Alocução Dom Dulcênio Fontes de Matos na abertura da 41ª Assembleia Diocesana de Pastoral
ALOCUÇÃO PARA A ABERTURA DA
41ª ASSEMBLEIA DIOCESANA DE PASTORAL
Centro Diocesano do Tambor
28 de outubro de 2022
Reverendíssimos
padres e diáconos;
Caríssimos
religiosos e religiosas;
Queridos
seminaristas;
Caros
diocesanos.
Primeiramente, manifesto minha alegria como pastor por esse encontro fraterno: é muito bom estarmos juntos!
Meus queridos irmãos, ao longo destes três últimos anos estamos colocando em prática as metas estabelecidas pelo nosso Plano Diocesano de Pastoral: o ano de 2020 foi dedicado à Fé, onde dentro de tantos feitos podemos destacar as formações de liturgia e a publicação do nosso diretório dos sacramentos; em 2021 pautamos a temática da Esperança, no qual avançamos com a catequese, tema crucial para a Igreja.
No corrente ano, voltamos a nossa atenção para a Caridade, uma dimensão que às vezes ficava na margem (em comparação às outras duas), seja por um certo comodismo, seja pelas ideologias que dela se apropriaram.
Graças ao brilhante trabalho da Comissão para a Caridade, tanto voltada para as instituições, sob a coordenação do Pe. Sérgio Leite, quanto voltada para a pastoral, coordenada pelo Pe. Miguel Batista, as pastorais sociais ganharam mais relevância e se expandiram no vasto território de nossa Diocese, visto que nosso povo é caridoso e precisa apenas de articulação. Hoje, já observamos os primeiros frutos, os mais necessitados estão sendo amparados e nossa preocupação é levar o pão para mais pessoas, não somente o material – típico do assistencialismo, mas também, em consonância, o espiritual, pois somos Igreja.
Tendo dedicado três anos ao aprofundamento das três virtudes teologais – de três pilares do nosso plano pastoral – podemos dizer que foram três anos de discipulado, de crescimento e amadurecimento interno. Agora, somos impelidos a arregaçar as mangas, a colocar as mãos no arado da missão para rasgar terras endurecidas e nelas semear o Evangelho. Essa é a missão e vocação da Igreja, pois é mandato do Senhor Jesus Cristo como apresenta São Marcos: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura” (16,15).
Os apóstolos, que são o alicerce da Igreja, são modelos de missionariedade. Hoje, por providência de Deus, estamos celebrando dois deles: Simão e Judas. Apesar dos desafios, diversos, mas sempre presentes a cada época, e da tentação do comodismo, somos impelidos a sempre passar adiante, e anunciar o Evangelho a todas as cidades (At 8,40), a todo o mundo.
“Aos seus sucessores (os bispos) compete perpetuar esta obra, para que ‘a palavra de Deus se propague rapidamente e seja glorificada (2Ts. 3,1), e o reino de Deus seja pregado e estabelecido em toda a terra”, como nos apresenta o decreto conciliar Ad gentes. Como bispo desta Igreja Particular, sou o primeiro responsável pela evangelização. Por isso, ciente desta incumbência e da corresponsabilidade de todos os batizados, conclamo a toda Diocese: saiamos e anunciemos o Evangelho em todo território de nossa Igreja, no Agreste, no Brejo, no Cariri, no Curimataú, no Sericar e em toda cidade de Campina Grande, com palavras, mas sobretudo com a vida e com gestos concretos.
O tempo urge. No passado fomos evangelizados por grandes missionários, muitos deles inspirados pelo apelo do Papa Pio XII que escreveu a carta encíclica Fidei donum manifestando sua preocupação para com a evangelização em lugares longínquos. Hoje, somos nós os protagonistas da missão. O Documento de Aparecida, ao recordar “o mandato de ir a fazer discípulos (cf. Mt 28,20), deseja despertar a Igreja Latino Americana e Caribenha para um grande impulso missionário. Necessitamos ir ao encontro das pessoas, das famílias, das comunidades e dos povos para lhes comunicar e compartilhar o dom do encontro com Cristo, que tem preenchido nossas vidas de ‘sentido’, de verdade e de amor, de alegria e de esperança” (n. 548).
Irmãos, não tenhamos medo! O mesmo Espírito Santo que impulsionou os temerosos apóstolos e conduz os passos da Igreja nos fortalecerá e guiará na laboriosa tarefa de “[...] sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho”, como nos diz o Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium.
Neste caminho, peçamos a intercessão da Imaculada Conceição, nossa padroeira, a estrela da evangelização. Ela, que saiu às pressas para visitar e permanecer com Isabel, portando consigo Jesus, e estava junto aos apóstolos no nascimento da Igreja missionária (Pentecostes), nos ensine a sair de nós mesmos, todos juntos, pastores e ovelhas, como único e mesmo rebanho do Sumo e Eterno Pastor, e levamos Jesus aqueles que necessitam.
“É missão de
todos nós”, como canta o poeta Zé Vicente. Que Deus nos abençoe! E, a todos,
uma boa Assembleia!