No primeiro Domingo da Quaresma, Bispo celebra na Catedral e na Paróquia de São Cristóvão
Neste I Domingo da Quaresma, a Igreja apresenta o Evangelho
que narra as tentações sofridas por Jesus Cristo no decorrer dos 40 dias no
deserto: “o grande deserto para o qual o Espírito Santo moveu Jesus é o mundo”,
referenciou o bispo Diocesano, Dom Dulcênio, na Missa presidida na manhã desse
domingo (26) na Catedral de Campina Grande.
Mais à frente, o bispo explicou que da mesma forma que Jesus
foi enviado ao deserto pelo Espírito Santo, todos somos impelidos a mesma experiência
neste período marcado pelas práticas do jejum, da penitência e da caridade.
“É Deus quem nos envia ao deserto, conduz-nos, acompanha-nos,
protege-nos, sana-nos, alimenta-nos e espera-nos. Neste processo, sentimos a
Sua indizível e imensa solidariedade para conosco. No deserto, movido pelo
Espírito Santo, diante das tentações, o Senhor passa os Seus quarenta dias em
oração como ocupação, no jejum como penitência, para manifestar, pela Sua
solidariedade em nos salvar, o amor que nos tem”, pregou.
Ao pregar com sabedoria, Dom Dulcênio, explicou as leituras
afirmando que Cristo habitou entre nós para tornar o mundo frutífero, torna-lo
um lugar cheio de vida: “Jesus veio ao deserto do mundo para frutificá-lo em
jardim E o Cristo, a Graça encarnada, veio ao nosso deserto porque "o dom
da graça frutifica em justificação" (Rm 5,16).
Por fim, o bispo pregou que o deserto, embora apresenta
ideias de um lugar inóspito, um lugar de ilusões, é também um lugar de
reflexão, por meio do qual, o cristão peregrina pensando em Deus e decidindo-se
por Ele.
“Estar no deserto, não obstante os perigos, é um dom divino.
Honestamente, demonstremos a Deus (que já o sabe, na Sua onisciência, de
antemão) e a nós mesmos o que carregamos de bagagem em nosso interior. E que,
como transeuntes que somos nesta árdua caminhada rumo ao Céu, portemos conosco somente
o necessário”, pregou.
Missa na Paróquia de São Cristóvão
À noite, Dom Dulcênio esteve na Paróquia de São Cristóvão que
fica no bairro do Centenário, lá foi acolhido pelo Padre Van Victor, o Diácono
Marcelo e toda a comunidade paroquial para um momento importante, a investidura
de novos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão; ao todo foram
investidos 25 novos ministros e 24 renovaram o ministério.
A reflexão trazida para os fiéis da paróquia do Centenário, o
Senhor bispo trabalhou a temática de que junto a Jesus, o cristão é capaz de
suportar as tentações; conforme ensinou, o Mestre foi tentado no deserto e como
os nossos primeiros pais no Éden, no deserto do mundo travestido em jardim de
ilusões, todos sofrem tentações.
“Das tentações não somos isentos, o próprio Jesus, ao
ensinar-nos o Pai-Nosso, ensina-nos a dizer: "Não nos deixeis cair em
tentação, mas livrai-nos do mal". Percebam que o Senhor não põe em nossos
lábios o pedido para que nos sejam afastadas as tentações; e sim que, nelas,
não caiamos, visto que nem Jesus foi isentado de enfrentar o diabo e as suas
propostas indecorosas à vontade de Deus”, pregou.
Ao citar Santo Tomás de Aquino, o bispo de Campina Grande
perguntou o porquê de Jesus ter sido tentado, e pautando-se em Santo Tomás,
respondeu: “Existem quatro motivos: o primeiro: para que Ele pudesse
assistir-nos em nossas tentações; segundo: para alertar-nos que nenhum homem,
não importa quão santo for, deve pensar que está salvo e livre de tentações;
terceiro: para nos dar um exemplo de como nós devemos vencer as tentações do
demônio; quarto: para preencher e impregnar nosso espírito com a confiança em
Sua misericórdia”.
Dom Dulcênio concluiu sua homilia, lembrando que o cristão
católico tem todos os meios necessários para se livrar das tentações, por meio
da vivência sacramental; ademais, conclamou os fiéis a procurarem o sacramento
da reconciliação e alcançarem de Deus o perdão dos pecados, para então seguirem
firmes na caminhada quaresmal.
“Se permitam abraçar e revestir pela graça de Cristo
restituída pelo Sacramento da Confissão. Sempre é oportuno receber o perdão de
Deus, sobretudo pela Quaresma. A Confissão, ao habilitar-nos na graça divina,
não apenas perdoa o que de errado fizemos, como previne-nos do pecado,
fortalecendo-nos na resistência aos embutes do mal. E assim, com uma vida
agradável ao Senhor, preparar-nos-emos com maior dignidade para a celebração da
Santa Páscoa de Cristo, bem como para a nossa páscoa eterna”, concluiu.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Catedral e Pascom de São Cristóvão.