Bispo Diocesano de Campina Grande Celebra Missa Solene em Lagarto-SE

Postado em 08/09/24 às 13:358 minutos de leitura146 views


O Bispo Diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, se encontra em sua terra natal, Lagarto-SE, onde presidiu a Santa Missa Solene em homenagem à Padroeira da sua paróquia de origem, Nossa Senhora da Piedade. A celebração, ocorrida neste domingo, dia 8 de setembro, fez parte das festividades da comunidade paroquial, que recebeu Dom Dulcênio com grande entusiasmo e alegria.

Durante a celebração, o Bispo expressou sua satisfação em estar de volta à sua cidade natal, destacando a importância do reencontro com antigos amigos e familiares. Ele também aproveitou a oportunidade para saudar o povo da paróquia, o Padre Humberto, Vigário Geral da Diocese de Estância, o Pároco local, Padre Rodrigo, demais clérigos, religiosos, seminaristas, autoridades locais e toda a comunidade presente, ressaltando a importância da união e da fé na vida cristã.

Homilia

A homilia de Dom Dulcênio na Festa da Natividade de Nossa Senhora apontou para o papel de Maria no plano divino e a importância de sua figura para a fé cristã. Dom Dulcênio Fontes de Matos convidou os fiéis a reconhecerem a importância da Natividade de Maria como um ponto crucial no desígnio divino e a buscar inspiração em sua vida para viver uma fé comprometida.

O Bispo começa situando a celebração da Natividade de Maria em seu contexto histórico e litúrgico. Dom Dulcênio recorda que a Festa da Natividade de Nossa Senhora é comemorada em 8 de setembro, marcando a dedicação da basílica construída sobre a casa de Santa Ana em Jerusalém. Esta data celebra o nascimento de Maria, mãe de Jesus, e liga-se diretamente ao mistério da Encarnação.

O prelado, na explicação do Evangelho de Mateus, disse que o autor bíblico ao narrar o nascimento de Jesus expondo sua genealogia, evidencia a importância de Maria como mãe de Cristo:

“O papel de Maria na história da salvação sobressai em toda a sua evidência: o ser de Maria é totalmente relativo a Cristo, em particular à sua encarnação. “Jacó gerou a José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo” (Mt 1, 16). Torna-se evidente a descontinuidade que existe no esquema da genealogia: não se lê “gerou”, mas “Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo”. Precisamente, se capta a beleza do desígnio de Deus, que, respeitando o humano o fecunda a partir de dentro, fazendo desabrochar da humilde Virgem de Nazaré o fruto mais bonito da sua obra criadora e redentora”, ensinou.

Adiante, o Pastor Diocesano de Campina Grande também abordou a figura de José, o esposo de Maria. Dom Dulcênio descreve José como um homem de fé robusta e retidão, cuja reação ao descobrir a gravidez de Maria é marcada por amor e respeito. José busca a vontade de Deus e recebe a confirmação de que Maria dará à luz o Emmanuel, “Deus conosco”. A aceitação de José é fundamental para o desígnio divino de salvação.

“Como não sentir que a perturbação e depois a oração e a decisão de José são movidos, ao mesmo tempo, pela estima e pelo amor à sua esposa prometida? A beleza de Deus e a de Maria são, no coração de José, inseparáveis; ele sabe que entre elas não pode haver contradição; procura em Deus a resposta e encontra-a na luz da Palavra e do Espírito Santo: “Eis que conceberá e dará à luz um filho; e chamá-Lo-ão Emmanuel, que quer dizer: Deus conosco" (Mt 1, 23; cf. Is 7, 14)”, pregou.

O bispo se dirigiu à comunidade local de Lagarto, refletindo sobre a devoção a Nossa Senhora da Piedade e seu papel na identidade da cidade. Ele lembra que a devoção à Virgem Maria é uma expressão da fé local e que, ao longo dos séculos, Maria tem sido um símbolo de proteção e orientação para o povo.

“Queridos amigos de Lagarto, também o vosso povo, graças à fé em Cristo e mediante a maternidade espiritual de Maria e da Igreja, foi chamado a inserir-se na “genealogia” espiritual do Evangelho. Ora, a devoção a Nossa Senhora da Piedade está para fé do povo lagartense como está para o seu sentido de pertencimento e de identidade; mais que isso: ela é resultado da devoção à santa ainda no antigo povoado Santo Antônio, que foi o primeiro lugarejo fundado antes de se chamar Lagarto, em 1604. E após mais de 300 anos, conseguimos “unir ou ser ponte genealógica de fé e devoção”. Aqui nasci; fui criado; também fui educado... Aqui, vi os primeiros vestígios de Deus e de Maria em minha fé e na casa dos meus. Aqui, nos ladrilhos de minha rua, pude enxergar os primeiros passos do povo de Deus”, disse.

Por fim, Dom Dulcênio fez uma ligação entre a celebração da Natividade de Maria e o tema da sinodalidade, comunhão e reconciliação na Igreja. Destacou que Maria é um modelo de unidade e fé, e que sua intercessão deve guiar os cristãos na construção do Reino de Deus. Ele conclui pedindo a Maria que ajude a levar Cristo às famílias, aos jovens e à sociedade, reforçando a importância da evangelização e do compromisso cristão.

“Maria vos ajude a levar Cristo às famílias (pequenas igrejas domésticas e células da sociedade, hoje necessitadas como nunca de confiança e de apoio, quer a nível espiritual quer social). Ela vos torne capazes de evangelizar o mundo do trabalho, da economia, da política, que precisa de uma nova geração de leigos cristãos comprometidos, capazes de procurar com competência e rigor moral na sociedade. Em todos estes aspectos do compromisso cristão podeis contar sempre com a guia e o apoio da Virgem Santa. Confiemo-nos, portanto, à sua materna intercessão. Até porque Maria é porto, refúgio e proteção para o povo lagartense, que tem em si a força fecunda do amor materno. Maria, Rainha da Paz e estrela da esperança, intercede por nós. Amém!”, findou.

Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial de N. Sra da Piedade, Lagarto-SE

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