A Igreja celebra neste dia 29 a Festa Litúrgica dos Arcanjos, São Miguel, São Gabriel e São Rafael, que na tradição cristã ocupam os pontos altos da hierarquia angelical, são lembrados como os responsáveis de conservar a transcendência e o mistério de Deus, ao mesmo tempo que tornam presente e perceptível a sua proximidade salvífica.

Na Diocese de Campina Grande, precisamente na cidade de Barra de São Miguel, a paróquia local celebra ao seu padroeiro, o Príncipe da Milícia Celeste, São Miguel. Neste dia ditoso para todos os paroquianos, o Bispo Diocesano, Dom Dulcênio Fontes de Matos, presidiu a Missa Solene e festiva em honra ao padroeiro, concelebrada pelo Pároco, Padre Jefferson Barbosa. A comunidade participou em grande número desta Santa Missa.

Na homilia, Dom Dulcênio destacou que a Igreja, ao longo dos séculos, presta um culto respeitoso aos anjos, seres espirituais presentes na história da humanidade, também explicou o Evangelho proclamado, extraído de São João 1, 47-51; segundo o Pastor Diocesano que Jesus vê Natanael e o como alguém que é transparente, sincero e coerente.

Conforme o relato evangélico Natanael perguntou a Jesus: “Donde me conheces?” que Respondeu Jesus: “Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira”, deste modo, o bispo explicou que era frequente também o estudo e o ensinamento da Lei à sombra de uma figueira, como forma de proteção do calor do dia, pois no interior da casa normalmente o espaço era pequeno e de pouca iluminação. O conhecimento da Escritura levou Natanael a aceitar Jesus em sua totalidade.

“Natanael, quando vê Jesus, o identifica e o relaciona com o que dizia a Torá acerca do Messias. Jesus se manifesta como o ponto de união entre o céu e a terra, como escada de Jacó ou porta do céu. Ele é o caminho de ida e volta entre Deus e o homem; desceu e voltou ao céu a partir da elevação da cruz. O título de Filho do Homem aponta para essa mediação, associada ao Evangelho com as palavras subida, descida, elevação e glorificação”, disse.

Adiante, aprofundando os seus ensinamentos acerca da doutrina angélica, o bispo disse que existem, mas talvez não como imaginamos (seres alados, andrógenos, personificações de seres humanos). “Tudo isso são imagens fictícias, fábulas que foram construídas ao longo da história para facilitar o entendimento das crianças e acabou confundindo os adultos. Comumente, muitos precisam de coisas palpáveis para alimentar a sua fé”, explicou.

“Os Anjos não são encarnações humanas. O único que se encarnou e se fez como um de nós, exceto no pecado, foi Jesus, nosso Salvador. Os Anjos, não. Os Anjos são espíritos puros e a própria definição dada ao termo “espírito” (= pneuma) – sopro, hálito, deixa claro que os Anjos não são visíveis, no sentido literal do termo. Os anjos são invisíveis, no sentido literal do termo”, disse.

Nesse intento, continuou a sua explicação, dizendo que os anjos são invisíveis na sua essência, mas podem ser visíveis numa situação concreta, num acontecimento e até numa pessoa, instrumento de Deus colocado em nosso caminho, na nossa vida, para nos orientar diante de uma situação. Para apontar um caminho, como vemos em Tobias 12,15, quando o Anjo se apresenta e fica à disposição para acompanhar e guiar os seus passos e suas ações. “Os Anjos são, portanto, mensageiros de Deus, Os que levam as maiores notícias são os Arcanjos”, disse.

No próximo dia 02 de outubro, a igreja celebrará os “santos anjos da guarda”, e o bispo também trouxe alguns esclarecimentos acerca dessa doutrina, que diz que os anjos da guarda são protetores. Partindo do livro do livro do Êxodo 23,10, que diz: “Vou enviar um anjo que vá a tua frente, que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que te preparei”, o bispo ensinou que ao dizermos de coração a uma pessoa “vá com Deus” ou “fique com Deus”, ou ainda “Deus te acompanhe”, estamos “delegando” anjos para acompanharem aquela pessoa, ou seja, que o Anjo da Guarda o acompanhe e proteja.

Concluiu a sua homilia lembrou ao povo de Deus que a ação dos anjos em nossas vidas acontece também pela iniciativa de cada pessoa, a partir do instante em que se leva uma vida reta, de fé e amor, de integridade e de compromisso na causa da construção do Reino.

Ao final da Missa, o Padre Jefferson agradeceu a presença do Bispo e reforçou o convite aos fiéis para a procissão às 16h e a Santa Missa de encerramento.

Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial