Igreja inicia Semana Santa: Missa dos Ramos na Catedral atraiu centenas de fiéis
Centenas de fiéis compareceram à Catedral na manhã deste
domingo, 24, muitos segurando ramos de palmeiras, seguindo a tradição que
remonta aos relatos bíblicos da multidão que saudou Jesus com folhas de
palmeira. A celebração dos Ramos começou no estacionamento da Catedral, onde o
Bispo saudou os fiéis e dirigiu-lhes palavras de fé.
Nas palavras proferidas antes da benção dos Ramos, Dom
Dulcênio convidou aos fiéis a refletirem profundamente sobre o verdadeiro
significado deste Domingo de Ramos da Paixão do Senhor.
Dom Dulcênio extraiu uma fala do Bispo Santo André de Creta e
pediu aos fiéis que vivessem a partir de tais ensinamentos; Conforme citou, o
Bispo Santo André, orientou que ao invés de oferecermos símbolos passageiros e
efêmeros, como mantos e ramos sem vida, somos chamados a nos prostrar aos pés
de Cristo. Essa prostração não é apenas física, mas simbólica e espiritual.
Significa reconhecer a nossa total dependência de Cristo e a nossa necessidade de
Sua graça redentora.
“Éramos antes como escarlate por causa dos nossos pecados,
mas purificados pelo batismo da salvação, nos tornamos brancos como a lã. Por
conseguinte, não ofereçamos mais ramos e palmas ao vencedor da morte, porém o
prêmio da sua vitória. Agitando nossos ramos espirituais, o aclamemos todos os
dias, juntamente com as crianças, dizendo estas santas palavras: ‘Bendito o que
vem em nome do Senhor, o rei de Israel’” (Santo André de Creta. Oratio 9 in
ramos palmarum: PG 97,990-994)”, citou.
Terminado este momento inicial, o povo de Deus e os clérigos
participaram em procissão para o interior da Catedral.
Santa Missa e Homilia
Na homilia, o Bispo exortou os presentes a refletirem sobre a
humildade e o amor exemplificados por Jesus, destacando a importância de seguir
seus ensinamentos durante a Semana Santa e além.
O bispo destacou o significado profundo desta celebração para
os cristãos. Inicialmente disse que a Semana Santa é a semana mais importante
para a Igreja, pois é quando Jesus entra em Jerusalém, culminando em Sua
crucificação e ressurreição. O tema central é a ascensão de Jesus a Jerusalém,
não apenas física, mas também espiritual e simbolicamente, e como os fiéis
seguem esse caminho com Ele.
O Bispo destaca a dualidade de emoções durante a entrada de
Jesus em Jerusalém, com as pessoas saudando-o com "hosanas" e, mais
tarde, clamando por Sua crucificação. Isso reflete a natureza paradoxal da fé
humana e a rejeição que Jesus enfrentou. Dom Dulcênio também fez referência ao
"Cântico do Servo Sofredor" de Isaías, que descreve a obediência e o
sofrimento voluntário de Jesus em conformidade com a vontade de Deus.
Ademais, Dom Dulcênio fala sobre a humildade e a confiança de
Jesus em Deus, que O levam a aceitar Sua missão até a morte na cruz. Essa
obediência radical é contrastada com as expectativas mundanas de poder e
glória. O pregador ressalta que é essa obediência e confiança que sustentam
Jesus em Sua jornada até Jerusalém, apesar das adversidades e do sofrimento
iminente.
“Esta certeza é o que faz o Senhor marchar a Jerusalém. Não
amedrontado, mas resoluto; não Se contentando com os “vivas” e as bendições das
multidões, mas desejoso de levar às últimas consequências o Seu querer divino,
em total sintonia com o Pai, no Espírito Santo; ainda que tenha de pagar um
alto preço: o da cruz, precedido de bofetões, cusparadas e escárnios, sofridos
em admirável paciência”, pregou.
O Prelado também chama os fiéis a ecoarem o clamor de
"hosana" não apenas durante a Semana Santa, mas em todos os momentos,
reconhecendo que a salvação vem somente de Deus e foi conquistada por meio do
sacrifício de Jesus na cruz. A homilia termina com uma invocação de louvor e
gratidão a Cristo pela salvação que Ele trouxe ao mundo.
“Creio que nestes últimos tempos em que Cristo, a Igreja e a
sua fé são zombadas e minimizadas por aqueles que se julgam grandes, este grito
deve ecoar mais fortemente pelos cristãos: “Vinde, Senhor, e salvai-nos!
Apiedai-vos de nós! Hosana ao Cristo de Deus!”. Porque é Dele que nos vem o
socorro; porque, Dele, é que nos vem a salvação, conquistada com um alto custo:
o do Sangue do Cordeiro divino, do Redentor, que tira o pecado do mundo, Deus
bendito para sempre”. Findou.
Por: Ascom
Fotos: Joaquim Urtiga (Pascom Diocesana)