Missa do Lar na Catedral: "Deus conduz a mulher ao homem", disse o bispo
Neste domingo, 6 de outubro, na Catedral diocesana de Nossa
Senhora da Conceição, a Santa Missa do Lar às 10h reuniu dezenas de fiéis. A
celebração foi presidida por Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano, que
voltou a presidir na Catedral após duas semanas. De modo especial, o bispo
rezou pelas eleições municipais em todo o país.
A missa contou com a concelebração do Vigário Geral, Padre
Luciano Guedes, tendo na assistência litúrgica o diácono Ricardo, além da
presença dos seminaristas. A liturgia deste 27º Domingo do Tempo Comum, aponta
uma reflexão sobre o matrimônio, e a importância de uma vida pura, tal como a
das crianças, para alcançar o Reino de Deus.
Homilia
homilia de Dom Dulcênio abordou a importância da união e da
bênção no contexto familiar. A reflexão inicia-se com a narrativa da criação do
homem e da mulher em Gênesis, enfatizando que a intenção divina é que a pessoa
não viva na solidão. A frase "Não é bom que o homem esteja só" nos
comunica o sentido de uma busca pelo companheirismo, essencial para a
realização humana.
“É, pois, com esta ideia dotada de parâmetros de eternidade,
que Deus concede ao homem uma “companheira”, fruto do Seu querer divino que
falou na carência e no sonho de satisfação do homem. Ora, que riqueza este trecho
traz consigo! Vamos particularizá-lo: o homem nunca encontrará em outro ser
senão Deus e no próprio ser humano alguém ou algo que lhe corresponda
profundamente aos anseios: Deus, porque é o seu Criador e tudo o que a
humanidade é vem Dele, da Sua providência; o ser humano, porque, dotado de
razão, possui os mesmos interesses nobres que busca incansavelmente, inclusive
de felicidade, que é passível de ser construída a dois”, disse.
O Pastor Diocesano destacou que a criação da mulher a partir
da costela do homem como um símbolo profundo da complementaridade entre os
gêneros, indicando que ambos compartilham dignidade e propósitos semelhantes. A
união entre homem e mulher, segundo o que pregou, não é apenas um aspecto
físico, mas uma aliança espiritual que reflete o amor divino.
“Deus conduz a mulher ao homem. Aqui, vemos claramente a ação
providencial de Deus como demonstrativo de que o amor entre um homem e uma
mulher predispostos ao Matrimônio é algo abençoado e que aponta para a
correspondência ao amor que se deve ter a Deus, porque, indo ao encontro do ser
que lhe cativou, um coração que ama também se encontra com Deus. O homem ao ver
a sua companheira, semelhante a si e semelhante a Deus (cf. Gn 1,26.27), se
reconhece; reconhece a sua pertença e como estão intimamente unidos: “Desta
vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne”, pregou.
Dom Dulcênio também menciona o impacto do pecado original,
que trouxe dureza ao coração humano e distorceu os planos de Deus para a
família. Ao discutir o divórcio, sublinhou a visão de Cristo sobre o matrimônio
como um sacramento que deve ser respeitado e protegido. O Bispo conclui com a
relação entre o matrimônio e a prole, ressaltando que as crianças são uma
bênção e um reflexo do amor conjugal. Dom Dulcênio provoca os ouvintes a
refletirem sobre suas promessas matrimoniais e a não temerem a paternidade e
maternidade, reafirmando que os filhos são um presente divino.
“O Evangelho de hoje parece ter uma emenda abrupta quando começa a falar de crianças. No entanto, é continuidade mesma do assunto do matrimônio, porque as crianças que nascem do consentimento matrimonial como reflexo de dois corações que se amam e se recebem mutuamente são toques de Deus que os abençoa. E mais: percebam que o Senhor as coloca como modelos para os que anseiam o Reino de Deus. Hoje, as famílias cristãs têm medo da profusão da paternidade e da maternidade. Postulam como culpadas as dificuldades de criação, de educação e sustento de uma prole numerosa”, completou.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Catedral