“O tesouro da fé não deve ser encarcerado na vida do cristão, e sim, distribuído”, disse o Bispo em Missa realizada em Lagoa Seca-PB
No último sábado, 28, Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo
Diocesano de Campina Grande, presidiu Missa na Paróquia de Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro, em Lagoa Seca, onde realizou a Crisma de 270 jovens e adultos
das comunidades rurais. A celebração, que marcou o 26º Domingo do Tempo Comum,
foi realizada no ginásio da Escola Estadual e contou com a presença do Pároco,
Padre Aparecido que concelebrou.
Em sua homilia, Dom Dulcênio destacou a gravidade do pecado e
a necessidade de integridade moral, reafirmando o compromisso da fé com os
valores do Reino de Deus.
A homilia de Dom Dulcênio, proferida durante a Missa e Crisma
em Lagoa Seca, aborda a dualidade entre a riqueza da Palavra de Deus e os
obstáculos que a ação dessa Palavra enfrenta. Inicialmente o Pastor Diocesano
refletiu que a Palavra de Deus é não apenas um texto, mas a própria Pessoa de
Cristo. Essa concepção destaca a centralidade de Jesus como a revelação máxima
de Deus, sugerindo que a riqueza espiritual é acessível a todos que a acolhem e
a praticam.
“A Palavra de Deus, como uma fonte inesgotável, é de
imensurável riqueza, pois, quanto mais a distribuímos, mais a temos em nós.
Aqui, penso no que a Constituição Dogmática Dei Verbum, do Concílio Vaticano
II, já na sua conclusão, nos ensina: “[...] com a leitura e estudo dos livros
sagrados, ‘a palavra de Deus se difunda e resplandeça’ (2Ts 3,1), e o tesouro
da revelação confiado à Igreja encha cada vez mais os corações dos homens. Então,
venerar a Palavra de Deus, que também se manifesta nas Sagradas Escrituras,
leva-nos a querer mergulhar cada vez mais profundamente nelas pela leitura
orante e pelo estudo do que ali contém. Mas, o tesouro da fé não deve ser
encarcerado na vida do cristão, e sim, distribuído”, disse.
Outro ponto também trabalhado na homilia do bispo, foi sobre
o escândalo, capaz de causar um impacto, que pode levar outros a se afastarem
da fé. Dom Dulcênio adverte que o escândalo não apenas prejudica a vida do
cristão, mas também tem consequências dolorosas para a comunidade de fé, pois
gera confusão e desencorajamento.
“Todo escândalo produz choque, prejuízo, dor, porque é
tropeço. Já na Antífona de Entrada de hoje, temos as consequências do escândalo
em nossa vida, pessoalmente falando: “porque pecamos contra vós e não
obedecemos a vossos mandamentos” (Dn 3,29). Todo escândalo gera o pecado; todo
escândalo esgota forçadamente a Palavra, interrompe-nos neste processo cada vez
maior de “cristificação” de nós mesmos, iniciado quando do nosso Batismo, o
fato de “ouvir sua Palavra e professar a fé para louvor e glória de Deus Pai”
(Rito complementar opcional do Éfeta”). E se o escândalo produz o pecado em
nós, a nossa separação da graça, pode levar os que não estão devidamente firmados
na Palavra para uma cisão do Senhor, provocada pelo nosso contra-testemunho”,
exortou.
O Prelado também destacou a responsabilidade pessoal de cada
cristão em viver a Palavra. Pecar, mesmo que em pequenos atos, é visto como um
escândalo que pode impactar outros. O apelo à auto-reflexão é forte,
encorajando a congregação a considerar como suas ações podem afetar a fé dos
outros.
Embora reconheça a inevitabilidade do escândalo, Dom Dulcênio
exortou os fiéis a permanecerem vigilantes e comprometidos com o anúncio do
Evangelho. O reconhecimento de que Deus é justo traz esperança de recompensa
para aqueles que buscam viver autenticamente a mensagem de Cristo.
“Os que os provocam não ficarão ilesos do castigo pelo mal
que cometeram. Lembremo-nos: Deus é justo! Se Ele promete feliz recompensa aos
que coadjuvam o anúncio da mensagem do Evangelho, o que não fará com quem a
atrapalha? E se porventura alguém me perguntar: “Quando é que eu atrapalho o
anúncio do Evangelho?”. A resposta é simples: basta que eu peque,
independentemente, se for de natureza grave ou venial, um e outro é escândalo, é
pedra de tropeço. Reflitamos!”, concluiu.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial de Lagoa Seca