Bispo Diocesano de Campina Grande Celebra Missa Solene em Lagarto-SE
O Bispo Diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de
Matos, se encontra em sua terra natal, Lagarto-SE, onde presidiu a Santa Missa
Solene em homenagem à Padroeira da sua paróquia de origem, Nossa Senhora da
Piedade. A celebração, ocorrida neste domingo, dia 8 de setembro, fez parte das
festividades da comunidade paroquial, que recebeu Dom Dulcênio com grande
entusiasmo e alegria.
Durante a celebração, o Bispo expressou sua satisfação em
estar de volta à sua cidade natal, destacando a importância do reencontro com
antigos amigos e familiares. Ele também aproveitou a oportunidade para saudar o
povo da paróquia, o Padre Humberto, Vigário Geral da Diocese de Estância, o
Pároco local, Padre Rodrigo, demais clérigos, religiosos, seminaristas, autoridades
locais e toda a comunidade presente, ressaltando a importância da união e da fé
na vida cristã.
Homilia
A homilia de Dom Dulcênio na Festa da Natividade de Nossa
Senhora apontou para o papel de Maria no plano divino e a importância de sua
figura para a fé cristã. Dom Dulcênio Fontes de Matos convidou os fiéis a
reconhecerem a importância da Natividade de Maria como um ponto crucial no
desígnio divino e a buscar inspiração em sua vida para viver uma fé
comprometida.
O Bispo começa situando a celebração da Natividade de Maria
em seu contexto histórico e litúrgico. Dom Dulcênio recorda que a Festa da
Natividade de Nossa Senhora é comemorada em 8 de setembro, marcando a dedicação
da basílica construída sobre a casa de Santa Ana em Jerusalém. Esta data
celebra o nascimento de Maria, mãe de Jesus, e liga-se diretamente ao mistério
da Encarnação.
O prelado, na explicação do Evangelho de Mateus, disse que o
autor bíblico ao narrar o nascimento de Jesus expondo sua genealogia, evidencia
a importância de Maria como mãe de Cristo:
“O papel de Maria na história da salvação sobressai em toda a
sua evidência: o ser de Maria é totalmente relativo a Cristo, em particular à
sua encarnação. “Jacó gerou a José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que
se chama Cristo” (Mt 1, 16). Torna-se evidente a descontinuidade que existe no
esquema da genealogia: não se lê “gerou”, mas “Maria, da qual nasceu Jesus,
chamado Cristo”. Precisamente, se capta a beleza do desígnio de Deus, que,
respeitando o humano o fecunda a partir de dentro, fazendo desabrochar da
humilde Virgem de Nazaré o fruto mais bonito da sua obra criadora e redentora”,
ensinou.
Adiante, o Pastor Diocesano de Campina Grande também abordou
a figura de José, o esposo de Maria. Dom Dulcênio descreve José como um homem
de fé robusta e retidão, cuja reação ao descobrir a gravidez de Maria é marcada
por amor e respeito. José busca a vontade de Deus e recebe a confirmação de que
Maria dará à luz o Emmanuel, “Deus conosco”. A aceitação de José é fundamental
para o desígnio divino de salvação.
“Como não sentir que a perturbação e depois a oração e a
decisão de José são movidos, ao mesmo tempo, pela estima e pelo amor à sua
esposa prometida? A beleza de Deus e a de Maria são, no coração de José,
inseparáveis; ele sabe que entre elas não pode haver contradição; procura em
Deus a resposta e encontra-a na luz da Palavra e do Espírito Santo: “Eis que
conceberá e dará à luz um filho; e chamá-Lo-ão Emmanuel, que quer dizer: Deus
conosco" (Mt 1, 23; cf. Is 7, 14)”, pregou.
O bispo se dirigiu à comunidade local de Lagarto, refletindo
sobre a devoção a Nossa Senhora da Piedade e seu papel na identidade da cidade.
Ele lembra que a devoção à Virgem Maria é uma expressão da fé local e que, ao
longo dos séculos, Maria tem sido um símbolo de proteção e orientação para o
povo.
“Queridos amigos de Lagarto, também o vosso povo, graças à fé
em Cristo e mediante a maternidade espiritual de Maria e da Igreja, foi chamado
a inserir-se na “genealogia” espiritual do Evangelho. Ora, a devoção a Nossa
Senhora da Piedade está para fé do povo lagartense como está para o seu sentido
de pertencimento e de identidade; mais que isso: ela é resultado da devoção à
santa ainda no antigo povoado Santo Antônio, que foi o primeiro lugarejo
fundado antes de se chamar Lagarto, em 1604. E após mais de 300 anos,
conseguimos “unir ou ser ponte genealógica de fé e devoção”. Aqui nasci; fui
criado; também fui educado... Aqui, vi os primeiros vestígios de Deus e de
Maria em minha fé e na casa dos meus. Aqui, nos ladrilhos de minha rua, pude
enxergar os primeiros passos do povo de Deus”, disse.
Por fim, Dom Dulcênio fez uma ligação entre a celebração da
Natividade de Maria e o tema da sinodalidade, comunhão e reconciliação na
Igreja. Destacou que Maria é um modelo de unidade e fé, e que sua intercessão
deve guiar os cristãos na construção do Reino de Deus. Ele conclui pedindo a Maria
que ajude a levar Cristo às famílias, aos jovens e à sociedade, reforçando a
importância da evangelização e do compromisso cristão.
“Maria vos ajude a levar Cristo às famílias (pequenas igrejas
domésticas e células da sociedade, hoje necessitadas como nunca de confiança e
de apoio, quer a nível espiritual quer social). Ela vos torne capazes de
evangelizar o mundo do trabalho, da economia, da política, que precisa de uma
nova geração de leigos cristãos comprometidos, capazes de procurar com
competência e rigor moral na sociedade. Em todos estes aspectos do compromisso
cristão podeis contar sempre com a guia e o apoio da Virgem Santa.
Confiemo-nos, portanto, à sua materna intercessão. Até porque Maria é porto,
refúgio e proteção para o povo lagartense, que tem em si a força fecunda do
amor materno. Maria, Rainha da Paz e estrela da esperança, intercede por nós.
Amém!”, findou.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial de N. Sra da Piedade, Lagarto-SE