Paróquia de Nossa Senhora do Desterro, em Baraúna-PB, completa 10 anos de Fundação
A Paróquia de Nossa Senhora do Desterro, localizada em
Baraúna-PB, na Forania do Curimataú, celebrou seu 10º aniversário de fundação
com uma Santa Missa realizada na noite desta sexta-feira, 31, na Igreja Matriz.
A missa foi presidida pelo Bispo Diocesano Dom Dulcênio Fontes de Matos e concelebrada pelo Pároco, Padre Henrique
Gustavo, que contou com o auxílio dos seminaristas.
Esta noite também foi marcada pela Coroação de Nossa Senhora
feita pelo bispo e pela inauguração e benção da Secretaria Paroquial.
Durante a celebração, Dom Dulcênio agradeceu o convite e
abençoou toda a comunidade, expressando sua felicidade pelo trabalho do Padre
Henrique e pela dedicação dos fiéis que residem na paróquia.
Homilia
Em sua reflexão, o bispo falou sobre a providência Divina que
presenteia a comunidade paroquial de Nossa Senhora do Desterro com seus 10 anos
de fundação na Festa da Visitação da Bem-Aventurada Virgem Maria. Segundo disse
o bispo, não existiria melhor maneira para celebrar o evento, senão celebrando
o ápice de nossa fé: a Santíssima Eucaristia.
No primeiro destaque de sua homilia, Dom Dulcênio deteve-se a
falar sobre o significado da Festa da Visitação de Nossa Senhora, a festa do
Magnificat, que diz respeito um momento de grande alegria na história da
salvação humana. Maria é vista como a arca da nova aliança e padroeira da
comunidade, trazendo Deus consigo.
“A Visitação prolonga e irradia a alegria messiânica da
Salvação. Maria, arca da nova aliança, padroeira desta terra tão querida é
“teófora”, ou seja, é portadora de Deus. É a mãe querida, que vem ao encontro
dos seus filhos e filhas de Baraúna, assim como foi ao encontro da anciã
Isabel. Isabel é símbolo de Israel, que espera o Deus que veio trazer a
Salvação”, disse.
Ademais, refletiu sobre a história da comunidade, lembrando que
muitas pessoas sonharam com a paróquia e trabalharam para isso, mas não viram o
resultado em vida. Essas pessoas, disse o bispo, são lembradas e honradas pela
comunidade atual que colhe os frutos de seus esforços.
“Fico imaginando a história desta comunidade, quanta espera!
Espera para vê-la como comunidade paroquial, tendo o seu pastor residente.
Quantos filhos desta terra sonharam e partiram sem tê-la visto enquanto
paróquia; pessoas que plantaram, semearam, mas não colheram os frutos que hoje
vocês colhem. Colhem, na verdade, os frutos, de maneira diferente de nós, pois
estão perto de Deus na eternidade por tudo que fizeram”, disse.
O Prelado também falou sobre a padroeira, que sob o título de
Nossa Senhora do Desterro, está constantemente visitando e intercedendo pela
comunidade. Conforme pregou, a paróquia é comparada à casa de Isabel, um lugar
de presença divina; também destacou que a alegria da Visitação pode ser comparada
à alegria da comunidade pelo aniversário da paróquia.
“Irmãos e irmãs, penso que não exagero em comparar o clima
que rodeia e empapa o episódio da Visitação, que é de alegria, com a alegria de
todos vocês neste dia de comemoração pelos dez anos de missão da Paróquia de
Nossa Senhora do Desterro em Baraúna. Desejo que vocês viagem por conta própria
e comparem sua alegria com a alegria da Visitação de Maria Santíssima, pois o
mistério da Visitação é um mistério jubiloso, assim como é motivo de júbilo a
nossa ação de graças”, acentuou.
Na parte final da sua homilia, ao falar do culto à Maria,
lembrou que a partir do Concílio de Éfeso, o culto do povo de Deus a Maria foi
cultivado maravilhosamente em veneração e amor, em invocação e desejo de
imitação; “estou diante de uma grande prova disso! O amor, a veneração, as
preces invocadas pelos filhos e filhas de Baraúna e todo território e arredores
faz jus às palavras do Magnificat: “Eis que me chamarão Bem-Aventurada todas as
gerações, porque fez em mim grandes coisas Aquele que é Todo-Poderoso”, disse.
“Filhos e filhas amados da Paróquia de Nossa Senhora do
Desterro, continuem invocando em todos os tempos a Virgem Mãe de Jesus e nossa
mãe; ela deve continuar na nossa vida, porque a veneração, o amor, a devoção à
Virgem do Desterro não podem desaparecer nunca do coração de vocês. Sob a
intercessão de Nossa Senhora do Desterro, que esta Paróquia cresça cada vez
mais na construção do Reino de Deus e que as bençãos do Alto sejam derramadas
no seu amado pastor, o Padre Henrique Gustavo e em todos os fiéis”, findou.
Um pouco da história
Por volta do ano de 1925 ocorreu um devastador surto de
varíola (bexiga taboca), que se alastrou rapidamente e dizimou muitas vidas.
Vendo o cenário desolador, Chico Italiano, morador da região, fez uma promessa
à Nossa Senhora do Desterro, para que ela conseguisse de Deus o fim da peste,
poupando a sua vida e a vida de seu povo. Como forma de agradecimento, ele
prometeu desmembrar parte de suas terras para doar a Nossa Senhora e construir
em sua homenagem uma capelinha.
A oração de Chico Italiano foi atendida. Com o passar o tempo
a doença foi controlada e naquela época ninguém mais morreu. Todos os
habitantes da região se mobilizaram e a capelinha foi construída. No dia 06 de
janeiro de 1930, dia solene da Epifania do Senhor, conhecido por muitos como
dia de Reis, os moradores da região fizeram uma procissão com a imagem de Nossa
Senhora do Desterro para a capela recém construída e lá o Reverendíssimo Padre
Luís Santiago, da Paróquia de Nossa Senhora das Mercês no município de Cuité e
da Paróquia de São Sebastião em Picuí, celebrou a primeira missa. O lugar
tornou-se o maior símbolo de fé e devoção para o povo nas redondezas.
Em 2014, aos 31 de maio, a comunidade de Nossa Senhora do
Desterro se desmembrou de Picuí e se tornou a Matriz da nova Paróquia que foi
erigida no Bispado de Dom Delson empossando o primeiro Pároco, Padre Fabiano
Melo.
Moção de Aplausos
O Bispo Dom Dulcênio e o Pároco, Padre Henrique receberam da
Câmara Municipal de Baraúna, uma Moção de Aplausos pelos feitos à toda
comunidade católica. A Propositura foi do Senhor Jardel Galdino de Oliveira.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial