Bispo celebra Missa no Mosteiro das Clarissas e Preside Missa e Crisma na Paróquia de Massaranduba-PB
Neste domingo, 29, o Bispo de Campina Grande, Dom Dulcênio
Fontes de Matos, presidiu uma Missa solene no Mosteiro das Clarissas, situado
na região central de Campina. A celebração marcou os votos perpétuos de duas
irmãs que se consagraram a Deus por meio da vocação religiosa.
A Profissão Solene dos Votos Perpétuos na Ordem de Santa Clara foram das Irmãs Maria Helena da Sagrada Paixão e Maria Faustina do Coração Misericordioso de Jesus; a comunidade acompanhou com emoção este momento de muita fé.
Na homilia, Dom Dulcênio enfatizou que o amor verdadeiro
transcende o simples afeto e se fundamenta na escolha e na entrega. O livro do
Cântico dos Cânticos, trazido na reflexão, é apresentado como uma celebração da
paixão que, ao contrário dos cantos de amor comuns, promove um diálogo íntimo,
simbolizando a relação entre Deus e a humanidade.
“O Cântico dos Cânticos é fundamentalmente um canto de amor,
de paixão, mas, não um amor efêmero: fala-se de um noivo e de uma noiva. E a
característica que talvez torne o amor tão sublime é justamente porque se trata
de um amor de eleição, de escolha, um amor que como diz o Cântico é “forte como
a morte”. O amor situa-se no âmbito do estático; do sublime; do divino. Isto é,
o amor do Cântico dos Cânticos não é somente de paixão ou de aprazimento, mas,
é feito de relação e de distância; de proximidade e de afastamento; de palavras
e de silêncios; de vida e de morte”, disse.
Dom Dulcênio também utilizou a imagem do fogo para ilustrar a
intensidade desse amor, que é capaz de resistir a qualquer desafio: “Alguém
aqui já presenciou o crepitar do fogo numa madeira? Já perceberam as pequenas
fagulhas de fogo subirem, vagarosamente; e no fundo da cena, as labaredas e um
crepitar... um estalado que sussurra aos nossos ouvidos, lento e
serenamente...? Esta é a posição final do fogo de amor que, já incendiado e
totalmente queimado, serenamente se esvai no tempo. Esse é o movimento do amor.
A chama divina é tão inexplicável – e hoje, de modo particular me portando às
Damas que se entregarão definitivamente ao Esposo – que nos interpela com o
pedido inusitado da amada: “Grava-me como selo! Imprima caráter em mim!” Isso é
forte”, refletiu.
Além disso, o Prelado também refletiu que a vocação das irmãs
é vista como um reflexo do amor divino, onde os votos de pobreza, obediência e
castidade se tornam caminhos para uma vida plena em Cristo. Ao convida-las para
a meditação, ressaltou que, ao olhar para Jesus, elas se transformam e se
configuram com Ele. Essa transformação é apresentada como essencial para viver
a radicalidade do amor, que deve ser continuamente nutrido e vivido no
cotidiano.
Por fim, O Senhor Bispo reforçou que o amor não pode ser comercializado;
e pediu que as Irmãs mirem sempre o Cristo, o espelho, o modelo perfeito a ser
seguido. A entrega total a Deus é descrita como a verdadeira felicidade,
ressaltando a ideia de que, ao abrir mão do mundo, elas ganham a alma.
"Não esqueçam da Teologia Espiritual do Espelho, que
Clara deixou para vocês: lembrem-se que, somente no reflexo do crucifixo, está
toda beleza e toda dimensão espiritual e de amor que devem seguir. A
contemplação para Santa Clara é um processo de transformação; é olhar para Jesus
(o espelho) e transformar a própria imagem, para ficar cada vez mais parecido
com Ele. Por isso, olhem-No sempre!", findou.
Missa e Crisma nas Festividades de Santa Teresinha, em
Massaranduba-PB
À noite, Dom Dulcênio esteve na Paróquia de Santa Teresinha
do Menino Jesus, em Massaranduba-PB, onde presidiu Missa e Crisma dentro das
festividades alusivas à Padroeira. O Pastor Diocesano foi acolhido pelo Pároco,
Padre Antoniel Batista, bem como pelo Diácono Gleydson Lopes, além da
Comunidade paroquial que marcou presença em grande número.
Durante a Missa, Dom Dulcênio crismou 145 jovens e adultos,
um momento significativo que representa a confirmação do Batismo por meio da
unção crismal, fortalecendo a vida espiritual dessas pessoas.
Na homilia de Dom Dulcênio, a mensagem central girou em torno
da vocação de cada cristão como testemunha do Senhor. O bispo ressaltou que
nossa existência foi criada por Deus para ser um cântico de louvor, ecoando o
Salmo 150: "Todo ser que respira louve ao Senhor". Assim, o bispo
disse que aqueles que receberam os sacramentos do Batismo e da Confirmação, tem
por missão louvarem e anunciarem a Boa Nova da salvação, tais como os profetas.
Dom Dulcênio, lembrou que Moisés expressou sua preocupação
com a necessidade de líderes espirituais entre o povo de Israel durante sua travessia
no deserto. Conforme disse, Moisés desejou que todo o povo fosse profeta, um
desejo que se concretiza na entrega do Espírito Santo à Igreja, permitindo que
os cristãos se tornem vozes de Deus no mundo. Assim, o bispo convidou todos a
viverem como profetas, especialmente em tempos em que a moral do evangelho se
apresenta como um desafio.
“E sendo profeta, hajamos como tal nas diversas ocasiões de
nosso cotidiano, caso contrário, compactuaremos com o pecado em seus mais
variados âmbitos e circunstâncias, inclusive na vida civil. Por isso, é que
Jesus radicalmente pede que nós no profetismo que o seu Espírito nos impele, optemos
pela moral que brota do evangelho, o que pode ser escândalo de uma vida
desconexa com o plano de santidade que Deus tem para nós e que pode ser
empecilho para que os débeis na fé optem em trilhar o caminho que a palavra de
Deus, por meio de nossa atitude profética, lhes propõe”, pregou.
Ser profeta, segundo Dom Dulcênio, não é um privilégio
reservado a alguns; trata-se de um compromisso que expõe cada cristão. Ele destaca
que a verdadeira ação profética requer coragem e a disposição de se arriscar,
assim como Jesus se arriscou ao deixar as 99 ovelhas para buscar a perdida.
Esta atitude se alinha com a visão do Papa Francisco sobre uma "Igreja em
saída", que deve se lançar ao mundo, mesmo diante das dificuldades.
“Ser profeta com ação de Cristão, não é pertencer a uma
reservada casta, não se trata disso, é um compromisso exigente que nos expõe e
nos sujeita. O Senhor se arrisca e quer que nos arrisquemos, para que todos o conheçam,
o amem, tal como o Pastor que deixou as 99 ovelhas no redil, sujeitando-se para
salvar a única que se perdeu”, refletiu.
Ao dirigir-se aos crismandos, enfatizando que a Crisma não é
apenas uma formalidade, mas uma missão. Dom Dulcênio pediu que todos se tornem sinais
de Cristo no mundo, buscando fazer a vontade de Deus, como Santa Teresinha fez.
Concluiu exortando os jovens a serem luz para o mundo, defendendo a fé com
firmeza e clareza, e a não se deixarem levar por opiniões instáveis.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Diocesana (Matheus e Ryan) e Pascom Paroquial de Massaranduba