Chega ao Fim a Visita Pastoral Canônica do Bispo à Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro da Catingueira
Entre os dias 18 e 22 de setembro, a Paróquia de Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro, localizada no bairro da Catingueira, recebeu a
visita do Bispo Diocesano, Dom Dulcênio Fontes de Matos. Durante sua estadia, o
Bispo confirmou o povo de Deus na fé e se integrou à realidade paroquial e
comunitária, visitando famílias, escolas e creches, além de reunir-se com
diversos grupos da paróquia.
No último dia da visita, Dom Dulcênio presidiu a Santa Missa
dominical na Matriz, pela manhã, refletindo sobre as leituras do 25º Domingo do
Tempo Comum. A missa contou com a concelebração do Pároco, Padre Rogério, e a
assistência do diácono Adriel Falcão, além dos seminaristas e uma grande
participação da comunidade. Após a celebração, o Bispo ofereceu atendimentos
individuais, incluindo direções espirituais e confissões.
Nesta Missa sobre a complexa relação entre a pequenez e a
opulência, à luz do ensinamento de Jesus. Destacou também, a falta de
compreensão dos discípulos diante da predição da paixão de Cristo, enfatizando
que, em vez de absorver a profundidade da mensagem, eles se distraiam com
rivalidades sobre poder e grandeza.
À tarde, Dom Dulcênio visitou a Comunidade Virgem dos Pobres,
no bairro das Cidades, onde se reuniu com os jovens e falou sobre a importância
de ser luz em um mundo que precisa conhecer o amor de Cristo. Ele incentivou os
jovens a se manterem firmes na evangelização. O Diácono Adriel falou sobre sua
história de vocação e discorreu da importância de ser santo sem deixar de ser
jovem.
O encerramento da Visita Pastoral Canônica ocorreu às 17h,
com uma Santa Missa na Comunidade Virgem dos Pobres, onde foram feitas
homenagens e agradecimentos pela acolhida.
A homilia de
Dom Dulcênio na Missa que marcou o encerramento da Visita Pastoral Canônica, trouxe
por tema ‘Soberba: o risco de ser cheio de si’; nesse intento o bispo advertiu
que somos desafiados a repensar nossas atitudes e a buscar um viver mais
alinhado com os ensinamentos de Cristo, que nos convida a ser servos uns dos
outros encontrando a grandeza na simplicidade.
Dom Dulcênio começa identificando o amor próprio exacerbado
como uma barreira para aqueles que desejam seguir a Cristo. Essa ideia de que o
amor próprio pode se transformar em soberba nos leva a considerar como a
autoconfiança excessiva pode desviar as pessoas da verdadeira mensagem
evangélica.
“O exacerbado amor próprio é um vilão para aquele que deseja
seguir o caminho de Jesus. O amor próprio gera, dentre tantos malefícios, a
soberba, tendo por mãe igualmente vil a vaidade. Voltemos o nosso olhar para o
risco da soberba para analisá-la ainda mais, pois, com ela, vêm ao coração
humano a cobiça, a inveja e inimizades com violências, tal como nos alude São
Tiago na Segunda Leitura (Tg 3,16-4,3). Estes ímpetos, infelizmente, enquanto
tentação, sempre visitaram o coração de muitos fiéis, inclusive de pastores da
Santa Igreja. Aqui, penso no carreirismo e na concorrência cada vez mais
atiçada pelo mundo para a vida dos cristãos, que toca a deslealdade e a
insensibilidade nas relações interpessoais”, pregou.
Adiante mirou o Cristo, e enfatizou que apesar de sua
divindade, Jesus escolheu o caminho do serviço e da obediência ao Pai, mesmo
diante do sofrimento. Este exemplo é central para a mensagem cristã: a
verdadeira grandeza se encontra na humildade e no serviço aos outros.
“E sendo exemplar, o Cristo, diante das intrigas dos
discípulos pelos maiores postos, pede-nos, hoje e sempre, que sejamos servos,
que sejamos últimos, porque este é caminho de primazia no Reino dos eleitos:
“Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve
a todos” (Mc 9,35). Isto de querer sermos os últimos – e, portanto, buscarmos a
humildade – foi entendido pelos santos. E hoje, de maneira especial, penso em
como Santa Terezinha do Menino Jesus o entendeu, ensinando-nos na máxima:
“Ocupemos o último lugar. Ninguém brigará convosco por causa dele”. Aquele se
faz humilde reconhece o Senhor como amparo e sustento de sua vida (cf. Sl
53,6), abandonando-se Nele.
Por fim, Dom Dulcênio convidou a olhar para dentro de nós
mesmos e a abraçar a humildade, reconhecendo que a verdadeira grandeza se
encontra em servir. O convite para imitar o Coração de Jesus nos lembra que a
graça de Deus está disponível a todos, bastando acolhê-la.
“Recordemo-nos de que o pecado entrou no mundo pela soberba
de nossos primeiros pais (cf. Gn 3,4), que os levou à mentira, e que, por causa
dela, Lúcifer e seus comparsas se rebelaram contra Deus. Por isso, queiramos
copiar o Coração de Jesus, manso e humilde. Esta graça Ele no-la oferece,
resta-nos acolhê-la e inseri-la no nosso coração”, findou.
Sobre a Visita Pastoral
A Visita Pastoral Canônica é uma prática oficial do Bispo
Diocesano, prevista pelo Código de Direito Canônico (396-398), destinada a
avaliar a realidade pastoral de uma paróquia e fortalecer a fé do povo. Desde
os primórdios do cristianismo, os bispos têm visitado as comunidades com o
objetivo de catequiza-las.
Sobre a Paróquia
A Comunidade de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi fundada
em 1983 e, ao longo de seus 41 anos, tem desempenhado um papel fundamental na
localidade. Inicialmente parte da Paróquia das Graças, a comunidade foi
administrada pelos Conêgos Lateranenses e, em 2017, tornou-se Área Pastoral sob
a administração de padres diocesanos. Em 27 de junho de 2019, Dom Dulcênio
elevou a comunidade à condição de paróquia.
Atualmente, a paróquia é composta por cinco comunidades: a
Matriz na Catingueira, a Comunidade Santo Antônio no Catolé de Zé Ferreira, a
Comunidade N. Sra. Virgem dos Pobres no Bairro das Cidades, e a Comunidade
Santa Luzia, em construção no Conjunto Habitacional Acácio Figueiredo. Com a
construção do Conjunto Altos de Campina, foi doado um terreno para a Capela de
São José.
Com sede na Catingueira, a paróquia abrange diversos bairros
e conjuntos habitacionais, atendendo a uma população estimada em 50 mil
habitantes.
Por: Ascom, com apoio do Diácono Adriel e da Pascom Paroquial
Fotos: Diác. Adriel e Pascom Paroquial
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