Missa e Crisma são realizadas na Paróquia de Lagoa Seca-PB

Postado em 26/10/24 às 22:548 minutos de leitura89 views


Neste sábado, 26 de outubro, Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano de Campina Grande, presidiu a Santa Missa do 30º Domingo do Tempo Comum na Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Lagoa Seca-PB. A celebração foi marcada pela Crisma de 143 jovens e adultos da zona rural, um momento significativo para a comunidade. O Pároco, Padre Aparecido Camargo, deu as boas-vindas ao Bispo e destacou a importância deste evento, expressando gratidão pela presença de Dom Dulcênio e pela confirmação da fé do povo de Deus, concelebrou também o vigário paroquial, Padre Valdir Campelo.  

A homilia de Dom Dulcênio para o XXX Domingo do Tempo Comum, foi uma rica interpretação do encontro de Jesus com Bartimeu, o cego que clama por cura. Essa passagem, situada na saída de Jericó, é carregada de simbolismos que falam não apenas do indivíduo Bartimeu, mas também da condição da humanidade.

Inicialmente, refletindo sobre Jericó, o Bispo disse ser uma cidade carregada de história e simbolismo. No Antigo Testamento, a conquista de Jericó marca a entrada do povo de Israel na Terra Prometida. Assim, a saída de Jesus dessa cidade representa a superação de sistemas antigos e ultrapassados, que Bartimeu, em sua cegueira, exemplifica. O fato de Bartimeu estar fora da cidade sugere uma ruptura com essas estruturas, simbolizando uma busca por algo maior.

“Jericó, hoje, é considerada a cidade mais antiga do mundo que ainda existe. E isso também nos é uma mensagem: o cego Bartimeu estava fora dos sistemas caducos, ultrapassados, por estar fora da velha Jericó. Passemos para o simbolismo do nome do cego. Bartimeu (Bartimaios) é uma palavra híbrida do aramaico bar (filho) e do grego timaios (honorável). O seu nome pode ser também traduzido como ‘filho da impureza, da maldade’. Logo, se Bartimeu estava fora da cidade de Jericó, que representa o sistema ultrapassado do judaísmo, a tradução do seu nome (com caracteres gregos, inclusive) e a sua significação representam o fato de ser o cego uma figura do variado povo pagão, que vivia nas sombras, na escuridão, e que, por misericórdia, por piedade do próprio Deus, é iluminado”, pregou.

O Bispo também falou sobre a transformação de Bartimeu; ele, que estava "sentado à beira do caminho", ao ser curado, levanta-se e começa a seguir Jesus, simbolizando uma nova direção na vida. Este ato de se levantar e seguir o "Caminho" representa a adesão a uma nova vida de fé e discípulo, deixado para trás o manto da cegueira espiritual.

“Ouso dizer que Bartimeu era duplamente cego e duplamente pobre, não enxergando com os seus olhos fisiológicos, com sérias dificuldades espirituais de enxergar Deus; financeiramente pobre e miseravelmente sem Deus. Como lhes disse, ele é um sério retrato da humanidade decaída. Porém, caracteriza-o a sua abertura interior à luz e à verdadeira riqueza – Deus – a quem desejava experimentar, porque d’Ele carecia. Por isso, gritava, insistentemente. Para caminhar, para ser discípulo, Bartimeu – agora filho da Luz, não mais da impureza, da maldade; mas, em Cristo, filho de Deus –, corajosamente, levantou-se, largou o manto, e, num salto, ressignificou a vida a partir de Jesus, sendo curado pela fé, e, portanto, deixando-se guiar por toda a vida por esta virtude teologal”, refletiu.

O Bispo de Campina Grande também falou sobre a o papel da Oração e da persistência, conforme instruiu. A oração, mesmo em meio ao tumulto da vida, é vista como um meio de reconectar-se com a luz de Cristo. A insistência de Bartimeu em clamar por ajuda serve como um modelo de como devemos buscar a Deus, mesmo quando enfrentamos dificuldades ou distrações.
Dom Dulcênio conclui a homilia pedindo que todos nós nos deixemos iluminar pela luz divina, reconhecendo a importância da fé e da busca por Deus em nossas vidas. Bartimeu, que antes era visto como um marginalizado, se torna um exemplo de fé e transformação.

“Quando insistimos na oração com toda veemência, Deus se detém em nosso coração e recuperamos a vista perdida. Passar é próprio da humanidade e estar é próprio da divindade. O Senhor, ao passar, olhou para o cego que clamava e, ao deter-se, o iluminou, porque com por sua humanidade se compadeceu das vozes de nossa cegueira. Mas nos infundiu a luz de sua graça pelo poder de sua divindade. Para isto, nos pergunta o que queremos, a fim de animar-nos a orar. Quer, pois, que peçamos o que Ele prevê que lhe pediremos e que nos concederá. […] O cego não pede ao Senhor ouro, e sim a vista, para que busquemos não as falsas riquezas, mas a luz que podemos ver somente nós e os anjos, a cuja luz nos concede a fé. Por isto disse muito oportunamente ao cego: ‘Vê, a tua te salvou!’. Ele o vê e o segue, porque pratica o bem que conhece”, findou.

Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial 

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