Festa de São Francisco de Assis é realizada no Convento, no bairro da Conceição, em Campina Grande

Postado em 04/10/24 às 16:059 minutos de leitura83 views


Nesta sexta-feira, 04 de outubro, o Convento Franciscano, situado no bairro da Conceição, em Campina Grande, está em festa em homenagem ao seu grande Padroeiro, o Pobrezinho de Assis. Às 12h, uma missa solene foi presidida pelo Excelentíssimo e Reverendíssimo Bispo Diocesano, Dom Dulcênio Fonte de Matos, e contou com a concelebração do Pároco Frei Wellington e do vigário Frei Carlos Antônio. Também estiveram presentes o Diácono Marco Danillo e os seminaristas. Os fiéis se reuniram em um clima de muito louvor e devoção, participando em bom número na igreja conventual para celebrar essa data tão especial.

Durante a homilia, Dom Dulcênio ressaltou o legado inspirador de São Francisco, que abdicou de suas riquezas para seguir a Cristo na pobreza, fundando uma das mais importantes ordens religiosas da história. Ao pontuar com ênfase a pobreza de São Francisco e a do cristão contemporâneo, o bispo falou da importância de um desapego que vai além das posses materiais, buscando uma vida centrada na confiança em Deus e na prática do amor ao próximo.

Conforme pregou o Bispo de Campina Grande, São Francisco, que nasceu em uma família rica, encontrou sua verdadeira vocação no caminho da pobreza. Sua experiência mística em São Damião, onde recebeu a missão de reconstruir a Igreja, simboliza essa transição de uma vida de abundância para uma de simplicidade e devoção. Para ele, a pobreza não era apenas uma condição social, mas uma virtude que permitia um relacionamento mais profundo com Deus e um testemunho vivo para a comunidade.

“Como sabemos, São Francisco nasceu em 1182 na cidade de Assis (Itália), no seio de uma família abastada. Mas, iniciado o seu processo de conversão, viveu e pregou infatigavelmente a pobreza e o amor de Deus a todos os homens. Os séculos XII e XIII foram um período em que eram grandes o brilho externo e o poder político e social de muitos eclesiásticos. O Senhor, que sempre age na história elevando os humildes (cf. Lc 1,51-52), chamou São Francisco para que a sua vida pobre fosse um fermento novo naquela sociedade que, pelo seu apego aos bens materiais, se afastava cada vez mais de Deus”.

Ainda segundo o bispo, os cristãos de hoje enfrentam um desafio semelhante, mas em um contexto diferente, marcado pelo consumismo e pela superficialidade. A pobreza do cristão comum – seguiu explicando – deve manifestar-se através do desapego, da solidariedade e da disposição para partilhar, mesmo que isso se dê de maneira diferente da experiência franciscana. “A virtude da pobreza, portanto, torna-se uma prática que se adapta à vida cotidiana, onde é necessário equilibrar as necessidades materiais com a busca espiritual”, explicou inicialmente .

O Bispo também convidou-nos a questionar nossa relação com os bens que possuímos e a examinar se, de fato, vivemos com um coração desprendido. É fundamental considerar se estamos prontos para nos desapegar do que nos prende, para nos tornarmos verdadeiros instrumentos de amor e de paz no mundo.

Continuando com a sua pregação, disse o bispo que a pobreza, como ensinou São Francisco, é um caminho de liberdade que nos leva a nos aproximar de Cristo, servindo como um lembrete constante de que, em última análise, nossa verdadeira riqueza reside na fé e na generosidade. Assim, ao olharmos para a vida do Santo de Assis, somos chamados a nos tornar também nós, fermento de transformação, em meio aos desafios do mundo atual.

“A pobreza, muito mais do que uma carência, é, sobretudo, uma virtude crist? que o Senhor pede a todos - religiosos, sacerdotes, mães de família, profissionais, estudantes… -, mas é evidente que os cristãos que estão no meio do mundo devem vivê-la de um modo bem diferente de como a viveu São Francisco e de como a vivem os religiosos que, pela sua vocação, devem dar um testemunho de certo modo público e oficial da sua consagração a Deus. O mesmo acontece com as demais virtudes crist?s - a temperança, a obediência, a humildade, a laboriosidade... -, que, sendo virtudes que devem ser vividas por todos os que querem seguir a Cristo, cada um deve aprender a viver de acordo com a sua vocação”, refletiu.

“O leigo, no mundo cada vez mais materialista, que preza pela descartabilidade das coisas e das pessoas, deve aprender como se aprende um caminho, uma rota que se deseja seguir a compatibilizar "dois aspectos que, à primeira vista, podem parecer contraditórios: pobreza real, que se note e que se toque - feita de coisas concretas, que seja uma profissão de fé em Deus, uma manifestação de que o coração não se satisfaz com coisas criadas, mas aspira ao Criador, desejando saturar-se de amor a Deus e depois dar a todos desse mesmo amor", tal como pregava São Josemaría Escrivá (Questões atuais do cristianismo, n. 110), e, ao mesmo tempo, a sua condição secular, que lhe exige que seja "mais um entre os seus irmãos os homens, de cuja vida participa, com quem se alegra, com quem colabora, amando o mundo e todas as coisas criadas, a fim de resolver os problemas da vida humana e estabelecer o ambiente espiritual e material que facilite o desenvolvimento das pessoas e das comunidades", concluiu.

Por: Ascom
Fotos: Rafael Augusto

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