Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil

Atualizado em 12/10/24 às 21:4911 minutos de leitura92 views


No dia 12 de outubro, a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, única na Diocese a ostentar o título da Padroeira do Brasil, celebrou uma grande festa em honra à Mãe de Deus e nossa.

A missa realizada às 10h, foi presidida pelo Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Bispo Diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, concelebrada pelo Padre Dênis, Pároco, junto aos vigários Padre Cledson, Padre Valdinar e Padre Allan Rafael. O diácono Gleydson e os seminaristas também estiveram presentes, contribuindo para o serviço litúrgico.  A comunidade paroquial compareceu em grande número, lotando a paróquia para vivenciar esse momento especial de fé e devoção.

Ainda neste mesmo dia, o Bispo dirigiu-se no final da tarde à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Sumé-PB, forania cariri II para presidir mais uma Missa e na ocasião crismou 37 adultos.

A homilia de Dom Dulcênio para a solenidade da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, refletiu sobre a figura da Virgem Maria e seu papel na história da salvação e na vida dos brasileiros.

O bispo destacou a relevância da história da descoberta da imagem de Nossa Senhora Aparecida, ocorrida em um momento de grande adversidade no Brasil, simbolizando esperança e intercessão por aqueles que mais sofrem, especialmente a população negra que enfrentava a escravidão. Essa conexão entre Maria e os marginalizados do Brasil é um chamado à inclusão e à justiça social.

“A Festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil, Mãe dos brasileiros (as), que há mais de 300 anos, foi estabelecida em 12 de outubro, data em que também homenageamos as nossas crianças, pelas quais, a entregamos nas mãos de Deus sob a proteção da Mãe Aparecida. A figura de Nossa Senhora Aparecida, que o Brasil tem como Mãe, cuja a imagem foi encontrada nas águas do rio Paraíba, por pescadores, num momento turbulento da história de nosso país, quando aqui imperava a escravidão dos negros. A Mãe surge do meio das águas para interceder pelo povo sofredor, principalmente por aqueles que eram mais desrespeitados em sua dignidade, os nossos irmãos negros”, introduziu.

Dom Dulcênio inicia sua homilia contextualizando a presença de Maria em momentos cruciais da vida de Jesus, como nas bodas de Caná. Esse episódio é fundamental, pois demonstra a intercessão de Maria e sua confiança na ação de Jesus, simbolizando a relação entre mãe e filho, mas também entre a Mãe e toda a humanidade. A insistência de Maria em que os serventes fizessem tudo o que Jesus mandasse revela uma profunda fé na capacidade redentora do Filho.

“Caná era uma cidade de maior tamanho e influência que Nazaré. A história nada registra sobre a origem das relações entre a Sagrada Família e os nubentes, nem sequer por que Jesus e Maria foram convidados para a festa de casamento. As hipóteses a respeito se multiplicam. Entre elas, menciona-se um eventual estreitamento das relações, decorrentes de serviços prestados por São José ao longo do tempo”, contextualizou.

“Em Caná aprendemos de Maria o quanto Deus quer a nossa colaboração em sua obra. Numa análise superficial, parece inexplicável a atitude de Nossa Senhora, pois apesar da negação de Jesus, Ela ordena aos criados fazerem tudo o que Ele mandar. Não havia Ele dito que não chegará ainda sua hora? Fica, portanto, em quem lê o Evangelho, a impressão de Maria não ter feito caso dessa resposta negativa. Se Maria não tivesse recomendado aos serventes que agissem de acordo com as orientações de Jesus, os nubentes e seus convidados não teriam tomado o melhor dos vinhos da história, nem os Apóstolos assistido a tão grandioso milagre. É importante rezarmos a Deus com fervor e constância, manifestando-lhe nossas necessidades, pois é possível que Ele esteja à espera de nossa atitude para seguir uma outra via.”, disse.

Dom Dulcênio também abordou a temática da "sinodalidade" da Igreja, enfatizando a importância da unidade e da caminhada conjunta dos fiéis na construção do Reino de Deus. A sinodalidade se traduz em comunhão e reconciliação, princípios que devem guiar a ação da Igreja e a vida cristã. O convite é para que todos se tornem instrumentos de evangelização, especialmente junto aos jovens e nas esferas da política e economia.

“Para motivar o espírito de unidade do povo cristão e a necessidade de todos caminharem juntos, com objetivos comuns na construção do Reino de Deus, a Igreja traduz como Sinodalidade; e na possibilidade duma Igreja sinodal, já encontramos o caminho que nos conduz à Comunhão: participação mútua, estando associada ou envolvida com alguém para o todo! E se há comunhão, há espírito de unidade (sinodalidade). E se há essas duas características, há reconciliação, que quer dizer restaurar ou “juntar de novo”. Ou seja, o tema da nossa festa nos convida à unidade. Portanto, Maria vos ajude a levar Cristo às Famílias”, pregou.

A homilia conclui com uma súplica a Maria, pedindo que ela inspire e fortaleça os fiéis em suas missões. A figura de Nossa Senhora Aparecida é apresentada como um porto seguro e um símbolo de esperança para todos os brasileiros, enfatizando seu papel como intercessora e protetora.

“Que Maria vos torne capazes de evangelizar o mundo do trabalho, da economia, da política, que precisa de uma nova geração de leigos cristãos católicos comprometidos, capazes de procurar com competência o rigor moral na sociedade. Confiemo-nos, portanto, à sua materna intercessão da Mãe Aparecida. Até por que Ela é porto, refúgio e proteção para o povo brasileiro, que tem em si a força fecunda do amor materno”, findou.

Por: Ascom
Fotos: Pascom Diocesana e Pascom Paroquial de Sumé


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