Na noite de quinta-feira, 12 de setembro, a Diocese de Campina Grande viveu um momento histórico, especialmente para seu Bispo, Dom Dulcênio Fontes de Matos, que foi agraciado com os títulos de Cidadão Paraibano e Cidadão Campinense. A Sessão Solene conjunta da Assembleia Legislativa da Paraíba e da Câmara Municipal de Campina Grande ocorreu no auditório do Seminário Diocesano, no bairro Alto Branco.

O Título de Cidadão Paraibano foi concedido por meio de uma proposta do Deputado Tovar Correia Lima e é destinado a pessoas que, embora não sejam naturais da Paraíba, prestam serviços relevantes para a comunidade local. Por sua vez, o Título de Cidadão Campinense, proposto pelo Vereador Márcio Melo, é conferido a indivíduos que demonstram amor pela cidade e que contribuíram significativamente para a comunidade campinense.

Estiveram presentes padres, diáconos, representantes das paróquias, autoridades civis, presente também o Bispo de Caruaru, Dom José Ruy, demais segmentos da sociedade campinense, e os familiares de Dom Dulcênio que vieram de Sergipe prestigiar esse momento especial.

Sobre a Sessão

Conduzida pelo Presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, e pelo Presidente da Câmara Municipal de Campina Grande, Marinaldo Cardoso. A cerimônia contou com discursos de diversas autoridades e a concessão de títulos e honrarias ao homenageado.

Além dos presidentes Adriano Galdino e Marinaldo Cardoso, usaram da palavra os propositores das homenagens: Marcio Melo, Vereador de Campina Grande; Tovar Correia, Deputado Estadual; o Vereador Pimentel Filho, o Prefeito Bruno Cunha Lima, o Vice-Governador Lucas Ribeiro e o Vigário Geral da Diocese, Padre Luciano Guedes, também subiram à tribuna para ressaltar a importância das honrarias conferidas a Dom Dulcênio. Os discursos destacaram a significativa contribuição de Dom Dulcênio para a comunidade e a importância das homenagens como forma de reconhecimento pelo seu trabalho e dedicação.

Alocução de Dom Dulcênio

A alocução de Dom Dulcênio na cerimônia de recepção dos títulos de cidadania Paraibana e Campinense disse respeito a sua profunda ligação com a região e seu papel como pastor e líder espiritual. Em sua fala, o bispo fez referências bíblicas, bem como reflexões pessoais, evidenciando um sentimento de gratidão, humildade e compromisso com a fé e a comunidade que o acolhe.

Em seguida, o Bispo faz uma conexão entre sua própria chegada à Paraíba e a recepção calorosa que Jesus recebeu dos galileus, conforme descrito no Evangelho segundo São João. Ele compartilha sua experiência pessoal desde que chegou à Campina Grande, destacando seu sentimento de pertencimento e acolhimento por parte da comunidade local. Dom Dulcênio rememora o início de seu ministério na cidade, enfatizando a importância da acolhida e o desejo de se tornar um verdadeiro amigo, irmão e pai para os habitantes de Campina Grande e da Paraíba.

“Recordo-me, como hoje, do dia em que aportei na Cidade Solum inter plurima - "Única entre muitos” - como se alcunha em seu brasão de armas. Com muito temor e tremor (cf. Fl 2,12), assumia a Cátedra e empunhava o Báculo Pastoral desta Igreja particular, por onde passaram zelosos pastores, dentre os quais o Dom Frei Anselmo Pietrulla - franciscano polonês, que passou no meu amado Sergipe alguns anos -, primeiro Bispo de Campina Grande, e Dom Otávio Barbosa Aguiar - de quem tenho a dita de ser um dos seus sucessores pela segunda vez, em Palmeira dos Índios (sua última diocese, que foi a minha primeira, e aqui, sua primeira diocese, que espero ser a minha última). Assim, fui percebendo como a minha vida, sempre conduzida por Deus, se emaranha, desde há muito antes da minha chegada, com a Paraíba, com Campina Grande”, disse.

“Naquele dois de dezembro de dois mil e dezessete, ouvindo grandes votos de “seja bem-vindo!”, esculpidos no trecho bíblico “Bendito o que vem em nome do Senhor!” (cf. Sl 118,26), tinha em mim um misto de sentimentos que iam da apreensão à alegria do nosso povo, do meu rebanho. Naquele dia, quiçá em desabafo feliz, dizia aos meus diocesanos e a todos os paraibanos: “Sabei, Campina Grande, a Paraíba não recebe apenas um novo Bispo. Desejo que recebais um amigo, um irmão, um pai”. E é isto que me esforço para ser com a caridade de Cristo, de Quem fui constituído mensageiro. Como eu sinto, nas minhas andanças Paraíba a fora, que já sou íntimo deste povo bom, ordeiro e trabalhador, nobre de coração, piedoso, temente a Deus, dentre outros predicativos que lhes rendo, caros concidadãos!”, destacou.

O discurso também inclui uma exortação para que a comunidade continue a crescer na fé e nos valores morais. Dom Dulcênio destaca a importância da fé como um fundamento para a esperança, o amor, a justiça e a paz. Ele faz um apelo para que todos, desde os governantes até os cidadãos comuns, mantenham a fé em alta e a cultivem como um meio de promover a justiça, a ordem e a paz.

“Porém, nesta noite memorável para mim, além das palavras de satisfação que me vem neste discurso, outras se achegam para compor uma ideia de exortação. Como Pastor, digo-vos: Campina Grande e a Paraíba precisam crescer – ainda mais – na fé, virtude que nunca é suficiente o bastante no coração do homem, criado imagem e semelhança de Deus, e, portanto, “capax Dei”, criatura aberta à fé. Sabei, agora conterrâneos, que não existe felicidade e paz no porvir se lhes faltar o dom de crer; se faltam, embutidos à fé, os valores morais. Da chama da fé, se acendem a esperança e o amor. Não vos esqueçais disso! Como mais novo filho honorário desta Cidade e deste Estado, conclamo a que esteja a fé em primazia; dos governantes aos cidadãos, nutrida a fé, em consequência venha a justiça; e com a fé e a justiça, a ordem e a paz! Imploro aos nossos representantes isso, principalmente porque vejo e, com o coração de pai espiritual, sinto tantos sofrimentos desta gente sob os nossos cuidados. Que todos ajamos pela fé e prol da fé!”, disse.

Ele expressa sua gratidão às autoridades e a todos que contribuíram para a concessão dos títulos, reconhecendo o esforço de cada um e agradecendo de maneira especial aos autores dos projetos de titulação. Dom Dulcênio também estende sua gratidão ao clero de sua diocese, aos religiosos e religiosas, aos seminaristas e aos fiéis leigos, afirmando seu profundo apreço e carinho por todos eles. Ele reforça a ideia de que sua nova titulação como cidadão honorário é um sinal de que sua família espiritual se estende à cidade e ao estado, consolidando ainda mais sua conexão com a comunidade local.

Finalmente, Dom Dulcênio encerra seu discurso com uma oração, oferecendo a cidade e o estado a Cristo Rei e Senhor do Universo, marcando o momento com um sentimento de consagração e devoção. Seu discurso é uma expressão de profunda gratidão e compromisso, que destaca tanto a importância da fé quanto o valor da comunidade que o acolheu.

Sobre o bispo

Dom Dulcênio, que lidera a Diocese de Campina Grande há quase 7 anos, tem desempenhado um papel essencial na vida dos católicos da região. Sua atuação não se restringe apenas à cidade de Campina Grande, mas abrange também os 61 municípios que integram a jurisdição diocesana. As honrarias recebidas são um reflexo do reconhecimento e da gratidão pela dedicação e pelo impacto positivo de suas ações pastorais e sociais na sociedade paraibana.

Por: Ascom
Fotos: Equipe Diocesana da Pascom