Santa Missa do Lar na Catedral e Missa e Crisma em Soledade
Na manhã deste domingo, 1º de setembro, o Bispo Diocesano de
Campina Grande presidiu a Santa Missa do lar na Catedral de Nossa Senhora da
Conceição. A celebração contou com a concelebração do Padre Luciano Guedes,
Vigário Geral da Diocese, além da presença do Diácono Anderson e dos
seminaristas. Durante a missa, o Bispo ofereceu uma reflexão profunda sobre a
importância de viver de acordo com os ensinamentos de Jesus, destacando a
necessidade de uma vida coerente que vai além da mera aparência.
Homilia
A homilia de Dom Dulcênio para o XXII Domingo do Tempo Comum destaca
a vocação do povo brasileiro à luz da fé cristã, especialmente no contexto da
Semana da Pátria. O bispo explora a importância de viver segundo os preceitos
divinos e reflete sobre o impacto da fé cristã na identidade e nos valores da
nação.
Dom Dulcênio inicia sua homilia com uma citação do Salmo
33,12, pontuando a bênção de ter Deus como Senhor e a importância de reconhecer
esta herança divina na vida da nação. Ele faz uma conexão entre a fé cristã e a
prosperidade e felicidade do Brasil desde a sua formação, sublinhando a
responsabilidade que vem com o sentimento de que “Deus é brasileiro”.
“Dizem que Deus é brasileiro. Este adjetivo, carinhosamente
dado ao Senhor, vai muito mais do que um símbolo internacionalmente
reconhecido: é um sentimento religioso de um povo que expressa pertença, e que
nunca deve ser esquecido. Utilizar-nos deste dito também nos responsabiliza,
pois devemos expressar todo o procedimento cristão que deve eivar as nossas
atitudes de cidadãos”, disse.
O bispo adverte a crescente secularização observada em países
europeus, como a França, que, segundo ele, está se afastando das raízes
cristãs. Este afastamento, diz ele, resulta em uma sociedade que valoriza mais
o relativismo e o ateísmo do que a fé. Dom Dulcênio também adverte que o Brasil
não deve seguir esse caminho de negligência religiosa, mas sim preservar e
valorizar suas origens cristãs.
Ele lembra aos brasileiros, especialmente aos cristãos, a
importância de viver de acordo com os mandamentos de Deus. Citando o
Deuteronômio 4,6, o bispo destaca que a observância das leis divinas traz
sabedoria e inteligência, servindo como um testemunho positivo diante das
outras nações. Para ele, o verdadeiro progresso e ordem, que são ideais
presentes na bandeira nacional, devem estar enraizados no Evangelho de Cristo,
não em filosofias humanas que desconsideram a presença de Deus.
“Cumprir a vontade de Deus é, verdadeiramente, buscar a
“ordem e o progresso”, tal como divisa a nossa flâmula. O perfeito ideal para
os brasileiros não deve ser o que disse o positivismo de Auguste Comte, autor
francês que inspirou os proclamadores da República: “O amor por princípio, a
ordem por base e o progresso por fim”, mas o Evangelho de Cristo, que sempre
nos iluminou, orientando-nos, não para um amor desregrado da ausência de Deus,
não para uma justiça enceguecido e pessimamente exemplificada por muitos dos
que nos governam, nos legislam e julgam, e sim para a proximidade de Deus, que
nos chama a Si, e que nos ofereceu a Pátria celeste”, refletiu.
O bispo encerra com
uma exortação a permanecer fiel aos preceitos imutáveis de Deus e a rejeitar
leis que contradigam esses preceitos, chamando todos a agir com
responsabilidade e consciência.
Missa e Crisma em Soledade
Ainda neste domingo, o Bispo Dom Dulcênio deu continuidade às
Crismas na Paróquia de Santa Ana, em Soledade-PB. Dom Dulcênio crismou uma nova
turma de 157 jovens e adultos, marcando mais um importante momento para a vida
da comunidade paroquial. O Bispo foi acolhido pelo Pároco, Padre Bosco, pelo
Diácono Divaldo e demais membros da comunidade.
Junto ao povo de Deus da Paróquia de Soledade, o bispo falou
sobre a atualidade dos mandamentos do Senhor, chamando os fiéis a uma vivência
autêntica dos mandamentos, que deve ser marcada pela caridade, humildade e um
compromisso genuíno com a Palavra de Deus, em contraste com a mera observância
ritual e a distorção dos preceitos divinos.
Dom Dulcênio começa pregando sobre a crescente marginalização
da Igreja e de seus ensinamentos na sociedade moderna, onde a voz da Igreja é
muitas vezes vista como incômoda e desconsiderada. Ele afirma que, se o mundo
seguisse verdadeiramente a proposta de Deus, os males e injustiças que
observamos seriam significativamente reduzidos.
“Nos mandamentos de Deus estão a vida, porque cumpri-los no
espírito de amor e humildade nos trazem a salvação, ou seja, aquela vida divina
a ser vivida em nossa história pessoal como uma proposta da parte do próprio
Deus, que nos ama”, pregou.
Na Primeira Leitura, Moisés é destacado como o porta-voz de
Deus, encorajando o cumprimento dos mandamentos que trazem a verdadeira
sabedoria celestial. Dom Dulcênio conecta esta sabedoria com a descrição de São
Tiago, que fala sobre uma sabedoria "do Alto", caracterizada pela
pureza, paz e misericórdia.
“No cumprimento dos mandamentos faz-se necessário ter como
meio a caridade. E, tendo-a em tal conta, a teremos como fim, porque este é
Deus, que “é amor” (cf. 1Jo 4,16). E, seguindo o que nos disse São Tiago na
Segunda Leitura, tal como dom, os preceitos do Senhor “descem do Pai das luzes,
no qual não há mudança nem sombra de variação” (Tg 1,17). Mas para que esta
dádiva vem à nós? O Apóstolo nos responderá: para que, pela Palavra a nós
concedida, sejamos salvos. Praticando-a com verdade e humildade, praticaremos o
cerne da verdadeira religião, que é o amor a Deus e ao próximo”, findou.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Catedral e Pascom de Soledade