30º Domingo do Tempo Comum – Cura do cego Bartimeu: Missa na Catedral e em Umbuzeiro-PB

Atualizado em 27/10/24 às 23:108 minutos de leitura82 views


Na Catedral de Nossa Senhora da Conceição, na manhã deste domingo, 27, foi celebrada a Missa do Lar sob a presidência do Bispo Diocesano, Dom Dulcênio Fontes de Matos, com a presença do diácono Anderson que prestou assistência litúrgica à celebração. Durante a missa, o bispo rezou junto aos fiéis pelas eleições municipais em Campina Grande, pedindo bênçãos para a cidade.

A homilia de Dom Dulcênio na Catedral, foi uma reflexão sobre a busca de Deus, centrando-se na figura de Bartimeu, um cego que clama por ajuda. A liturgia do XXX Domingo do Tempo Comum nos convida a entender que essa busca não é apenas uma iniciativa humana, mas também uma resposta à busca de Deus por nós. A ideia central é que, mesmo na nossa fragilidade e cegueira espiritual, somos sempre vistos e amados por Deus, que nos busca com misericórdia.

“No Evangelho, pelos gritos de Bartimeu - “‘Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!’ [...] 'Filho de Davi, tem piedade de mim!’” (Mc 10,47.48) - temos esse movimento do coração humano, que encontra o seu veraz contentamento no processo contínuo de busca e de encontro com o Senhor, “que sempre Se deixa encontrar” (Is 55,6); processo que independe dos olhos do corpo, mas que, necessariamente, prescinde do olhar da alma que vagueia para ver bem, para ver o Bem, pois, invocando o pensamento do escritor do clássico “O Pequeno Príncipe”, Antoine de Saint-Exupéry, que pôs na boca da raposa o ensinamento ao Pequeno Príncipe: “só se vê bem com o coração”, porque ‘o essencial é invisível aos olhos’”, pregou.

Bartimeu exemplifica essa busca quando, ao ouvir Jesus, deixa de lado seu manto, símbolo de sua vida de mendicância, e se levanta para encontrar o Senhor. A cura de Bartimeu é resultado de sua fé, que é reconhecida e valorizada por Jesus. O momento em que ele clama “Mestre, que eu veja!” revela não apenas seu desejo de cura física, mas também uma busca por uma nova vida em Cristo. A ação de Bartimeu nos inspira a reconhecer que, embora Deus não precise de nós, Ele nos busca para nos trazer ao Seu amor.

“Cristo, como Deus, já conhecia a procura da luz como sentido de vida de Bartimeu. O Senhor respeita e valoriza o grande olhar da fé que aquele homem possuía; tanto é que as palavras de cura outras não foram senão: “Vai, a tua fé te curou” (Mc 10,52), após ter levado Bartimeu a confessar: “Mestre, que eu veja!” (Mc 10,51). E, assim, também vamos percebendo como o Senhor tem paciência conosco, com as nossas demoras, desde que Lhe sejamos honestos e sempre O busquemos, não obstante os momentos das nossas pequenas cegueiras no caminho da fé, que nos fazem obscurecer a graça, que sempre se propõe diante de nós. Outro gesto que podemos pontuar de Bartimeu - e que parece apenas um detalhe irrisório - é o movimento de levantar-se de sua indignidade, da sua mendicância, com resolução, pois sabia que, a partir daquele encontro, nada mais seria como antes - “O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus” (Mc 10,50)”, refletiu.

Missa em Umbuzeiro-PB

Ainda neste domingo, 27, no turno vespertino, a comunidade paroquial de Umbuzeiro-PB se reuniu para a missa Festiva de Nossa Senhora do Livramento, presidida por Dom Dulcênio. O Pároco, Padre José Marcos acolheu o líder religioso, expressando gratidão pela sua presença entre os fiéis.

Na homilia pregada à comunidade paroquial de Umbuzeiro, Dom Dulcênio, focou na transformação de Bartimeu. A atitude de Bartimeu reflete um discernimento profundo, que vai além da cura física, permitindo que ele veja com o coração. A ordem de Jesus para "ir" é, na verdade, um convite para que Bartimeu tome uma decisão consciente e escolha o caminho do Reino de Deus, demonstrando sua fé e disposição para uma vida nova.

“Percebemos em Bartimeu esta predisposição para, por meio de novos horizontes de viver, mudar de rumo: Bartimeu é um homem aberto. E quando classificamos os horizontes pelo adjetivo “novos”, não o fazemos por qualquer motivo, mas para designar que aquele cego, já entrevendo com o coração Deus, deseja fazer uma experiência com a Sua misericórdia (que sempre rejuvenesce o homem, porque é sempre nova e nos traz a novidade de Deus). Por isso, grita mais e mais: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim! […] Filho de Davi, tem piedade de mim!” (Mc 10,47.48). Esta predisposição para um viver renovado no amor de Deus – e a partir deste mesmo amor – vem expressa por sua atitude de, não calando a sua voz sufocada pelo vozerio da multidão e pela repreensão que lhe faziam, ao saber que Jesus o chamava, corajosamente, jogar o manto, dar um pulo e ir a Jesus”, disse.

O bispo ressaltou que o verdadeiro discernimento envolve uma relação aberta com Deus, reconhecendo que a busca pela verdade deve sempre incluir a possibilidade de mudança, permitindo que o Senhor guie nossas decisões. Bartimeu escolhe permanecer com Jesus "pelo caminho", que simboliza um estilo de vida de discipulado. Essa escolha nos convida a refletir sobre nossa própria caminhada de fé, reconhecendo que, ao nos deixarmos guiar por Cristo, podemos superar a cegueira espiritual e nos reconstruir na misericórdia divina.

“O cego discerniu e optou por permanecer com Cristo “pelo caminho”. Este adjunto adverbial, muito mais do que um lugar geográfico propriamente dito, é um estilo de vida. E, nós, anteriormente cegos pelo pecado, ao nosso encontro avassalador com Jesus, discernindo-nos por Ele, somente no Caminho-Igreja, seguindo a Sua doutrina salvadora, porque é Revelação Divina, é que permanecemos com o Senhor, fora de Quem tudo é escuridão, treva. Discernir-nos por Cristo, permanecendo no Seu caminho, na Sua Igreja, é construir uma consciência de si na própria verdade; é ver-se como Deus nos vê, na experiência da Sua misericórdia”, concluiu.

Por: Ascom
Fotos: Pascom Catedral e Pascom Umbuzeiro

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