Bispo celebra Missa no Mosteiro das Clarissas e Preside Missa e Crisma na Paróquia de Massaranduba-PB

Postado em 30/09/24 às 01:1114 minutos de leitura101 views


Neste domingo, 29, o Bispo de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, presidiu uma Missa solene no Mosteiro das Clarissas, situado na região central de Campina. A celebração marcou os votos perpétuos de duas irmãs que se consagraram a Deus por meio da vocação religiosa.

A Profissão Solene dos Votos Perpétuos na Ordem de Santa Clara foram das Irmãs Maria Helena da Sagrada Paixão e Maria Faustina do Coração Misericordioso de Jesus; a comunidade acompanhou com emoção este momento de muita fé.

A Missa presidida pelo bispo, foi concelebrada pelo Padre Douglas, sacerdotes da comunidade franciscana, presente também o diácono Gleydson e os seminaristas. 

Na homilia, Dom Dulcênio enfatizou que o amor verdadeiro transcende o simples afeto e se fundamenta na escolha e na entrega. O livro do Cântico dos Cânticos, trazido na reflexão, é apresentado como uma celebração da paixão que, ao contrário dos cantos de amor comuns, promove um diálogo íntimo, simbolizando a relação entre Deus e a humanidade.

“O Cântico dos Cânticos é fundamentalmente um canto de amor, de paixão, mas, não um amor efêmero: fala-se de um noivo e de uma noiva. E a característica que talvez torne o amor tão sublime é justamente porque se trata de um amor de eleição, de escolha, um amor que como diz o Cântico é “forte como a morte”. O amor situa-se no âmbito do estático; do sublime; do divino. Isto é, o amor do Cântico dos Cânticos não é somente de paixão ou de aprazimento, mas, é feito de relação e de distância; de proximidade e de afastamento; de palavras e de silêncios; de vida e de morte”, disse.

Dom Dulcênio também utilizou a imagem do fogo para ilustrar a intensidade desse amor, que é capaz de resistir a qualquer desafio: “Alguém aqui já presenciou o crepitar do fogo numa madeira? Já perceberam as pequenas fagulhas de fogo subirem, vagarosamente; e no fundo da cena, as labaredas e um crepitar... um estalado que sussurra aos nossos ouvidos, lento e serenamente...? Esta é a posição final do fogo de amor que, já incendiado e totalmente queimado, serenamente se esvai no tempo. Esse é o movimento do amor. A chama divina é tão inexplicável – e hoje, de modo particular me portando às Damas que se entregarão definitivamente ao Esposo – que nos interpela com o pedido inusitado da amada: “Grava-me como selo! Imprima caráter em mim!” Isso é forte”, refletiu.

Além disso, o Prelado também refletiu que a vocação das irmãs é vista como um reflexo do amor divino, onde os votos de pobreza, obediência e castidade se tornam caminhos para uma vida plena em Cristo. Ao convida-las para a meditação, ressaltou que, ao olhar para Jesus, elas se transformam e se configuram com Ele. Essa transformação é apresentada como essencial para viver a radicalidade do amor, que deve ser continuamente nutrido e vivido no cotidiano.

Por fim, O Senhor Bispo reforçou que o amor não pode ser comercializado; e pediu que as Irmãs mirem sempre o Cristo, o espelho, o modelo perfeito a ser seguido. A entrega total a Deus é descrita como a verdadeira felicidade, ressaltando a ideia de que, ao abrir mão do mundo, elas ganham a alma.

"Não esqueçam da Teologia Espiritual do Espelho, que Clara deixou para vocês: lembrem-se que, somente no reflexo do crucifixo, está toda beleza e toda dimensão espiritual e de amor que devem seguir. A contemplação para Santa Clara é um processo de transformação; é olhar para Jesus (o espelho) e transformar a própria imagem, para ficar cada vez mais parecido com Ele. Por isso, olhem-No sempre!", findou.

Missa e Crisma nas Festividades de Santa Teresinha, em Massaranduba-PB

À noite, Dom Dulcênio esteve na Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus, em Massaranduba-PB, onde presidiu Missa e Crisma dentro das festividades alusivas à Padroeira. O Pastor Diocesano foi acolhido pelo Pároco, Padre Antoniel Batista, bem como pelo Diácono Gleydson Lopes, além da Comunidade paroquial que marcou presença em grande número.

Durante a Missa, Dom Dulcênio crismou 145 jovens e adultos, um momento significativo que representa a confirmação do Batismo por meio da unção crismal, fortalecendo a vida espiritual dessas pessoas.

Na homilia de Dom Dulcênio, a mensagem central girou em torno da vocação de cada cristão como testemunha do Senhor. O bispo ressaltou que nossa existência foi criada por Deus para ser um cântico de louvor, ecoando o Salmo 150: "Todo ser que respira louve ao Senhor". Assim, o bispo disse que aqueles que receberam os sacramentos do Batismo e da Confirmação, tem por missão louvarem e anunciarem a Boa Nova da salvação, tais como os profetas.

Dom Dulcênio, lembrou que Moisés expressou sua preocupação com a necessidade de líderes espirituais entre o povo de Israel durante sua travessia no deserto. Conforme disse, Moisés desejou que todo o povo fosse profeta, um desejo que se concretiza na entrega do Espírito Santo à Igreja, permitindo que os cristãos se tornem vozes de Deus no mundo. Assim, o bispo convidou todos a viverem como profetas, especialmente em tempos em que a moral do evangelho se apresenta como um desafio.

“E sendo profeta, hajamos como tal nas diversas ocasiões de nosso cotidiano, caso contrário, compactuaremos com o pecado em seus mais variados âmbitos e circunstâncias, inclusive na vida civil. Por isso, é que Jesus radicalmente pede que nós no profetismo que o seu Espírito nos impele, optemos pela moral que brota do evangelho, o que pode ser escândalo de uma vida desconexa com o plano de santidade que Deus tem para nós e que pode ser empecilho para que os débeis na fé optem em trilhar o caminho que a palavra de Deus, por meio de nossa atitude profética, lhes propõe”, pregou.

Ser profeta, segundo Dom Dulcênio, não é um privilégio reservado a alguns; trata-se de um compromisso que expõe cada cristão. Ele destaca que a verdadeira ação profética requer coragem e a disposição de se arriscar, assim como Jesus se arriscou ao deixar as 99 ovelhas para buscar a perdida. Esta atitude se alinha com a visão do Papa Francisco sobre uma "Igreja em saída", que deve se lançar ao mundo, mesmo diante das dificuldades.

“Ser profeta com ação de Cristão, não é pertencer a uma reservada casta, não se trata disso, é um compromisso exigente que nos expõe e nos sujeita. O Senhor se arrisca e quer que nos arrisquemos, para que todos o conheçam, o amem, tal como o Pastor que deixou as 99 ovelhas no redil, sujeitando-se para salvar a única que se perdeu”, refletiu.

Ao dirigir-se aos crismandos, enfatizando que a Crisma não é apenas uma formalidade, mas uma missão. Dom Dulcênio pediu que todos se tornem sinais de Cristo no mundo, buscando fazer a vontade de Deus, como Santa Teresinha fez. Concluiu exortando os jovens a serem luz para o mundo, defendendo a fé com firmeza e clareza, e a não se deixarem levar por opiniões instáveis.

Por: Ascom
Fotos: Pascom Diocesana (Matheus e Ryan) e Pascom Paroquial de Massaranduba

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