No Santuário da Divina Misericórdia, Dom Dulcênio incentiva aos fiéis a acolherem a Misericórdia de Deus
O Santuário da Divina Misericórdia, no bairro dos Cuités, em
Campina Grande, preparou uma programação especial para o Domingo da
Misericórdia, que ocorre neste domingo, 07. O evento contou com uma série de
atividades religiosas, incluindo louvores, pregações, testemunhos, a recitação
do Terço da Misericórdia e a celebração da Santa Missa.
A Missa foi presidida pelo Bispo Diocesano Dom Dulcênio
Fontes de Matos, com a concelebração do Padre Paulo, Reitor do Santuário. Os
diáconos Eduardo e Walter auxiliaram nos serviços litúrgicos, juntamente com o
apoio dos seminaristas. Foi um momento de grande significado espiritual, no
qual o povo de Deus se reuniu para vivenciar e fortalecer sua fé.
A homilia do Dom Dulcênio Fontes de Matos para o II Domingo
da Páscoa, também conhecido como Domingo da Divina Misericórdia, foca na
reflexão sobre a misericórdia de Deus e como ela se manifesta em nossas vidas.
O tema principal é a resposta dos discípulos diante do amor misericordioso de
Deus revelado na ressurreição de Jesus.
Dom Dulcênio começa destacando a origem do "Domingo da
Divina Misericórdia" pela devoção do Papa São João Paulo II e como este
tema é fundamental para a fé cristã. Ele cita o Salmo 117, que proclama a
eternidade da misericórdia divina, como uma base para essa reflexão.
O bispo explica que a misericórdia de Deus não é apenas um
atributo divino, mas é uma expressão do amor infinito de Deus que se manifesta
em direção aos seres humanos. Ele enfatiza a importância de acolher essa
misericórdia, que pode produzir diferentes resultados dependendo da
receptividade de cada um.
“A misericórdia do Senhor, porém, propondo-se, e que deverá
ser acolhida por nós, produz frutos igualmente imensos. Esta imensidade, diante
da fidelidade do amor de Deus, se caracteriza pelos efeitos diversos, conformes
à nossa disposição de acolhê-la”, disse.
Ele cita Auguste Saudreau para explicar como o amor de Deus
exala luz e calor, representados pelos raios que brotam do Coração de Jesus na
iconografia da Divina Misericórdia. Esses elementos são vistos como símbolos do
amor e da misericórdia de Deus, comunicados aos fiéis pelo Espírito Santo.
Dom Dulcênio também destaca as diferentes atitudes dos
discípulos diante da ressurreição de Jesus, destacando a alegria daqueles que
acreditam e a dúvida de Tomé, que é superada quando ele finalmente reconhece
Jesus como seu Senhor e Deus. Ele contrasta essas atitudes com a resistência à
misericórdia divina, exemplificada por Judas Iscariotes, que se recusa a
aceitar o amor redentor de Deus e acaba em desespero.
“Tomé, o discípulo da dúvida, ao perceber as marcas do amor
de Deus, dolorido e alegre, pôde professar: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo
20,28). Assim, é medíocre o que mescla aos apegos a destruir, a dor e a
alegria. Mas, e aqueles que se condenam por sua tenaz resistência à
misericórdia divina? Figuremo-nos a Judas, o Iscariotes, que, fugindo deste
amor que a tudo redime, refugiou-se, em vão, em si mesmo, na sua fadada
autossuficiência (cf. Mt 27,3-5; At 1,17-18.25). Mas, o amor de Deus jamais lhe
foi subtraído, é importante que sublinhemos isso”, pregou.
Ele conclui exortando os fiéis a não resistirem ao amor
misericordioso de Deus, enfatizando que a verdadeira felicidade só pode ser encontrada
na misericórdia do Senhor. “A misericórdia de Deus, que não carece de ninguém,
é desinteressada, tendendo fazer com que, unindo-se por primeiro a nós (já que
a iniciativa é sempre divina), nos unamos a ela, numa união afetiva como
retribuição a este sentimento inefável que Deus nos tem, e que, para Deus e
para o próximo, devemos nos modelar no Dele. E não nos esqueçamos: somente na
misericórdia do Senhor está a nossa felicidade”, concluiu.
Por: Ascom
Fotos: Pascom do Santuário