O Cruzeiro da Virgem está situado às margens da rodovia PB-186 no sentido Cabaceiras-São Domingos à altura do quilômetro 04, trata-se de um espaço de fé e devoção que atrai milhares de romeiros da região; com mais de 100 anos de história, o lugar, é assistido pela Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e São Bento, de Cabaceiras-PB.

É comum no mês de outubro acontecer um Tríduo, este ano, se dá nos dias 13, 14 e 15, com Missas, caminhada, Adoração ao Santíssimo Sacramento, Procissão motorizada e cavalgada, como forma de expressar a fé do povo e a devoção às crianças.

Na abertura deste Tríduo, o Bispo Diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, presidiu a Missa, concelebrada pelo Padre João Jorge, pároco da Paróquia de Cabaceiras-PB; o líder religioso agradeceu o carinho da acolhida e refletiu sobre a construção do Reino de Deus que começa a partir de cada pessoa.

Para construir o Reino de Deus, Dom Dulcênio ensinou que é preciso aceitar e pôr em prática o projeto divino que consiste em renunciar toda ação diabólica, combatendo corajosamente a partir da oração e da memória perene da Palavra do Senhor e suas promessas, da penitência, com grande humildade.

“Somos chamados a combater um adversário mais poderoso que nós, mas com uma arma de que nós podemos dispor, o Espírito Santo. Com o Espírito Santo seremos sempre mais fortes do que Belzebu, que, diante de nós, não passará de “um pobre diabo”, acabando por ser vencido”, disse.

O prelado também trouxe a esperança aos fiéis ensinando que o combate espiritual faz parte do itinerário cristão, e que a realidade do mal leva-nos a meditar sobre a dramaticidade da existência cristã que triunfa sobre o mal a partir da vitória de Cristo. Crê em Jesus ressuscitado, anuncia-lo e viver a sua Palavra, eis o manual para todo o cristão.

Ademais, o bispo refletiu também que o Bom Deus plantou no coração muitos uma fé que surgiu a partir de uma tragédia, acontecida com a pequena menina Josefa, o século passado; segundo disse, a história comovente da pequenina marca a esperança de, pela morte, ressurgirmos para a vida de milagres.

“Nunca se pensaria que, num lugar onde morreu uma criancinha, de fome e sede, perdida no mato, pudesse nascer uma fé encorajadora; milagres capazes de trazer famílias; sorrisos e lágrimas de agradecimento. A mesma terra em que Josefa morreu, é a mesma terra que hoje nos consola e nos dá fruto de esperança para não só ultrapassarmos a seca, mas termos os olhos fixos no Senhor”, disse.

Sobre o Cruzeiro da Virgem

No ano de 1920 a menina Josefa, de quase 5 anos, foi buscar no mato da Fazenda Cancelas, quixabas com suas irmãs. Ela se perdeu e apesar de muitas buscas, somente foi encontrada sem vida dois dias depois. No lugar de sua morte, seus pais colocaram um cruzeiro. Tornou-se então lugar de pagar promessas e peregrinação. E 1953, seu tio Padre Inácio Cavalcante, construiu ao lado deste cruzeiro uma capela, dedicada à Nossa Senhora de Fátima. Hoje, em todo terceiro domingo do mês de outubro, os fiéis da região visitam este cruzeiro em grandes romarias.

Tudo indica que as romarias começaram em 1921, um ano depois da morte de Josefa, as pessoas acorriam ao lugar para pagarem suas promessas, a primeira promessa se deu após a cura de um câncer, comovendo toda a população daquela região. A devoção é enraizada no amor que se tem pelas crianças, pois os pequeninos são promessas de Deus.

Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial

Confira a programação do Tríduo: