XII Domingo do Tempo Comum: Um chamado para anunciar sem medo
Neste vigésimo segundo Domingo do Tempo Comum, a Igreja
apresentou o Evangelho de Mateus 10, 26-33, que trouxe uma advertência a Jesus:
“Não tenhais medo”, diz Jesus aos Seus discípulos quando os envia em missão. Na
Catedral de Campina Grande, pela manhã, o Bispo Diocesano Dom Dulcênio Fontes
de Matos presidiu a Santa Missa, concelebrada pelo Vigário Geral, Padre Luciano
Guedes, com assistência do Diácono Ricardo.
À tarde, o Pastor Diocesano presidiu Missa em preparação à
Festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Paróquia de mesmo no nome, com
sede no bairro da Catingueira, forania oeste. Dom Dulcênio foi acolhido pelo
Padre Rogério e por toda a comunidade de fé para a celebração da missa
dominical.
Homilia
A liturgia deste domingo chama atenção para a séria
recordação da força que é Deus e daquilo que somos, fracos e necessitados Dele.
Deste modo, o bispo pregou que diante do Senhor, somos capazes de perceber que,
muito mais do que um socorro que vem em auxílio da debilidade humana, a
proteção de Deus em nosso favor é uma manifestação fiel da Sua graça.
Adiante, o bispo destacou que o Evangelho deste domingo é uma
exortação de coragem a todos os cristãos e, conforme ensinou, o Senhor sabe até
onde vão as nossas capacidades humanas, assistindo-nos com a Sua graça, que
“supõe a nossa natureza e a eleva”, como diz Santo Tomás de Aquino. Entretanto,
Deus sabe o “tamanho” (se é que podemos dizer assim) da nossa fé e da nossa
ação, adicionada à fé, em relação com o Seu poder.
“Sim, Deus nos conhece as forças e as fraquezas, é o que nos
garante Jesus, que nos dá a Sua providente assistência e grande valor: “Até os
cabelos da vossa cabeça estão contados. [...] Vós valeis mais do que muitos
pardais” (Mt 10,30.31). Este conhecimento é para nós motivo de alegria, pois, a
graça amorosa de Deus nos preenche, de maneira que o Senhor não apenas nos
compensa, como, com largueza, distribui-nos o Seu amor, “o dom gratuito
concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou em abundância sobre
todos”, disse.
Concluiu a sua pregação pela manhã destacando que
corajosamente, vale a pena tudo sofrer, tudo enfrentar por amor a Deus. Esta
lição dada pelos santos, em especial pelos mártires, é grande incentivo de
perseverança.
“Insultos físicos ou morais, tudo sofrermos por amor ao
Senhor, sempre na obediência à verdade e à justiça, para recebermos do próprio
Cristo, diante do Pai, no Espírito Santo, um positivo testemunho de amor, que
nos coroará com o prêmio da vitória do Céu. Enquanto tal plenitude não nos chega,
ecoe no nosso coração as reconfortantes palavras do Onipotente: “Não tenhais
medo!”.
Reflexão feita na
Paróquia da Catingueira
À tarde pregou sobre o profeta Jeremias, apontando-o como
sofredor, mas um homem corajoso que acreditou nas promessas de Deus; ao
refletir sobre o Evangelho destacou o trecho “O que vos digo na escuridão,
dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os
telhados!” (Mt 10,27), e ensinou que a escuridão apresentada no Evangelho
figura o mais escondido recôndito do coração do homem que está em comunhão com
o Senhor, bem como a imagem do pé do ouvido.
“É escuridão porque é inacessível a todos, mas não a Deus: é
ali que Ele nos fala e marca presença em nós; é ali que o Senhor faz intimidade
conosco. Santa Catarina de Siena, quando impedida de fazer do seu quarto uma
verdadeira cela de contemplação para estar presa a Cristo, recebeu do Senhor a
mensagem que a sua cela, a partir daquele momento, era o fundo do seu coração,
assim ela estaria sempre em intimidade contemplativa com Deus, a Quem chamava
“Divino Esposo”.
Destacou ainda, que aquilo que o Senhor nos fala na
escuridão, no mais profundo do nosso ser, deve-se fazer conhecido a todos, para
que muitos sejam edificados. Daí, a imagem da luz do dia, da proclamação sobre
os telhados, como sem segredos. “As almas carecem do nosso testemunho de
autêntica intimidade com Deus e de tudo quanto vem deste movimento de amor”.
Finalizou pedindo aos fiéis que testemunhem o amor de Deus
sabendo que tudo nos é aproveitável para o Céu: “Testemunhemos, corajosamente,
Cristo! Falemos das Suas delícias reveladas a nós, custe o que custar! E ainda
que naturalmente soframos, jamais nos arrependeremos porque imenso será o nosso
prêmio”. Findou.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Catedral e Pascom Paroquial de N.Sra. Perpétuo Socorro