II Domingo da Páscoa | Domingo da Divina Misericórdia
A Páscoa é um período litúrgico que dura cinquenta dias entre
o Domingo da Ressurreição e o Domingo de Pentecostes e devem ser celebrados com
alegria e júbilo; na catedral de Campina Grande, o Bispo Diocesano, Dom
Dulcênio Fontes de Matos, presidiu pela manhã, a tradicional Missa do lar neste
II Domingo (16) com a presença de dezenas de fiéis.
No Evangelho proclamado de João 20, 19-31, o ressuscitado
aparece ao meio da comunidade e deseja a paz. Tomé, não estando com eles,
desacredita dos seus irmãos que dizem que viram o Senhor. Oito dias depois,
como narra o texto, Jesus reaparece aos discípulos e desta vez, Tomé o vê, e se
rende: “Meu Senhor e meu Deus”.
Ao pregar este Evangelho, o bispo enfatizou algumas
características do Apóstolo apresentadas pela Escritura, e que segundo pregou,
‘também são aparências nossas’. Adiante, disse que a santidade não é somente
para aqueles que nunca pecaram; Deus também associa à luz da sua face aqueles
que, de sincero coração, O procuraram, ainda que, no decorrer desta procura,
tenham resvalado em pequenas ou grandes crises de fé, entretanto, não
permaneceram nela.
“Olhando a vida de São Tomé, percebemos que a vida dele não
era uma ascendente retilínea; Tomé teve suas crises no ato de crer. Bravura,
inquietação, incredulidade por causa de desalentos, fidelidade: eis as quatro
características da personalidade do Apóstolo São Tomé, que podem ser as nossas,
fazendo identificar-nos como "seus gêmeos". Entretanto, não nos
contentemos simplesmente com tal aparência, mas queiramos nos parecer - sempre
e cada vez mais - com Aquele que, assumindo a nossa condição humana sem deixar
a Sua essência divina, misericordiosamente, nos chama a que Lhe sejamos semelhantes:
o Cristo Ressuscitado”, pregou.
Ser semelhante ao ressuscitado, é ter ações fraternas,
explicou o bispo: “A fé em Cristo Vencedor do mal e da morte nos provoca
enquanto Igreja para que vivamos unidos uns aos outros com os mais profundos laços
de comunhão. O retrato das primeiras comunidades, em si mesmo, não é o ideal da
Igreja. Mas, se nos é um exemplo é porque é um dos reflexos do amor que Deus
nos tem, e que deve ser reproduzido em nosso meio, entre nós cristãos destes
tempos tão desafiadores”, pregou.
Missa no Santuário da
Divina Misericórdia
À tarde Dom Dulcênio encerrou a festa da Divina Misericórdia,
no santuário de mesmo nome que fica localizado no bairro dos Cuités, em Campina
Grande-PB; diante de numerosa quantidade de fiéis, o bispo falou sobre as vestes
de Cristo em cada um de nós. Caravanas vindas de várias localidades da Paraíba
se fizeram presentes para bonito momento de fé.
Concelebrou com o bispo, o Reitor do Santuário, o Padre Paulo
Sérgio e o Padre Silvio, da Arquidiocese de Curitiba; nos trabalhos litúrgicos,
os diáconos Eduardo Justino, Walter Luna e Manoel Bezerra, além do apoio dos
seminaristas.
O Pastor Diocesano começou a sua homilia explicando que o
Domingo da Misericórdia foi instituído no ano 2000 pelo Papa São João Paulo II,
ao tempo que explicou que o II Domingo da Páscoa, era antigamente conhecido
como "Domenica in Albis", que quer dizer, Domingo no Branco. Ao
explicar a antiga tradição, o bispo disse que, os que eram batizados na Noite
Santa da Vigília Pascal, hoje, despiam as vestes batismais que envergavam desde
o seu banho da regeneração, tendo assim, imensa carga simbólica que existia
nesta prática, imortalizada pela Liturgia da Palavra de hoje.
“Quando depois do mergulho batismal e a unção do Santo
Crisma, o que foi batizado é investido de uma veste diferente, aparentemente
material, mas eminentemente espiritual: "[...] nasceste de novo e foste
revestido de Cristo. Recebe, portanto, a veste batismal, que deves levar sem
mancha até a vida eterna, conservando a dignidade de filho de Deus",
pregou.
Apontou também que a partir do Batismo, a criatura se torna
Filha de Deus, sendo inserida na comunidade cristã, isto é, na igreja; o
cristão é inserido na vida de fé, sendo convidado a descobrir as maravilhas do
seguimento a pessoa de Cristo. “E cada cristão, no seu cotidiano, sempre
assistido pelo Espírito do Ressuscitado que nos concede o devido discernimento entre
as sombras deste mundo, deverá descobrir pelo presente e pelo futuro que tem
adiantes de si como preservar a graça batismal”, disse.
E continuou: “Ser revestido de Cristo, implica numa prática
nova em nosso reto proceder, encarado com a subjetiva responsabilidade que cada
um tem, reflete na vida da Igreja e na vida do mundo. Revestidos do Cristo com
uma veste indissociável ao nosso viver, procedamos na honestidade do nosso ser
cristão”, concluiu.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Catedral (Agnaldo) e Pascom do Santuário