Penúltimo dia da Visita Pastoral Canônica é marcado por encontros e Santa Missa
A Visita Pastoral Canônica à Paróquia do Bairro da
Catingueira segue em um clima de tranquilidade, união e bênçãos. Neste sábado,
21, o bispo se reuniu com representantes da Cáritas, Pastoral da Criança,
Pastoral da Pessoa Idosa e membros do Sopão Solidário. Durante esses encontros,
Dom Dulcênio expressou seu agradecimento pelo empenho de cada grupo, encorajando-os
a continuar sua missão de apresentar e vivenciar Cristo por meio da caridade,
ao final foi servido um café comunitário para todos.
À tarde, Dom Dulcênio teve um importante diálogo com o
Conselho Paroquial Pastoral, onde ofereceu orientações sobre a vida da paróquia;
sua orientação foi em torno do empenho que todos precisam ter com as comunidades
em geral, unirem esforços para construírem e zelarem as capelas.
Estiveram presentes também, membros da Pastoral do Dízimo e
animadores da Obra das Vocações Sacerdotais (OVS). O bispo enfatizou a
relevância da ajuda material e espiritual à OVS, agradecendo o trabalho
realizado e destacando que a dimensão missionária da igreja depende da
generosidade de muitos.
Durante sua fala, Dom Dulcênio lembrou os objetivos
principais da OVS e a importância de comunicá-los ao povo de Deus, além de
ressaltar os investimentos feitos a partir das colaborações recebidas. Ele
concluiu sua fala com um agradecimento e um apelo por mais força e
perseverança.
À noite, o bispo presidiu a Santa Missa na Comunidade de
Santo Antônio, em Catolé de Zé Ferreira e junto à esta comunidade, rendeu graças a Deus pelo aniversário natalício do Padre Rogério, o Pároco, que concelebrou com o bispo; presente na assistência litúrgica, os diáconos Paulo e Adriel. Na homilia, o bispo pregou sobre a dicotomia entre
pequenez e opulência no contexto do ensinamento de Jesus. Ao relembrar a
predição da paixão, morte e ressurreição de Cristo, o bispo destacou a falta de
entendimento dos discípulos, que, em vez de absorver a profundidade da
mensagem, se distraem com disputas de poder e grandeza.
“No que pensavam os discípulos enquanto Jesus lhes dava tão
grave ensinamento? Como estavam a aproveitar aquela profundíssima e magnânima
aula? Estavam os discípulos a fazer justiça à sua condição de aprendizes do
Divino Mestre? Claro que não, porque estavam, na rivalidade, a discutir sobre
quem dentre eles seria o maior, o mais opulente”, refletiu.
Ao aprofundar a sua reflexão, o Prelado lembrou que a
rivalidade entre os apóstolos revela um aspecto humano que todos podemos
reconhecer: a tendência de buscar status e reconhecimento, muitas vezes em
detrimento do verdadeiro ensinamento de Jesus sobre a humildade e o serviço. A
referência a São Tiago, que mais tarde reconhece as desordens geradas pela
inveja, sublinha a importância da humildade como um caminho para a verdadeira
comunhão e paz na comunidade de fé.
Dom Dulcênio convidou a refletir sobre a origem da
rivalidade, apontando que ela surge da vaidade e do orgulho. O chamado de Jesus
para acolher as crianças simboliza a simplicidade e a pureza necessárias para
viver a fé. A exortação de Jesus para que quem deseja ser grande se torne servo
ressoa profundamente na mensagem cristã: a verdadeira grandeza se encontra na
disposição de servir aos outros.
“De onde vêm a inveja e a rivalidade? Com certeza, da nossa
vaidade, da soberba, da arrogância e prepotência… enfim, das filhas do orgulho
que, tantas vezes, o homem nutre no seu coração. Saibamos sempre que Jesus
chamou discípulos, para aprenderem o caminho da santidade, e não santos já
prontos. Isto lembro para que nos aventuremos a aprender de Cristo o caminho da
inocência, da pequenez, da humildade e da servidão a Deus e aos irmãos, tal
como o Senhor nos aponta quando, chamando uma criança para o meio daqueles que
encrencavam por status meramente humanos, dizia-lhes: “Quem acolher em meu nome
uma destas crianças é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher está
acolhendo não a mim, mas àquele que me enviou” (Mc 9,37)”, refletiu.
Dom Dulcênio enfatizou também que, apesar das dificuldades e
da marginalização que a mensagem cristã pode enfrentar, ela é, em essência, um
convite esperançoso para amar ao próximo. Assim, somos chamados a uma vida de
sacrifício e desapego, que é a verdadeira fonte de alento para aqueles que
buscam viver a fé de maneira autêntica.
“A lógica do cristianismo contrasta-se – e muito – com a do
mundo. O que ensinam por aí a fora é o diferente da escola de Jesus: busca-se
um sucesso para esta vida, com os seus atrativos e interesses; esquece-se de
não fomos criados para esta realidade terrena, onde tudo é passageiro e banal,
pois apenas passamos por ela. Por isso é que o cristianismo é odiado e
marginalizado com a sua linguagem de renúncia, de desapego e de sacrifício. Por
isso ainda é que os “deformadores de opinião” põe a doutrina cristã como
ultrapassada ou falida. Por isso, enfim, que o cristianismo, em Cristo Jesus, é
indefectível, dando alento verdadeiro – porque verdadeiro é o que prega – ao
coração de quem busca vivê-lo autenticamente”, findou.
Por: Ascom, com apoio do Diácono Adriel e da Pascom Paroquial
Fotos: Diác. Adriel e Pascom Paroquial