e que a caridade do
homem, que santifica o uso da família, não queiram ou não possam refazer
eternamente no Céu o que a morte desfez temporariamente na terra?”, pregou.
Por fim, Dom Dulcênio fala sobre a Virgem Maria e a certeza
do reconhecimento no céu. Ele assegura que Jesus não desconhecerá Seus irmãos,
e que a alegria da vida eterna se manifesta na continuidade das relações
familiares. A homilia conclui reafirmando a esperança da Igreja na
ressurreição, prometendo que, um dia, todos se reunirão na glória divina,
reconhecendo-se e amando-se eternamente.
“Olhemos agora para o que a nossa fé nos ensina acerca da
Virgem Maria em relação à glória na qual, singularmente, está: o Homem-Deus tem
uma Mãe que é bendita entre todas as mulheres: julgou-a Ele indigna de fazê-la
participante da Sua glória? Depois de associá-la à Sua Paixão na terra, fê-la
gozar das alegrias da Sua Ressurreição e dos esplendores do Seu triunfo,
atraindo ao Céu, depois de Si, o seu corpo e sua alma. Ora, se fosse verdade
que os membros da mesma família não se reconhecessem no Céu, Jesus não
reconheceria Sua Mãe, nem seria reconhecido por ela. Em relação ao restante da
humanidade, Jesus Cristo, derramou o Seu Sangue, e deu-nos o nome de irmãos:
desconhecer-nos-ia mais tarde? Não. E, começando pelos Seus Apóstolos,
reconheceu-os no martírio que sofreram por Ele e fez-Se reconhecer por eles no
esplendor que os cerca na Corte Celeste. Mas o Filho de Deus, que assim Se
dignou recompor, em redor de Si, a Sua família por natureza e por adoção, não
quereria recompor da mesma forma, no Paraíso, esta cristã e religiosa família,
que é nossa, e também a Sua? Quer, sim”, findou.
Ao final da celebração, realizamos uma procissão até a Cripta
da Catedral, onde Dom Dulcênio abençoou e aspergiu os túmulos dos bispos Dom
Manuel Pereira e Dom Luís Gonzaga, que ali descansam.
Por: Ascom
Fotos: Rafael Augusto