“O tesouro da fé não deve ser encarcerado na vida do cristão, e sim, distribuído”, disse o Bispo em Missa realizada em Lagoa Seca-PB

Atualizado em 28/09/24 às 22:595 minutos de leitura62 views


No último sábado, 28, Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo Diocesano de Campina Grande, presidiu Missa na Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Lagoa Seca, onde realizou a Crisma de 270 jovens e adultos das comunidades rurais. A celebração, que marcou o 26º Domingo do Tempo Comum, foi realizada no ginásio da Escola Estadual e contou com a presença do Pároco, Padre Aparecido que concelebrou.

Em sua homilia, Dom Dulcênio destacou a gravidade do pecado e a necessidade de integridade moral, reafirmando o compromisso da fé com os valores do Reino de Deus.

A homilia de Dom Dulcênio, proferida durante a Missa e Crisma em Lagoa Seca, aborda a dualidade entre a riqueza da Palavra de Deus e os obstáculos que a ação dessa Palavra enfrenta. Inicialmente o Pastor Diocesano refletiu que a Palavra de Deus é não apenas um texto, mas a própria Pessoa de Cristo. Essa concepção destaca a centralidade de Jesus como a revelação máxima de Deus, sugerindo que a riqueza espiritual é acessível a todos que a acolhem e a praticam.

“A Palavra de Deus, como uma fonte inesgotável, é de imensurável riqueza, pois, quanto mais a distribuímos, mais a temos em nós. Aqui, penso no que a Constituição Dogmática Dei Verbum, do Concílio Vaticano II, já na sua conclusão, nos ensina: “[...] com a leitura e estudo dos livros sagrados, ‘a palavra de Deus se difunda e resplandeça’ (2Ts 3,1), e o tesouro da revelação confiado à Igreja encha cada vez mais os corações dos homens. Então, venerar a Palavra de Deus, que também se manifesta nas Sagradas Escrituras, leva-nos a querer mergulhar cada vez mais profundamente nelas pela leitura orante e pelo estudo do que ali contém. Mas, o tesouro da fé não deve ser encarcerado na vida do cristão, e sim, distribuído”, disse.

Outro ponto também trabalhado na homilia do bispo, foi sobre o escândalo, capaz de causar um impacto, que pode levar outros a se afastarem da fé. Dom Dulcênio adverte que o escândalo não apenas prejudica a vida do cristão, mas também tem consequências dolorosas para a comunidade de fé, pois gera confusão e desencorajamento.

“Todo escândalo produz choque, prejuízo, dor, porque é tropeço. Já na Antífona de Entrada de hoje, temos as consequências do escândalo em nossa vida, pessoalmente falando: “porque pecamos contra vós e não obedecemos a vossos mandamentos” (Dn 3,29). Todo escândalo gera o pecado; todo escândalo esgota forçadamente a Palavra, interrompe-nos neste processo cada vez maior de “cristificação” de nós mesmos, iniciado quando do nosso Batismo, o fato de “ouvir sua Palavra e professar a fé para louvor e glória de Deus Pai” (Rito complementar opcional do Éfeta”). E se o escândalo produz o pecado em nós, a nossa separação da graça, pode levar os que não estão devidamente firmados na Palavra para uma cisão do Senhor, provocada pelo nosso contra-testemunho”, exortou.

O Prelado também destacou a responsabilidade pessoal de cada cristão em viver a Palavra. Pecar, mesmo que em pequenos atos, é visto como um escândalo que pode impactar outros. O apelo à auto-reflexão é forte, encorajando a congregação a considerar como suas ações podem afetar a fé dos outros.

Embora reconheça a inevitabilidade do escândalo, Dom Dulcênio exortou os fiéis a permanecerem vigilantes e comprometidos com o anúncio do Evangelho. O reconhecimento de que Deus é justo traz esperança de recompensa para aqueles que buscam viver autenticamente a mensagem de Cristo.

“Os que os provocam não ficarão ilesos do castigo pelo mal que cometeram. Lembremo-nos: Deus é justo! Se Ele promete feliz recompensa aos que coadjuvam o anúncio da mensagem do Evangelho, o que não fará com quem a atrapalha? E se porventura alguém me perguntar: “Quando é que eu atrapalho o anúncio do Evangelho?”. A resposta é simples: basta que eu peque, independentemente, se for de natureza grave ou venial, um e outro é escândalo, é pedra de tropeço. Reflitamos!”, concluiu.

Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial de Lagoa Seca

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