Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil
No dia 12 de outubro, a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida,
única na Diocese a ostentar o título da Padroeira do Brasil, celebrou uma
grande festa em honra à Mãe de Deus e nossa.
A missa realizada às 10h, foi presidida pelo Excelentíssimo e
Reverendíssimo Senhor Bispo Diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de
Matos, concelebrada pelo Padre Dênis, Pároco, junto aos vigários Padre Cledson,
Padre Valdinar e Padre Allan Rafael. O diácono Gleydson e os seminaristas
também estiveram presentes, contribuindo para o serviço litúrgico. A comunidade paroquial compareceu em grande
número, lotando a paróquia para vivenciar esse momento especial de fé e
devoção.
Ainda neste mesmo dia, o Bispo dirigiu-se no final da tarde à
Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Sumé-PB, forania cariri II para
presidir mais uma Missa e na ocasião crismou 37 adultos.
A homilia de Dom Dulcênio para a solenidade da Padroeira do
Brasil, Nossa Senhora Aparecida, refletiu sobre a figura da Virgem Maria e seu
papel na história da salvação e na vida dos brasileiros.
O bispo destacou a relevância da história da descoberta da
imagem de Nossa Senhora Aparecida, ocorrida em um momento de grande adversidade
no Brasil, simbolizando esperança e intercessão por aqueles que mais sofrem,
especialmente a população negra que enfrentava a escravidão. Essa conexão entre
Maria e os marginalizados do Brasil é um chamado à inclusão e à justiça social.
“A Festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira
do Brasil, Mãe dos brasileiros (as), que há mais de 300 anos, foi estabelecida
em 12 de outubro, data em que também homenageamos as nossas crianças, pelas
quais, a entregamos nas mãos de Deus sob a proteção da Mãe Aparecida. A figura
de Nossa Senhora Aparecida, que o Brasil tem como Mãe, cuja a imagem foi
encontrada nas águas do rio Paraíba, por pescadores, num momento turbulento da
história de nosso país, quando aqui imperava a escravidão dos negros. A Mãe
surge do meio das águas para interceder pelo povo sofredor, principalmente por
aqueles que eram mais desrespeitados em sua dignidade, os nossos irmãos
negros”, introduziu.
Dom Dulcênio inicia sua homilia contextualizando a presença
de Maria em momentos cruciais da vida de Jesus, como nas bodas de Caná. Esse
episódio é fundamental, pois demonstra a intercessão de Maria e sua confiança
na ação de Jesus, simbolizando a relação entre mãe e filho, mas também entre a
Mãe e toda a humanidade. A insistência de Maria em que os serventes fizessem
tudo o que Jesus mandasse revela uma profunda fé na capacidade redentora do
Filho.
“Caná era uma cidade de maior tamanho e influência que
Nazaré. A história nada registra sobre a origem das relações entre a Sagrada
Família e os nubentes, nem sequer por que Jesus e Maria foram convidados para a
festa de casamento. As hipóteses a respeito se multiplicam. Entre elas,
menciona-se um eventual estreitamento das relações, decorrentes de serviços
prestados por São José ao longo do tempo”, contextualizou.
“Em Caná aprendemos de Maria o quanto Deus quer a nossa
colaboração em sua obra. Numa análise superficial, parece inexplicável a
atitude de Nossa Senhora, pois apesar da negação de Jesus, Ela ordena aos
criados fazerem tudo o que Ele mandar. Não havia Ele dito que não chegará ainda
sua hora? Fica, portanto, em quem lê o Evangelho, a impressão de Maria não ter
feito caso dessa resposta negativa. Se Maria não tivesse recomendado aos
serventes que agissem de acordo com as orientações de Jesus, os nubentes e seus
convidados não teriam tomado o melhor dos vinhos da história, nem os Apóstolos
assistido a tão grandioso milagre. É importante rezarmos a Deus com fervor e
constância, manifestando-lhe nossas necessidades, pois é possível que Ele
esteja à espera de nossa atitude para seguir uma outra via.”, disse.
Dom Dulcênio também abordou a temática da
"sinodalidade" da Igreja, enfatizando a importância da unidade e da
caminhada conjunta dos fiéis na construção do Reino de Deus. A sinodalidade se
traduz em comunhão e reconciliação, princípios que devem guiar a ação da Igreja
e a vida cristã. O convite é para que todos se tornem instrumentos de
evangelização, especialmente junto aos jovens e nas esferas da política e
economia.
“Para motivar o espírito de unidade do povo cristão e a
necessidade de todos caminharem juntos, com objetivos comuns na construção do
Reino de Deus, a Igreja traduz como Sinodalidade; e na possibilidade duma
Igreja sinodal, já encontramos o caminho que nos conduz à Comunhão:
participação mútua, estando associada ou envolvida com alguém para o todo! E se
há comunhão, há espírito de unidade (sinodalidade). E se há essas duas
características, há reconciliação, que quer dizer restaurar ou “juntar de
novo”. Ou seja, o tema da nossa festa nos convida à unidade. Portanto, Maria
vos ajude a levar Cristo às Famílias”, pregou.
A homilia conclui com uma súplica a Maria, pedindo que ela
inspire e fortaleça os fiéis em suas missões. A figura de Nossa Senhora
Aparecida é apresentada como um porto seguro e um símbolo de esperança para
todos os brasileiros, enfatizando seu papel como intercessora e protetora.
“Que Maria vos torne capazes de evangelizar o mundo do
trabalho, da economia, da política, que precisa de uma nova geração de leigos
cristãos católicos comprometidos, capazes de procurar com competência o rigor
moral na sociedade. Confiemo-nos, portanto, à sua materna intercessão da Mãe
Aparecida. Até por que Ela é porto, refúgio e proteção para o povo brasileiro,
que tem em si a força fecunda do amor materno”, findou.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Diocesana e Pascom Paroquial de Sumé