Área Pastoral de São Sebastião, em Matinhas-PB, acolhe Bispo Diocesano nas Festividades do Padroeiro
Na noite deste sábado, 13 de janeiro, a comunidade católica
da Área Pastoral de São Sebastião, situada na cidade de Matinhas-PB, forania do
brejo paraibano, acolheu com estima a presença de Dom Dulcênio Fontes de Matos,
o Bispo Diocesano que presidiu a Santa Missa em preparação à Festa do Padroeiro
São Sebastião.
O Padre Antonio Nelson, Pároco da Paróquia de Santa Ana de
Alagoa Nova-PB, manifestou a sua acolhida e comunhão perante o bispo, ao
concelebrar a Santa Missa, ao tempo em que junto à comunidade de fé, sentira-se
agraciados com a presença confirmadora do Bispo de Campina Grande, que esteve
acompanhado dos seminaristas, que o auxiliaram na celebração litúrgica.
A reflexão de Dom Dulcênio, na homilia, disse respeito ao
chamado feito por Jesus para segui-lo, tema crucial e relevante para a vida
cristã. O II Domingo do Tempo Comum, propõe um olhar para esse encontro entre
Jesus os discípulos, encontro transformador, encontro que implica nesta decisão
de segui-lo por toda a vida.
“Uma palavra marcante na Liturgia deste domingo é o verbo ir,
cujo sinônimo também poderá se associar o termo seguir. Samuel e os dois
discípulos de João, cada qual no seu tempo, foram ao encontro do Senhor porque
se sentiram tocados pelo chamado divino, seja direta (“Samuel, Samuel!” – 1Sm
3,4.6.8), seja indiretamente, pela presença do Senhor, ou pelo testemunho acerca
dela (Jo 1,35-37)”, ensinou.
Conforme a narrativa do Evangelho de João 1,35-42, o autor
situa o Batista com dois dos seus discípulos e ao ver Jesus passar, brada: “eis
o Cordeiro de Deus!”; para explicar esse trecho, o Bispo de Campina Grande,
embasou-se em Santo Agostinho, que faz uma reflexão bastante interessante
acerca do prorromper de João.
“Diz-nos o Bispo de Hipona: ‘Cristo é o cordeiro por
excelência, o único sem mancha, sem pecado; e não porque as suas manchas foram
canceladas e sim porque nunca as teve. O que significam estas palavras de João
acerca do Senhor: ‘Eis o Cordeiro de Deus’? João não poderia ser tido como um
cordeiro também? Não era um homem santo? Não era o ‘amigo do esposo’? Cristo é
o cordeiro por excelência: este é o Cordeiro de Deus: porque unicamente pelo
sangue deste cordeiro os homens puderam ser redimidos’”, citou.
Adiante, Dom Dulcênio explicou que o Batista é apresentado
nos Evangelhos como alguém que vivia na expectativa daquele que viria e que era
maior do que ele, do qual não seria digno nem de abaixar-se para desamarrar as
sandálias. E se João dava testemunho acerca daquele que viria, ao apontá-lo, os
seus discípulos o abandonaram para seguir ao que João afirmava ser o maior.
Ao continuar explicando disse que para Jesus não foi nenhuma
surpresa que os discípulos de João agora o seguissem, visto que, Jesus já
esperava pela eficácia do testemunho de João Batista. Também destacou que as
perspectivas dos dois que ali estavam diante de Jesus é a de permanecer com
ele. “Seguir não é mais uma atitude passiva, mas passa a ser coadunada a ação
de permanecer com o Mestre”, pregou.
E continuou: “Muito mais comovente do que a vocação de André
e do discípulo desconhecido é a de Simão que também é relatada neste texto:
“Jesus olhou bem para ele e disse: 'Tu és Simão, filho de João; tu serás
chamado Cefas' (que quer dizer: Pedra)’. Vocação, termo cunhado do latim
‘Vocare, designa chamar. Todos, assim como André e o outro discípulo, como
Samuel, na Primeira Leitura de hoje, e Pedro, fomos e somos continuamente
chamados”, afirmou.
“Fomos, porque o primeiro chamado se deu quando o Senhor nos
confiou a vida e, com esta, o compromisso da santidade. Somos, porque
cotidianamente ele nos chama para junto de si através das diversas vocações
específicas proporcionadas pelo estado de vida que possuímos. Pelo chamado do
Batismo, adentramos na Igreja, cuja etimologia grega se dá pelo termo ekklesía:
a “convocada”, a “eleita”, a “chamada”. Por fazermos parte da Igreja, somos
povo de Deus, e, por isso, chamados a realizar, com a nossa vida, o projeto que
o Senhor tem para toda a humanidade: a salvação”.
Concluiu a sua pregação desejando que o chamado de Jesus Cristo continue a nos inquietar, e que, diariamente, renovemos o nosso compromisso com o Cristo, tal como Ele renova o Seu chamado em nós.
Por: Ascom
Fotos: Pascom de Matinhas.